segunda-feira, junho 27, 2016

Festas juninas: mais que folclore, expressão da religiosidade popular brasileira



 São João Batista, um dos santos mais lembrados durante as tradicionais festas juninas. Além dele, os festejos fazem memória a Santo Antônio (comemorado em 13 de junho) e São Pedro (29 de junho). Atualmente, as comemorações se apresentam enraizadas na cultura e no folclore popular. Entretanto, mais que folclore, as festas juninas são parte da religiosidade popular brasileira, e estes são alguns aspectos destas celebrações dos quais pouco se fala.

Origem


Apesar de ter se tornado característica do Nordeste brasileiro, as festas juninas tiveram origem na Europa. Na Antiguidade, celebrava-se nesta época do ano deuses pagãos que seriam responsáveis pelo clima – já que neste período ocorre o solstício de verão no hemisfério norte – e pelas boas colheitas. Com o passar dos anos, quando o catolicismo foi se tornando religião predominante na região, foram incorporadas algumas festas pagãs, que tomaram caráter religioso e ajudavam a propagar a fé. Essas festas, então, passaram a se chamar “joaninas”, em homenagem a São João. A tradição chegou ao Brasil com os portugueses.

Instrumento de catequese

Quando os jesuítas chegaram ao Brasil, no século XVI, trouxeram a tradição das festas religiosas e perceberam que isso ajudava na missão de catequizar. Além disso, notaram que as festas juninas coincidiam com o período em que os índios faziam seus rituais pela fertilidade do campo e essa também passou a ser uma festividade para a agradecer pela fartura das colheitas, reforçar os laços familiares e rezar para que a próxima colheita fosse farta. Em razão da época propícia para a colheita do milho, as comidas feitas deste cereal integram a tradição, como a canjica e a pamonha.

Influências de outros países

As quadrilhas são inspiradas nas danças marcadas dos nobres franceses, de onde vem os gritos “Anavam! Anarriê!”, que, na verdade, seriam os comandos “En avant” e “En arriere”, que em francês significam ir para frente e para trás. Dos espanhóis e portugueses, veio a dança de fitas. E até mesmo os chineses influenciaram esses festejos, com os fogos de artifício, pois, segundo consta, foi na China que teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogo. Nas festas juninas, os fogos passaram a ter um sentido próprio. De acordo com a tradição, seriam fogos para “acordar São João”.

Fogueira


Segundo a tradição, essa prática remeteria a um acordo feito entre Maria e sua prima Isabel. Esta teria que acender uma fogueira no topo de um monte para avisar sua prima que seu filho, João, havia nascido.

Ceia de São João



Nesta véspera do dia de São João, muitos no Nordeste do Brasil vão se reunir em família, com vizinhos e amigos para a tradicional ceia junina. Essa prática remete à ceia natalina, realizada na véspera do Natal esperando o nascimento do Menino Jesus. No caso da ceia junina, espera-se pelo nascimento de João Batista.

Santo Antônio


Ficou conhecido como santo casamenteiro, ao qual as mulheres recorrem quando desejam encontrar um marido. Segundo consta, esse título se deve a um fato: uma jovem pobre teria pedido a bênção do então Frei Antônio porque não conseguia realizar o casamento por causa da baixa condição financeira de sua família, a qual não tinha dinheiro para pagar o dote, as vestimentas e o enxoval; o frei abençoou a moça e pedido que confiasse; passados alguns dias, a mulher teria recebido tudo o que precisava e conseguiu se casar. Santo Antônio também é considerado “padroeiro dos pobres”, invocado diante de situações difíceis. Morreu em 13 de junho de 1231 e foi canonizado em 13 de maio de 1232 pelo Papa Gregório IX, na canonização mais rápida da história. A profundidade de seus textos doutrinários fez com que em 1946 o Papa Pio XII o declarasse doutor da Igreja.

São João Batista


É muitas vezes confundido com João Evangelista. João Batista era filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Anunciou o nascimento do prometido Messias, Jesus Cristo, “preparando os caminhos do Senhor”. Ele batizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão. Além do próprio Jesus e de Nossa Senhora, é o único santo do qual a Igreja celebra o nascimento.

São Pedro


Conhecido como o santo que tem as chaves do céu. Segundo as sagradas Escrituras, Jesus confiou “as chaves do céu” a Pedro, ou seja, foi dada a este Santo a autoridade de pastorear a Igreja, interligando-a ao céu. Seu sucessor é o Papa.

Em um artigo sobre as origens dessas festas, o Arcebispo de Porto Alegre (RS), Dom Jaime Spengler, assinalou os sinais de fé que se podem observar nessas comemorações, principalmente tendo-se em vista os santos comemorados.

“A religiosidade popular que se expressa de forma tão humana e bela, tão simples e rica nas festas juninas pode ser expressão de um desejo latente profundo na alma de nossa gente que busca um mundo melhor, marcado por paz, fraternidade e justiça, e por isso não cansa de lutar para superar todo tipo de dificuldades (Santo Antônio); empenha-se por cooperar na preparação de caminhos em vista de um mundo um pouco melhor para as novas gerações (São João); e deseja um fundamento firme sobre o qual possa construir um futuro promissor, a partir de um projeto claro de nação (São Pedro)”.



Por que às vezes se toca um sino durante a consagração?


Durante a missa pré-conciliar (que se celebrava em latim, e na qual os fiéis viam o sacerdote de costas), muitos fiéis se desconcentravam, se distraíam e não distinguiam os diferentes momentos da celebração.

Então, para chamar a atenção dos fiéis nos momentos culminantes da missa, eram usados pequenos sinos (carrilhão), para orientá-los, especialmente na hora da consagração.

No caso da consagração, havia duas formas de chamar a atenção dos fiéis: o sininho que o coroinha tocava e a colocação de uma palmatória (um tipo de castiçal) com uma vela acesa no altar.



Estes sinais permitiam que as pessoas soubessem que algo importante estava acontecendo, ou que estava a ponto de acontecer. Todos os fiéis se colocavam de joelhos, atitude que se mantém até hoje.

Atualmente, como a missa se celebra em língua vernácula, as pessoas estão mais atentas e sabem qual é o momento da consagração; por isso, o uso do sino foi suprimido como obrigatório e mantido como opcional.


Segundo a Instrução Geral do Missal Romano, “um pouco antes da consagração, o ministro, se for oportuno, adverte os fiéis com um sinal da campainha. Faz o mesmo em cada elevação, conforme o costume da região” (n. 150).



Pe. Henry Vargas Holguín

quinta-feira, junho 23, 2016

Julgar é proibido ou apenas uma interpretação errada?


NÃO JULGUEIS X NÃO JUJUBEIS 

VIVEMOS NA ÉPOCA DO NÃO JULGUEIS, ONDE PEGARAM UM VERSÍCULO ISOLADO PARA DIZER QUE JULGAR É PROIBIDO.

Jesus disse: Não julgueis, e não sereis julgados. (São Mateus 7, 1) Porém, um monte de deturpadores que querem praticar suas obras diabólicas, isolaram este versículo para proibir a correção/exortação, e assim colocarem seus planos de destruição em pratica. Quem usa este versículo no momento que é exortado, é apenas mais um ser que tem na sua cabecinha vazia a pretensão de fazer aquilo que mais os agradam.

VAMOS REFUTAR AS MARIONETES DO NÃO JULGUEIS

Como descrito de início, em Mateus 7, 1, vemos um relato onde Jesus diz: Não julgueis, e não serei julgados. Se interpretarmos este versículo ao pé da letra, isto é, isoladamente sem recorrer ao que vem depois, estaremos criando um anátema, pois nos veículos de 3 a 5 diz: Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão. (Mateus 7, 3-5)


Recorrendo ao versículo 2, percebemos que a mensagem diz: “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.” (Mateus 7, 2) Percebemos aqui, que o a tese dos jujubas do não julgueis o próximo já caiu por terra, pois quando Jesus nos exorta dizendo que antes de tudo devemos tirar a trave que está em nossos olhos, é para que saibamos julgar corretamente para que não tenha também crimes contra nós, principalmente se tal crime for o mesmo que o da pessoa com a qual julgamos. Por isso no versículo diz que com o juízo com que julgardes sereis julgados.

Para acabar de uma vez por todas com a tese dos jujubas, termino este assunto com chave de ouro em uma bela exortação de Jesus, que está no mesmo capitulo, basta irmos no versículo 24 onde diz: Não JULGUEIS PELA APARÊNCIA, MAS JULGAI CONFORME A RETA JUSTIÇA. (João 7,24). Ler isso é dar uma chicotada nos modernistas.

Por fim, devemos julgar sem hipocrisia, pois o mundo está cheio de gente para julgar, porem o fazem hipocritamente.

É típico dos protestantes julgar o catolicismo sem nem saber o que é ser um católico, é típico das novas heresias modernistas que estão dentro da igreja católica, usar de argumentos do tipo para poder praticar suas apostasias, cimas e heresias.

Comecemos a ouvir a voz da igreja, a voz da verdade, e não as vozes dos espíritos modernistas que estão destruindo o mundo. Deveras G. K. Chesterton estava certo quando disse que chegaria um dia em que sera necessário desembainhar uma espada por afirmar que o pasto é verde.

DEUS PRA APRENDER DIREITINHO? Então por favor, não jujubeis nos comentários. 

Por: Gilson Azevedo  
© Livre para cópia e difusão na integra com menção do autor

quarta-feira, junho 22, 2016

Missas de cura e libertação: o que a Igreja diz?


Uma pergunta que todo católico precisa saber responder

No Missal Romano, há uma seção intitulada “Missas para diversas necessidades”, a qual pode ser utilizada para diversas finalidades particulares. Existem ainda as Missas especiais de Rogações, as Missas para as Quatro Têmporas e uma Missa “pelos enfermos”. Mas e Missas para “curar e libertar”? Roma jamais promulgou um próprio para uma Missa deste tipo. Por tanto, se não há no Missal Romano um próprio para que se celebre tal culto, não se deve celebrá-lo.

Poderíamos argumentar que “toda Missa cura e liberta”, uma vez que basta o Milagre Eucarístico e a comunhão para sanar todos os males, mas ao que parece este mesmo argumento se vê ultrapassado uma vez que há padres utilizando-se de argumentos espertos que vão desde “estas Missas se celebram de uma forma diferente” até “dinâmicas” que são introduzidas ao gosto do freguês, mesmo sem negar a natureza curativa e libertadora do Sacrifício de Cristo.

Os dois argumentos acima são falhos e criminosos em si mesmos, mas não é deles que trataremos. Definamos então as características básicas de uma Missa de Cura e libertação e analisemos se sua natureza condiz ou não com a Doutrina da Igreja. Nestas Missas são introduzidos:
Orações por cura e libertação;
Cantos emotivos e não litúrgicos;
Homilias artificiais, escandalosas e destoantes da Liturgia da Palavra no dia;
Novos momentos na ação litúrgica;
Exposição do Santíssimo Sacramento no ostensório ainda durante a Missa, e;
Gestos alheios às prescrições do Missal Romano.

Reconhecidas estas introduções, analisemos então.

Quanto ao número 1, das orações por cura e libertação.

A autoridade perene e inequívoca do Santo Padre foi exercida por meio da Congregação para Doutrina da Fé, na “Instrução sobre as orações para alcançar de Deus a cura” nos seguintes termos:

Art. 2 – As orações de cura têm a qualificação de litúrgicas, quando inseridas nos livros litúrgicos aprovados pela autoridade competente da Igreja; caso contrário, são orações não litúrgicas.

Art. 3 – § 1. As orações de cura litúrgicas celebram-se segundo o rito prescrito e com as vestes sagradas indicadas no Ordo benedictionis infirmorum do Rituale Romanum.(27)

Por tanto, qualquer oração por cura que não esteja já inserida nos textos litúrgicos ou que não tenha sido devidamente aprovada pelo Bispo Diocesano, conforme o Can. 838 do CDC, não são litúrgicas e NÃO PODEM SER UTILIZADAS NA MISSA. Da mesma forma, qualquer Missa que deseje rogar a Deus pela cura dos enfermos DEVE SEGUIR A PRESCRIÇÃO CANÔNICA em sua forma, o que não inclui nenhuma das outras introduções das quais trataremos.

Não é da tradição católica, e nem foi tratado ou autorizado por Roma em qualquer documento, orações por “libertação” a não ser aquelas dos ritos de exorcismo. Não se podendo inserir orações na Santa Missa alheias àquilo que ordena a Santa Sé, nos restaria questionar se ao menos as de exorcismo poderiam ser utilizadas para o fim de libertação. Sobre isso diz o mesmo documento:

Art. 8 – § 1. O ministério do exorcismo deve ser exercido na estreita dependência do Bispo diocesano e, em conformidade com o can. 1172, com a Carta da Congregação para a Doutrina da Fé de 29 de Setembro de 1985(31) e com o Rituale Romanum.(32)

§ 2. As orações de exorcismo, contidas no Rituale Romanum, devem manter-se distintas das celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas.

§ 3. É absolutamente proibido inserir tais orações na celebração da Santa Missa, dos Sacramentos e da Liturgia das Horas.

O direito permite, no entanto,

§ 2. Durante as celebrações, a que se refere o art. 1, é permitido inserir na oração universal ou «dos fiéis» intenções especiais de oração pela cura dos doentes, quando esta for nelas prevista.

Por tanto, mesmo na Oração Universal a oração pela cura dos enfermos só se faz quando for canonicamente prevista.

Quanto ao número 2, dos cantos emotivos e não litúrgicos.

Já é fato batido e discutido em inúmeros documentos oficiais da Igreja, alguns infalíveis, qual a natureza do canto litúrgico (nO Quirógrafo de São João Paulo II, Tra le sollecitudini, no Documento da 48ª Assembleia Geral da CNBB, etc). No entanto, a “Instrução sobre as orações para alcançar de Deus a cura” ainda nos diz:

Art. 9 – Os que presidem às celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, esforcem-se por manter na assembleia um clima de serena devoção, e atuem com a devida prudência, quando se verificarem curas entre os presentes. Terminada a celebração, poderão recolher, com simplicidade e precisão, os eventuais testemunhos e submeterão o facto à autoridade eclesiástica competente.

Sem estimular choramingos, labaxúrias ou berros estridentes. O clima da celebração deve manter-se o mesmo de toda celebração litúrgica, principalmente da Eucaristia: silencioso, devocional, piedoso e amoroso.

Quanto ao número 3, das homilias artificiais, escandalosas e destoantes da Liturgia da Palavra no dia.

O Papa Bento XVI nos fala na Sacramentum Caritatis (SC) e na Verbum Domini (VD) sobre a natureza das homilias:


1) A sua «função [portanto, o seu fim] é favorecer uma compreensão e eficácia mais ampla da Palavra de Deus na vida dos fiéis» (SC n. 46 e VD n. 59).

2) «A homilia constitui uma atualização da mensagem da Sagrada Escritura, de tal modo que os fiéis sejam levados a descobrir a presença e eficácia da Palavra de Deus no momento atual da sua vida» (VD n. 59).

3) «tenha-se presente a finalidade catequética e exortativa da homilia» (SC n. 46). A respeito do caráter exortativo, a VD menciona a conveniência de, mesmo nas breves homilias diárias, «oferecer reflexões apropriadas […], para ajudar os fiéis a acolherem e tornarem fecunda a Palavra escutada» (n. 59).

4) Um ponto importante sobre o foco central da homilia: «Deve resultar claramente aos fiéis que aquilo que o pregador tem a peito é mostrar Cristo, que deve estar no centro de cada homilia» (VD n. 59).

Por tanto, não há lugar na homilética litúrgica para homilias como as que costumam figurar nestas Missas.

Quanto ao número 4, dos novos momentos na ação litúrgica.

Não raro, os sacerdotes que se dispõem a este show de horrores na liturgia costumam introduzir momentos estranhos à ação litúrgica que se celebra. Segundas homilias, interrupções à oração eucarística, etc.

Quanto a isso a Instrução Geral do Missal Romano é clara e direta (IGMR 46 à 90), indicando que a Santa Missa consta das seguintes partes:
Ritos Iniciais (entrada, saudação, ato penitencial, Kýrie, Glória e oração coleta);
Liturgia da Palavra (leituras bíblicas, salmo responsorial, aclamação ao Evangelho, proclamação do Evangelho, homilia, profissão de fé e oração universal);
Liturgia Eucarística (preparação dos dons, oração sobre as oblatas, oração eucarística, rito da Comunhão, oração dominical, rito da paz, fração do Pão e Comunhão);
Rito de Conclusão (notícias breves, saudação e bênção do sacerdote, despedida da assembleia, beijo no altar).

Nem dentro nem fora destes momentos a liturgia aceita quaisquer inovações. Algumas celebrações, em especial as pontificais, possuem de fato momentos adicionais mas, no entanto, foram especificamente descritos pela Santa Sé nos livros litúrgicos (Cerimonial dos Bispos, Pontifical Romano, Ritual de Bênçãos, etc) e se prestam à finalidade sacramental para a qual foram criados, em conformidade com a Doutrina e Tradição de sempre.

Quanto ao número 5, da exposição do Santíssimo Sacramento no ostensório ainda durante a Missa.

Sobre o uso da exposição do Santíssimo Sacramento, ou procissão sem o fim para o qual reza a norma, que é a adoração, a Santa Igreja considera ilegítimo, como está abaixo, no Documento do Cardeal Ratzinger já citado anteriormente:

“[…]Também estas celebrações são legítimas, uma vez que não se altere o seu significado autêntico. Por exemplo, não se deveria pôr em primeiro plano o desejo de alcançar a cura dos
doentes, fazendo com que a exposição da Santíssima Eucaristia venha a perder a sua finalidade; esta, de fato, «leva a reconhecer nela a admirável presença de Cristo e convida à íntima união com Ele, união que atinge o auge na comunhão sacramental”».

Oras, se o auge da união com Cristo se atinge na comunhão sacramental e esta é parte da Celebração Eucarística, é para Cristo dentro de si que se deve olhar e não para fora uma vez que “aqui dentro” ele está mais próximo do que “ali fora”. Por tanto, o rito de exposição do Santíssimo Sacramento não cabe na Santa Missa (salvos os casos pontificais presentes nos textos litúrgicos) pois distancia o fiel desta realidade íntima da presença real de Cristo em si.

Quanto ao número 6, dos gestos alheios às prescrições do Missal Romano.

A IGMR é clara:

42. Os gestos e atitudes corporais, tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do povo, visam conseguir que toda a celebração brilhe pela beleza e nobre simplicidade, que se compreenda a significação verdadeira e plena das suas diversas partes e que se facilite a participação de todos[52]. Para isso deve atender-se ao que está definido pelas leis litúrgicas e pela tradição do Rito Romano, e ao que concorre para o bem comum espiritual do povo de Deus, mais do que à inclinação e arbítrio de cada um.
A atitude comum do corpo, que todos os participantes na celebração devem observar, é sinal de unidade dos membros da comunidade cristã reunidos para a sagrada Liturgia: exprime e favorece os sentimentos e a atitude interior dos presentes.”


Assim, cremos ter justificado conforme o ensinamento da Igreja que: não, Missa de Cura e Libertação NÃO PODE.

segunda-feira, junho 20, 2016

Sabia que um sacerdote católico foi quem propôs a teoria do Big Bang?

                          Albert Einstein e Georges Lemaître (Foto: Domínio Público)
Para muitas pessoas, o pai da teoria do Big Bang (a grande explosão) é o físico russo nacionalizado norte-americano, George Gamov; entretanto, poucos sabem que anos antes esta teoria que busca explicar a origem do universo já tinha sido proposta pelo sacerdote Georges Lemaître.

Hoje, 20 de junho, faz 50 anos do falecimento deste formidável matemático que, desde muito jovem, descobriu sua vocação de religioso e cientista.

O Pe. Lemaître nasceu em Charleroi (Bélgica), em 1894. Era filho de um médico e desde a sua infância se distinguiu por sua habilidade para as matemáticas e seu espírito curioso. Uma atração pelas ciências que enriqueceu com a sua vocação sacerdotal.

Graças aos seus estudos, na década de 1920 teve a intuição de que o universo tinha uma história e se encontrava em evolução; opondo-se assim à concepção de todos os cientistas da época, especialmente Albert Einstein que estava convencido da teoria do universo estático, imutável e eterno.

Como explica o cientista Eduardo Riaza, Lemaître não teve inconvenientes em supor um universo com um passado infinito. Seus estudos de filosofia baseados em Aristóteles e Santo Tomás de Aquino lhes mostraram que sua abordagem não contradizia sua crença em um Deus criador do mundo, já que o universo criado não necessita de um começo no tempo.

“Conhecemos a origem do cosmos por meio da Revelação Divina, mas em teoria nada impediria que Deus tivesse criado o universo desde sempre. Embora o tempo fosse infinito – tanto no passado como no futuro –, não deixaria de ter uma causa”, precisa.

Assim, em 1930, Georges Lemaître propôs um modelo de universo sob o nome de hipótese do “átomo primordial” ou “ovo cósmico”, o qual mais tarde ficou conhecido como o Big Bang. Sua reflexão se apoio em dados registrados pela observação dos espectros de certas galáxias recentemente descobertas.

Segundo o sacerdote, a história do universo é dividida em três períodos.

O primeiro é chamado “a explosão do átomo primitivo”, segunda a qual, há cinco bilhões de anos existia um núcleo de matéria hiperdensa e instável que explodiu sob a forma de uma super-radioatividade. Esta explosão se propagou durante um bilhão de anos e os astrônomos percebem seus efeitos nos raios cósmicos e nas emissões X.

Depois, vem o período de equilíbrio ou o universo estático de Einstein. Afirma que finalizada a explosão, estabelece-se um equilíbrio entre as forças de repulsão cósmicas na origem do acontecimento e as forças de gravitação. Durante esta fase de equilíbrio, que dura dois bilhões de anos, formam-se os nós e nascem as estrelas e galáxias.

Finalmente, seguem os períodos de expansão, iniciados faz dois bilhões de anos. Afirma que o universo se encontra em expansão a uma velocidade de 170 km por segundo de maneira indefinida.

Em 1933, durante um ciclo de palestras organizadas pelo Prêmio Nobel de Física, Robert Andrews Millikan, no qual estiveram tanto Lemaître como Einstein, este último aceitou que o universo se expandia. No entanto, nunca admitiu que o cosmos poderia ter tido um começo; sempre acreditou que Lemaître queria introduzir a criação divina na ciência.

Por sua parte, o sacerdote nunca tentou explorar a ciência em benefício da religião, pois estava convencido de que ambas conduzem à verdade por caminhos diferentes.

“O cientista cristão [...] tem os mesmos meios que seu colega não crente. Também tem a mesma liberdade de espírito [...]. Sabe que tudo foi feito por Deus, mas também sabe que Deus não substitui suas criaturas [...]. A revelação divina não nos ensinou o que éramos capazes de descobrir por nós mesmos, ao menos quando essas verdades naturais não são indispensáveis para compreender a verdade sobrenatural. Portanto, o cientista cristão avança livremente, confiante de que sua pesquisa não pode entrar em conflito com sua fé”, disse em uma ocasião.

O Pe. Lemaître nunca buscou honras nem reconhecimentos, embora diversas republicações e traduções de seus artigos sobre o átomo primordial a partir de 1933 o colocaram no topo da física mundial.

Em 1948, Georges Gamov propôs uma nova descrição do começo do universo; e embora seja considerado hoje como o pai da teoria do Big Bang, as linhas mestres estavam nitidamente presentes na cosmologia do Pe. Lemaître.

Durante sua vida, obteve diversos cargos na Pontifícia Academia das Ciências, sendo assessor pessoal do Papa Pio XII e presidente da mesma em 1960.

Em 1979, durante o discurso do Papa São João Paulo II à Pontifícia Academia das Ciências por ocasião da comemoração do nascimento de Albert Einstein, citou algumas palavras do Pe. Lemaître sobre a relação entre a Igreja e a ciência:

“Precisaria a Igreja da ciência? Certamente que não, a cruz e o evangelho bastam-lhe. Mas ao cristão nada de humano é alheio. Como poderia a Igreja desinteressar-se da mais nobre das ocupações estritamente humanas: a busca da verdade?”.

Fonte: acidigital 

sexta-feira, junho 17, 2016

O Dom de Línguas por São Tomas de Aquino


Os hereges pentecostais (aqui podemos incluir, além dos protestantes os pseudo-católicos da RCc), defendem que a glossolalia praticada por eles constitui um reavivamento do miraculoso “falar em línguas” dos tempos apostólicos.

Afetados por uma grave e profunda anestesia intelectual os pentecostais adoram enrolar a língua para impressionar as mentes incultas e impressionáveis. Histéricos e sentimentais, os pentecostais se gabam de manifestarem o dom do Espírito Santo, enrolando “epileticamente” a língua como sinal da presença da ação do Espírito. Enganam-se a si mesmos, senão enganados por um espírito diabólico.

Santo Tomás de Aquino, ao comentar o Capítulo XIV da primeira carta de São Paulo aos Coríntios, escreveu:


“Quanto ao dom de línguas, devemos saber que como na Igreja primitiva eram poucos os consagrados para pregar ao mundo a Fé em Cristo, a fim de que mais facilmente e a muitos se anunciasse a palavra de Deus, o Senhor lhes deu o dom de línguas” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pag 178.)

Vê-se, portanto, que o dom de línguas foi dado aos primeiros cristãos para que anunciassem a religião verdadeira com mais facilidade. Os Coríntios, por sua vez, desvirtuaram o verdadeiro sentido do dom de línguas:

“Porém, os coríntios, que eram de indiscreta curiosidade, prefeririam esse dom ao dom de profecia. E aqui, por ‘falar em línguas’ o Apóstolo entende que em língua desconhecida e não explicada: como se alguém falasse em língua teutônica a um galês, sem explicá-la; esse tal fala em línguas. E também é falar em línguas o falar de visões tão somente, sem explicá-las, de modo que toda locução não entendia, não explicada, qualquer quer seja, é propriamente falar em língua” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 178-179).

Temos aqui uma consideração importante. Para São Tomás, o “falar em línguas” pode ser entendido de duas formas:

a) falar em uma língua desconhecida, mas existente, como no caso de Pentecostes, no qual pessoas de várias línguas compreendiam o que os apóstolos pregavam.
b) a pregação ou oração sobre visões ou símbolos.E o doutor angélico confirma isso mais adiante:

“ ‘suponhamos que eu vá até vós falando em línguas’ (I Co 14, 6). O qual pode entender-se de duas maneiras, isto é, ou em línguas desconhecidas, ou a letra com qualquer símbolos desconhecidos” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 183.

No que se refere ao uso público do dom de línguas, o Apóstolo determina que ele nunca deve ser usado sem que haja intérprete, ou seja, sem que haja quem explique os símbolos para os que não os compreendem.

Ora, no que diz respeito a “interpretação das línguas”, na Missa, depois da Epístola e do Evangelho, o padre faz o sermão, pelo qual explica os símbolos dos textos sagrados que foram lidos. O sermão é, pois, a ‘interpretação das línguas’ (Epístola e Evangelho) que foram faladas na Missa. Fica, portanto, bastante claro o verdadeiro significado do dom de línguas, que nada mais é do que:

1 – o milagre de pregar o Evangelho numa língua sem a ter estudado ou
2 – o simples fato de usar uma linguagem simbólica na vida espiritual, seja na oração particular, seja na oração pública, sendo que nesta última é necessário alguém que “interprete as línguas”, ou seja, que explique o significado dos símbolos ao povo, função dos ministros da Igreja.

Haja vista que a primeira forma de falar em línguas é suficientemente clara – ou seja, que é um milagre pelo qual uma pessoa, que tem por ofício pregar às almas, fala numa língua existente sem nunca a ter estudado – consideremos a segunda forma de manifestação desse dom, segundo São Tomás. Neste caso, falar em línguas é uma simples predicação numa linguagem pouco clara, como, por exemplo, falar sobre símbolos, visões, em parábolas, etc:

“(…) se se fala em línguas, ou seja, sobre visões, sonhos (…)” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 208.).


E ainda:
[lhes falarei] “ ‘Em línguas estranhas’, isto é, lhes falarei obscura e em forma de parábolas” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 200.


“(…) em línguas, isto é, por figuras e com lábios (…)” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 200.)


Quem assim procede, isto é, usa de símbolos nas práticas espirituais, tem o mérito próprio da prática de um ato de piedade. Caso o indivíduo compreenda racionalmente o que diz, lucra, além do mérito, o fruto intelectual da ação.

Quem reza o Pai-Nosso, por exemplo, mesmo sem compreender perfeitamente o valor de suas petições, tem o mérito próprio da boa ação de rezar. Por outro lado, quem reza o Pai-Nosso com o conhecimento de seu significado mais profundo, lucra, além do mérito, a consolação intelectual da compreensão de uma verdade espiritual. Por esse motivo, São Paulo exorta aos que “falam em línguas” – ou seja, que usam símbolos nos atos de piedade – para que peçam também o dom de “interpretar as línguas”, quer dizer, de compreender o que diz por meio simbólico, afim de que possa ganhar, além do mérito, a compreensão racional do ato.

Comentado o versículo 27, no qual São Paulo exorta que não falem em línguas mais que dois ou três durante o culto público, diz São Tomas:

“É de notar-se que este costume até agora (…) se conserva na Igreja. Por que as leituras, epístolas e evangelhos temos em lugar das línguas, e por isso na Missa falam dois (…) as coisas que pertencem ao dom de línguas, isto é, a Epístola e o Evangelho” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 208..)

Para São Tomás, a leitura da Epístola e do santo Evangelho, na Missa, são a forma de “falar em línguas” que a Igreja conservou dos tempos apostólicos! Nada mais contrário ao delírio pentecostal carismático!

Que caiam de vez as heresias dos 4 jovens que se sentavam com anglicanos para praticar heresias e vieram para a igreja católica como um presente de Troia/Lutero.  

quarta-feira, junho 15, 2016

Em busca do milagre pessoal e a deficiência da solidariedade moderna


Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar.' Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: 'Eu quero, fica purificado.'E, imediatamente, a lepra o deixou.  E Jesus recomendou-lhe: Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura.  Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouví-lo e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração. São Lucas 5,12-16

Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar. Esse é o apelo de um leproso que, caído sobre os pés de Jesus, clama por sua cura, uma cura que o salva de todos os preconceitos daquela época, uma cura que o salva de todas as questões sociais que o excluíam da sociedade enquanto leproso.

A lepra tanto naquela época quanto nos dias de hoje, é uma questão que exclui as pessoas do nosso meio. Quando nos deparamos com um leproso, a primeira ação é nos escondermos e distanciar-se daquela pessoa, condenando-as como se fossem um ser sem utilidade para nossa sociedade, não conseguimos ver o exemplo de Jesus, que é estender as mãos para ajudar os necessitados.

Quando agimos dessa forma, sem estender as mãos para ajudar aquele que sofre, não conseguimos levar a imagem de Cristo até aquela pessoa, pelo contrário, fazemos com que aquela pessoa se afaste de nós, sendo assim, nos tornamos os verdadeiros leprosos, leprosos espiritualmente, que faz com que os enfermos se afastem do nosso meio, pois eles olham em nossas atitudes, um ato de ante-humildade e sem misericórdia para com os necessitados, eles olham uma imagem de um ser com atitudes que em nada ajuda no progresso das questões sócias de hoje.

No evangelho de Lucas, percebemos que a fama de Jesus logo se espalhou por todos os lados, sendo assim, multidões corriam atrás Dele em busca de alguma cura, as pessoas queriam um milagre. Mais Jesus fez uma atitude da qual devemos nos questionar. Jesus se retirava para lugares solitários e se entregava a oração total. Este gesto de Jesus, pode ser refletido de uma forma bem compreensível nos dias atuais. As pessoas começaram a procurar Jesus para encontrar a cura de suas enfermidades, mas, muitas dessas pessoas só iam atrás de Jesus por ocasião dos milagres, e não pela busca da salvação eterna, ou pelo desejo de aceitar o plano de salvação proposto por Deus, pois muitos querem os milagres, e poucos querem a salvação eterna.

E nós, como estamos buscando Jesus, será que estamos buscando Ele só pelas curas e milagres, será que somos aqueles que só recorrem a Deus nos momentos de dificuldades?

Irmãos e irmãs, devemos buscar compreender as necessidades do nosso coração, devemos buscar compreender que não são os nossos desejos que nos aproximam da santidade, pois buscar a santidade para alcançar a vida eterna, é deixar-se ser guiado pela Luz de Cristo, se não fazemos isso, estamos enganando a nós mesmos. Busquemos os exemplos dos santos, mas nunca querendo ser a copia dos santos, mas sim, deixando-se ser copia de nós mesmos por meio de nossas obras, pois ainda existe muitas questões que ainda não foram resolvida pelos santos.

Comecemos a deixar que a Igreja nos guie, pois actualmente muitos dos cristãos é que querem guiar a igreja, esquecendo-se, que é Cristo quem nos guia, Ele é a Cabeça deste corpo místico, é Ele quem guia nossa liturgia. Deixemos de criar coisas vindas de nós mesmos, querendo encher os bancos das comunidades, querendo satisfazer os desejos de todos, nem Jesus Cristo agradou a todos, assim, sua igreja nunca irá agradar a todos, pois Ele como cabeça deste corpo místico, nos ensina que devemos agradar a Deus, e não as pessoas, não são as pessoas que fizeram Deus, e sim Deus quem nos fez, e este Deus nos chama a agrada-lo em tudo.  Enquanto ficarmos com o pensamento de agradar as pessoas em tudo, ao ponto de não exortar os erros dos irmãos, continuaremos a ser pessoas que nunca reconhecerão o valor do amor, nunca iremos intender o valor da disciplina, nunca iremos intender o decálogo de Deus, precisamos meditar na ascese com um aprofundamento ortodoxo de nossa igreja. 

Lembre-se, quem quis agradar as pessoas aqui na terra foi o diabo, oferecendo só coisas boas a Jesus, mas Cristo o repreendeu, assim quem quer agradar somente as pessoas e não a Deus, também é repreendido por Cristo. São os nossos gestos e atitudes, que levam outras pessoas querer agradar a Deus.
Paz e bem!

Autor: Gilson Azevêdo - Criador do Blog Católicos Defensores da Fé 

terça-feira, junho 14, 2016

O barco da fé é um dos caminhos para a salvação



Por: Gilson Azevedo



 Evangelho: São Marcos 6,45-52

Imediatamente ele obrigou os seus discípulos a subirem para a barca, para que chegassem antes dele à outra margem, em frente de Betsaida, enquanto ele mesmo despedia o povo. E despedido que foi o povo, retirou-se ao monte para orar. À noite, achava-se a barca no meio do lago e ele, a sós, em terra. Vendo-os se fatigarem em remar, sendo-lhes o vento contrário, foi ter com eles pela quarta vigília da noite, andando por cima do mar, e fez como se fosse passar ao lado deles. À vista de Jesus, caminhando sobre o mar, pensaram que fosse um fantasma e gritaram; .pois todos o viram e se assustaram. Mas ele logo lhes falou: Tranqüilizai-vos, sou eu; não vos assusteis! E subiu para a barca, junto deles, e o vento cessou. Todos se achavam tomados de um extremo pavor, pois ainda não tinham compreendido o caso dos pães; os seus corações estavam insensíveis. 
Mc 6,45-52


O Evangelho de São Marcos nos relata um facto muito importante, o Evangelho nos exorta de um modo especial sobre como caminhar de forma correcta, nos mostra um acontecimento sobre como ter fé no Pai e acreditar com mais força na nossa capacidade de fazer coisas maravilhas em prol do Reino dos Céus.

Marcos nos relata que Jesus convidou os discípulos para subir naquele barco, para que assim pudessem seguir em frente. antes deste relato, 
os discípulos tinham presenciado a multiplicação dos pães e peixes, e isso nos ajuda a refletir melhor sobre a nossa caminha de fé, pois da mesma forma que Jesus convidou os discípulos para subir em um barco, Ele vem convidar a subir neste barco, para que assim, possamos velejar nos quatro cantos do mundo levando a Boa Nova. 



O que representa este barco em nossa vida? 

Esse barco significa a fé, sem fé não podemos ir adiante, este barco é essencial para que possamos caminhar contra as marés deste mundo, lembrem-se da Arca de Noé, pois tudo aquilo que estava dentro dela não foi levado pelo diluvio, isso porque aquela Arca representava a fé, representava uma fé capaz de mover o mundo para salvar vidas. Aquela arca só foi possível existir por meio das obras, sem as obras, a fé é morta, isto é, o barco da vida não existe. Poderia Noé receber tal pedido de Deus e esperar que a Arca se construísse por si mesma? Não! para isso Noé se moveu com tanta força, capaz de construir uma imensa Arca, apenas aceitando o pedido de Deus. Deste modo, somos chamados a ouvir a voz de Deus e por meio da fé que depositamos nEle, nos mover para compartilhar a salvação eterna com todos, é preciso se mexer correr atras daqueles que ainda não subiram no barco da fé em Cristo. 

Cisto é a Luz que vem iluminar os nossos caminhos para enxergarmos a porta da Salvação, que é Ele mesmo. 

Como caminhar contra as marés do mundo actual? 

Caminhar contra as marés deste mundo é cansativo, mais não devemos nos deixar se abater por este cansaço, os discípulos estavam cansados de remar, porque enfrentaram um vento que vinha contrário a eles, mais Jesus ao ver aquela situação, os ensinou a não abaixarem a cabeça quando se rema contrário as coisas deste mundo, Jesus quis mostra-los o valor da fé, pois os discípulos mesmo tendo presenciado a multiplicação dos pães e peixes, ainda não tinham fé o suficiente para acreditar que eles também poderiam fazer o mesmo, e desta forma, Jesus se apresenta ao discípulos andado por sobre as águas.

As águas que o mundo nos oferece, mutias das vezes vem em forma de um diluvio, e querem nos levar para a morte espiritual, mas a exemplo de Jesus, devemos usar a nossa fé para passar por cima destas águas, para que assim possamos praticar obras verdadeiras e concretas. Jesus andou por sobre as águas, e enfrentou a força das correntezas, porém os discípulos ficaram espantados, e se perguntando como Ele fazia aquilo. É deste modo que devemos agir, andar por cima das correntezas deste mundo permitindo que as pessoas se perguntem como conseguimos fazer isso e ao mesmo tempo suportas as chicotadas que o mundo nos oferece. Praticando isso, seremos um reflexo de Cristo para que todos sejam chamados a ter a mesma fé, para qquando chegar o tempo das tempestades, não possam pular deste barco, pois somente os que tem fé permanecem na verdade.

Ter fé não é sentar no sofá e esperar que o prato de comer venha até nós, ter fé, é poder ir aos lugares onde não sabemos, sem ter medo de se confrontar com as injustiças deste mundo, é saber denunciar e praticar meios para que a justiça seja feita, pois o mundo esta sofrendo uma escarces da verdade, e nós como cristãos, temos o dever de anunciar a boa nova, para que a verdade reine nos quatros cantos do mundo. E Para que isso seja feito perfeitamente, devemos ter em mente que s
omente Deus é capaz de nos fazer andar contra as marés deste mundo, mas não basta pedir, temos que levantar e fazer por nós aquilo que Deus faria e faz por nossa humanidade.  

Irmãos e irmãs, que estas palavras adentrem em nosso coração e nos faça crescer na fé, que a cada dia nós possamos sair do comodismo e enfrentar as correntezas deste mundo, sejamos firmes para que os dilúvios da vida não venham nos levar para o precipício do pecado mortal, para que não sejamos os primeiros a pular do barco de Jesus Cristo.  

Que o Espirito Sancto nos inspire sempre na nossa caminhada, e como já dizia São Francisco: “Evangelize sempre, se for preciso use palavras.” Que este belo exemplo de São Francisco nos faça querer usar palavras somente quando realmente for necessário, que nós passamos usar antes de tudo nossas atitudes e gestos diários, para que assim, as pessoas vejam não a nossa pessoa, mais os gestos de Jesus Cristo. Amém!

Na passagem onde reflete sobre os três reis magos que foram foram até Jesus guiados por uma estrela, devemos saber que essa estrela representa a Igreja, mais nem todos querem ir até Jesus sendo guiados por essa estrela, alguns querem seguir Jesus pelo facebook, WhatsApp, etc. estes meios são bons para levar a mensagem do evangelho, mais nunca se deixe pensar que isso é seguir a Cristo. 
Sejamos imitadores deste exemplo, ir até Jesus guiados pela Santa Igreja que Ele mesmo fundou, não sejamos Cristãos sem obras.

Paz e bem!

Autor: Gilson Azevedo - Criador do blog Católicos Defensores da Fé

"Deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos; mas você, vá anunciar o reino o reino de Deus"?



Qual o sentido dessa frase de Jesus em Lucas 9,60

Realmente, esta frase de Jesus é um tanto curiosa, incompreensível, se não for vista dentro do seu contexto, mas isoladamente.

O Evangelho de Lucas é composto de vinte e quatro capítulos.
A partir do capítulo nove, versículo cinqüenta e um (9,51), Lucas começa a mostrar a grande viagem de Jesus a Jerusalém. Essa viagem termina no final do capítulo dezenove, quando ele entra na cidade.

Esses capítulos são a parte mais original de Lucas e trazem uma das chaves para ler e compreender esse evangelho. Você estimado leitor, já teve o privilégio e oportunidade de ler o Evangelho de São Lucas? Ainda não?!! Que pena!!!

Nestes dez capítulos que acabei de citar, Lucas afirma que Jesus está a caminho, e aqueles que o seguem constroem com ele uma nova história. Essa viagem à Jerusalém representa a própria caminhada de Jesus com a humanidade rumo à vida plena. É uma caminhada difícil, cheia de desafios e enfrentamentos, incluindo morte e ressurreição.

Ao longo dessa caminhada as pessoas são provocadas a tomar uma posição a favor ou contra Jesus. É impossível ficar em cima do muro. O resultado da provocação Lucana é este: quem anda com Jesus caminha para a vida; quem o rejeita está se afastando do caminho que conduz à vida. Repito uma vez mais, vale a pena a leitura atenciosa e meditativa desses capítulos.

A expressão "deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos; mas você, vá anunciar o Reino de Deus" está no começo dessa longa caminhada de Jesus com aqueles que estão dispostos a segui-lo. Para iniciar a viagem com ele é necessário estar pronto a enfrentar riscos, é o que nos garante o evangelista São Lucas. De fato, três pessoas manifestaram o desejo de caminhar com Jesus, mas cada uma delas pretendia ter garantias ou seguranças antes de partir. A primeira pessoa que desejava caminhar com Jesus buscava segurança. A fama de Jesus o entusiasmava e satisfazia seus próprios interesses, ela estava em busca de conforto.

Mas Jesus o desanima, quando diz: As raposas tem tocas e os pássaros tem ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça" (Cf Lc 9,58). A pessoa estava em busca de conforto e segurança e Jesus lhe diz que seu caminho é feito de incertezas e despojamento total.

Vem, a seguir, outra pessoa que deseja caminhar com ele, mas pede tempo para sepultar o próprio pai. E Jesus lhe diz para deixar os mortos enterrarem os próprios mortos. Ou seja: prioridade absoluta no seguimento de Jesus. Não eleger outras prioridades e só depois, se sobrar tempo e vontade, segui-lo. Os mortos nesse caso não são os defuntos em sentido material, e sim as pessoas que não seguem Jesus. São os que decidiram "morrer" para o Reino, ou seja, não se comprometeram. Estes sim, podem se ocupar com o enterro de um defunto. Procissão do enterro, na Sexta-Feira da Paixão que o diga!!!

Jesus é muito exigente para com os que pretendem caminhar com ele. Ele não quer que as pessoas adiem indefinidamente a própria decisão de segui-lo e anunciar o Reino.

Nessa mesma direção vai a resposta de Jesus à terceira pessoa que está disposta a caminhar com ele, mas pretende antes despedir-se da família. Os laços familiares são, sem nenhuma sombra de duvidas, uma coisa importantíssima, necessária. Todavia, no evangelho de Lucas, Jesus afirma que há uma família maior a ser considerada: a família dos que se comprometem com sua palavra: "Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática" (Cf Lc 8,21; 11,27-28). Ainda hoje existem famílias que de alguma forma impedem seus filhos de seguir o próprio caminho indicado por Deus.

Jesus não foi grosseiro ou descortês com essas pessoas. Foi, ao contrário, exigente, sem esconder os desafios que o compromisso com ele comporta. Para segui-lo se faz necessário abandonar a segurança de ter uma casa. Mais ainda: é preciso por em segundo lugar aquilo que prezamos - por exemplo, os laços familiares -, pois a caminhada com ele é longa e cheia de desafios. Cristo exige dos seus seguidores três qualidades: A) Disponibilidade total; B) Desprendimento (renunciar as seguranças humanas); C) Perseverança (não voltar atrás).

No fim da caminhada, Jesus vai enfrentar os donos do poder político, econômico, ideológico e religioso. O enfrentamento será difícil e, como conseqüência de sua missão, ele vai ser morto.

A pergunta que permanece de pé é esta: Será que seus seguidores (cristãos) estão prontos a caminhar com ele? Qual é a nossa resposta ao convite de Jesus? Será que Ele pode contar de fato, com cada um de nós?


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Fonte inspiradora:
- Evangelho de São Lucas, caps. 9,51-19,48
- José Bortolini, Tire suas dúvidas sobre a Bíblia, pág. 189-190. Colaboração: Pe. Reinaldo

Não gosto dos meus padrinhos, posso troca-los por alguém que eu goste?



O batizado pode ser anulado? Posso batizar duas vezes? Tem como mudar os padrinhos de batismo do meu filho? Posso batizar novamente? Posso mudar de padrinhos?


Queremos responder a estas questões relativas ao batismo, pois foram seis perguntas dentro do mesmo assunto e com as mesmas dúvidas. A questão que todos querem saber é: Pode-se batizar duas vezes, ou batizar de novo? A dúvida é por causa da falta de relacionamento e indiferença dos padrinhos com relação aos seus afilhados, não tanto por causa da fé mesma.

Vou iniciar a minha resposta citando o Apóstolo São Paulo na Carta aos Efésios: “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos e por todos e em todos” (Ef 4,5-6). Esta seria em síntese a resposta, não precisaria de nenhum esclarecimento, porém vamos aprofundar um pouco mais.

Antes vamos saber o que é o Sacramento do Batismo. “O santo Batismo é o fundamento de toda vida cristã, a porta da vida no Espírito e a porta que abre o nosso acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos regenerados pela água na Palavra” (Catecismo da Igreja católica, 1213).

Outro aspecto importante sobre o Sacramento do Batismo é o fato de que ele é um sacramento que imprime caráter, isto é, nos marca para a vida toda. Assim expressa o Catecismo da Igreja Católica, no número 1272: “Incorporado em Cristo pelo Batismo, o batizado é configurado com Cristo. O Batismo marca o cristão com um selo espiritual indelével (charactere) da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por nenhum pecado, embora o pecado impeça o Batismo de produzir frutos de salvação. Ministrado uma vez por todas, o Batismo não pode ser repetido (grifo nosso)... “O ‘selo do Senhor’ (dominicus character) é o selo com qual o Espírito Santo nos marcou ‘para o dia da redenção’(Ef 4, 30). ‘O Batismo é, efetivamente, o selo da vida eterna’. O fiel que tiver ‘guardado o selo’ até ao fim, quer dizer, que tiver permanecido fiel às exigências do seu Batismo, poderá partir ‘marcado pelo sinal da fé’, com a fé do seu Batismo, na expectativa da visão bem-aventurada de Deus – consumação da fé – e na esperança da ressurreição.

As dúvidas das pessoas giraram em torno da questão dos padrinhos, assim, é importante recordar que o padrinho e a madrinha são pessoas escolhidas para ajudar os pais na educação da fé de seus filhos, por isso se requer deles a confissão e a vivência da fé segundo o que ensina a Igreja Católica e não somente uma fé vaga em Deus, em algo superior, mas uma fé compromissada com a comunidade. Dar atenção, dar presentes estas são questões secundárias. Por outro lado uma vez que a pessoa se torna adulta, ela mesma poderá aprofundar a sua fé, buscar viver dignamente o seu batismo independentemente dos padrinhos. Outro aspecto importante é que na escolha dos padrinhos é preciso que os pais se preocupem em dar aos filhos padrinhos e madrinhas que vivam realmente a fé e não só escolher porque são amigos, parentes, pessoas influentes.

Ser padrinho e madrinha é uma responsabilidade muito grande, pois temos de falar antes pelo nosso testemunho, antes que por nossas palavras. Muitas vezes é bom que rejeitemos o convite se percebermos que não seremos capazes de cumprir a nossa missão.

Outra dúvida que surgiu é sobre a condição para ser padrinho e madrinha. Alguém perguntou sobre pessoas amasiadas. Primeiro, se a pessoa é separada, divorciada e não está em uma segunda união, isto é, não está amasiada com outra, ela pode ser padrinho ou madrinha. Se estiver em outra união, não pode. Não é a Igreja que exclui, é a própria pessoa que se exclui quando não observa o que Jesus disse no Evangelho: “o que Deus uniu o homem não separe” (cf. Mc 10,9-12; Mt 19,6). E em outra passagem: Quem se divorciar de sua mulher (marido) e se unir a outra (outro) comete adultério(cf. Mt 5,31-32) E adultério é pecado elencado na lista dos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Quem está amasiado está fora da comunhão da Igreja. Deus realmente não exclui ninguém e nem a Igreja, nós nos excluímos a nós mesmos quando decidimos virar as costas para a Palavra de Deus e escolhemos viver no pecado.

Há uma parábola no Evangelho que diz que um Rei preparou um banquete para os seus amigos, quando chegou a hora seus amigos não compareceram, então ele mandou chamar a todos que fossem encontrados pelos caminhos, pobres, aleijados, etc. A sala do banquete ficou repleta, porém o rei percebeu que um não esta trajado de acordo para o banquete, então ele mandou expulsá-lo. Claro que a roupa é um símbolo, pois na verdade aquele homem não estava preparado, não era digno de participar do banquete. Ele mesmo se excluiu quando não se preocupou em se preparar para estar de acordo com o evento para o qual fora convidado (Leia Mt 22,1-13, especialmente o versículo 12).


O papa Bento XVI citando São Gregório Magno nos recorda “numa das suas homilias, perguntava-se: Que gênero de pessoas são aquelas que vêm sem hábito (veste) nupcial? Em que consiste este hábito (veste) e como se pode adquiri-lo? Eis a sua resposta: Aqueles que foram chamados e vêm, de alguma maneira têm fé. É a fé que lhes abre a porta; mas falta-lhes o hábito nupcial do amor. Quem não vive a fé com amor, não está preparado para as núpcias e é expulso” (Homilia na Missa da Ceia do Senhor, 2011). Assim, há muitas pessoas que tem fé, mas não tem amor, respeito para com a Palavra de Deus, quer manipulá-la a seu favor, justificar-se diante dela. Muitas vezes são estes os candidatos a padrinhos e madrinhas que apresentamos ou que se nos apresentam, pessoas que crêem vagamente em um Deus que não sabem bem quem Ele é, que não aceitam aquilo que a fé católica ensina, que se esquecem de que a Igreja é continuadora da missão de Cristo. Professar a fé católica é aceitar tudo quanto a Igreja ensina e não apenas o que se acha certo, ou o que nos convém.

É bom recordar que para ser padrinho e madrinha há que se observar o que prescreve o Código de Direito Canônico: “Para que alguém seja admitido como padrinho, é necessário que: 1° – seja designado pelo batizando, por seus pais ou por quem lhes faz às vezes, ou, na falta deles, pelo próprio pároco ou ministro, e tenha aptidão e intenção de cumprir esse encargo; 2° – Tenha completado dezesseis anos de idade, a não ser que outra idade tenha sido determinada pelo Bispo diocesano, ou pareça ao pároco ou ministro que se deva admitir uma exceção por justa causa; 3° – seja católico, confirmado, já tenha recebido o santíssimo sacramento da Eucaristia e leve uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir; 4° – não tenha sido atingido por nenhuma pena canônica; 5° – não seja pai ou mãe do batizando (CIC, Cân. 874).

Assim, não se pode repetir o batismo, não tem como trocar de padrinhos. Para os que atingiram a maturidade recomendo que procurem aprofundar a sua fé batismal e, desta forma, não precisará mais dos padrinhos, a pessoa mesma fará a sua caminha de fé, confiando sempre na presença do Espírito Santo que age em nós, se lhe dermos abertura, se lhe abrirmos o nosso coração.

Na sociedade nos são impostas tantas regras, tantas normas, tantas leis e nós docilmente as aceitamos e submetemo-nos a elas, mesmo sem as compreender, creio que também a Igreja deve, tem o direito de estabelecer critérios para receber, aceitar aqueles que, livremente procuram-na e que querem de fato pertencer a ela e não só fazer dos Sacramentos (Sacra = mentum = coisa santa) simplesmente atos sociais, pois o Jesus no Evangelho nos ensina: “NÃO LANCEIS AOS CÃES AS COISAS SANTAS, NÃO ATIREIS PÉROLAS AOS PORCOS...” (Mt 7,6). Os pais e mães que buscam o Batismo para os seus filhos sem assumirem a responsabilidade para com a sua educação na fé, pelo testemunho e pelo ensinamento e os padrinhos e madrinhas que aceitam tal encargo sem se comprometerem em ajudar os pais na sua missão de conduzir os filhos na fé católica, em ajudar afilhados a crescerem na fé, o que estão fazendo é jogando pérolas aos porcos, as coisas santas de Deus aos cães e um dia serão cobrados por isso.

O que é Purgatório e qual a fundamentação Bíblica para crer na sua existência?


O purgatório, segundo a doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana, é o estado no qual os fiéis são purificados depois da morte, antes de entrar no céu. Depois da morte, que é a separação do corpo e da alma, acontece o juízo particular. Ali, a alma é julgada por Deus e tem dois destinos: a eternidade feliz (o céu) ou a eternidade infeliz (o inferno). No céu só entram os puros, e a Palavra é muito clara: "Os puros de coração verão a Deus" (Cf Mt 5,8). O purgatório, então, é uma antessala do ce. As pessoas que morreram arrependidas de seus pecados e se confessaram, não vão para o inferno. O que as leva para lá é a culpa dos pecados, mas estes também tem as penas temporais, que é o estrago que ele próprio causou à pessoa, à sociedade e à Igreja como um todo. Então, essa pessoa tem de passar por um processo de purgamento (daí o nome purgatório; de purificação) para ver a Deus.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz o seguinte: "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tinham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do céu." (Cf CIC § 1030).

 Qual a fundamentação Bíblica para a crença no Purgatório?


Estimado(a) leitor(a), nós católicos não costumamos ter esta preocupação excessiva de fundamentar ao pé da letra com capítulos e versículos bíblicos tudo o que cremos. A fé no purgatório encontra-se na Bíblia em várias passagens. É por todos nós conhecida a passagem clássica de 2Mc 12,41-46 que revela já em Israel uma prática considerada santa e piedosa de rezar pelos falecidos. É claro que nessa passagem bíblica já podemos deduzir que se os falecidos precisam de nossa oração é porque há a possibilidade de se purificar depois de nossa morte dos pecados veniais ou das conseqüências dos pecados cometidos na terra. É bom lembrar ao amigo leitor que esta passagem bíblica só se encontra na Bíblia dos Católicos, outras denominações cristãs (Igreja) recusaram o livro de Macabeus.

Existem outras pase Macabeus.

Existem outras passagens como 1Cor 3,15; 1Pd 1,7 que falam de um "fogo" abrasador e purificador. Este fogo serve para provar o valor das obras de cada um. Outra passagem clássica, Mt 12,31 afirma que a blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado que não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo que há de vir. Este texto é sinal de que há pecados que podem ser perdoados no século futuro. Mas a observação inicial é muito importante. Não são estes textos esparsos que dão origem a uma doutrina sobre o purgatório, mas o bom senso da consciência eclesial que, ao ler a Escritura no seu conjunto, percebe que ela sugere muito mais coisas do que se pode conter em pequenos vasos.

A Bíblia claramente afirma que o julgamento vem depois da morte (Cf Hb 9,27), no qual seremos julgados pelos atos feitos por meio do corpo (Cf 2Cor 5,10). Jesus ensinou que é impossível ao ímpio escapar dos tormentos para entrar no conforto dos fiéis (Cf Lc 16,25-26).
A palavra purgatório não aparece de forma explicita na Bíblia, mas podemos e devemos acreditar que ele existe, inclusive é um dogma de fé da Igreja.

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Fonte inspiradora: - Sagrada Escr
itura

- Catecismo da Igreja Católica - CIC §1030; §1031; §1032

Colaboração: Pe. Reinaldo

Jesus nasceu em Belém ou em Nazaré?


A proximidade do Natal é ocasião propícia para respondermos a esta pergunta, que na verdade, eu nunca tinha parado para pensar sobre este fato. Eu vou responder esta curiosa pergunta, desta vez, com a Bíblia Sagrada na mão. O nascimento de Jesus, em Belém, para onde São José e Nossa Senhora foram alistar-se é atestado pelo Evangelho de São Mateus (Cf 2,1), como cumprimento de uma profecia do Profeta Miquéias (Cf. Mt 2, 5-6 ; Mq 5,1). No entanto, Jesus é chamado “O Nazareno” (Cf Mc 14, 67; 16,6; Jo 18,5). Por que será ? São duas as razões. A primeira se deve ao fato de que sua mãe, Maria, era natural de Nazaré. Como é mesmo que nós cantamos ? “Maria de Nazaré, Maria me cativou ...” e em Nazaré, Jesus passou a maior parte de sua vida, desde a volta do Egito até transferir-se para cafarnaum, no início de sua vida pública (Cf Mt 2, 19-23; 4,13). A segunda, é que, com freqüência, até hoje, os filhos menores tem a naturalidade e o domicílio do lugar onde seus pais moram. Como São José e Nossa Senhora morassem em Nazaré durante a menoridade do filho, Jesus ficou conhecido como Nazareno. Possamos, neste Natal, adorando o mistério da Encarnação, abrir o coração para acolher Jesus, como Maria o acolheu em Nazaré e lhe deu à luz em Belém. [1]


São Mateus disse, de maneira explícita, que Jesus nasceu em “Belém de Judá, no tempo do rei Herodes” (Mt 2, 1; cf. 2, 5.6.8.16) e o mesmo referiu São Lucas (Lc 2, 4.15). O quarto evangelho menciona-o de uma maneira indirecta. Gerou-se uma discussão a propósito da identidade de Jesus e “uns diziam: «Este é verdadeiramente o Profeta». Outros diziam: «Este é o Messias». Alguns, porém, diziam: «Porventura é da Galileia que há-de vir o Messias? Não diz a Escritura que o Messias há-de vir da descendência de David e da aldeia de Belém, donde era David?»” (Jo 7, 40‑42). O quarto evangelista serve-se aqui de uma ironia: ele e o leitor cristão sabem que Jesus é o Messias e que nasceu em Belém. Alguns oponentes a Jesus querem demonstrar que Ele não é o Messias dizendo que, para sê-lo, teria nascido em Belém e, pelo contrário, eles sabem (pensam saber) que nasceu em Nazaré. Este procedimento é habitual no quarto evangelho (Jo 3, 12; 6, 42; 9, 40-1). Por exemplo, quando a mulher samaritana pergunta: “És Tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacob?” (Jo 4, 12). Os ouvintes de João sabem que Jesus é o Messias, Filho de Deus, superior a Jacob, de modo que a pergunta da mulher era uma afirmação dessa superioridade. Portanto, o evangelista prova que Jesus é o Messias, inclusivamente com as afirmações dos seus oponentes.

Este foi o consenso comum entre crentes e investigadores durante mais de 1900 anos. Contudo, no século passado, alguns investigadores afirmaram que Jesus é considerado em todo o Novo Testamento como “o nazareno” (aquele que é, ou que provém de Nazaré) e que a referência a Belém como lugar do nascimento não passa de uma invenção dos dois primeiros evangelistas, que revestem Jesus com uma das características que, naquele momento, se atribuíam ao futuro Messias: ser descendente de David e nascer em Belém. O certo é que uma argumentação como esta não prova nada. No século I diziam-se bastantes sobre o futuro Messias e que não se cumprem em Jesus, mas, tanto quanto sabemos – apesar do que possa parecer (Mt 2, 5; Jo 7, 42) – não parece que a do nascimento em Belém tenha sido umas das que se invocaram mais frequentemente como prova. É antes preciso pensar de modo contrário: é pelo facto de Jesus, que era Nazaré (ou seja, tendo sido criado lá), ter nascido em Belém que os evangelistas descobrem nos textos do Antigo Testamento que se cumpre n´Ele essa qualidade messiânica.

Todos os testemunhos da tradição confirmam, além disso, os dados evangélicos. São Justino, nascido na Palestina por volta do ano 100 d.C., menciona, uns cinquenta anos mais tarde, que Jesus nasceu numa gruta próxima de Belém (Diálogo 78). Orígenes também dá testemunho disso (Contra Celso I, 51). Os evangelhos apócrifos testemunham o mesmo (Pseudo-Mateus, 13; Proto evangelho de Tiago, 17ss; Evangelho da infância, 2-4).

Em resumo, o parecer comum dos estudiosos de hoje, é que não há argumentos fortes para ir contra o que afirmam os evangelhos e nos foi transmitido por toda a tradição: Jesus nasceu em Belém da Judeia no tempo do rei Herodes. [2]
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O padre responde [1]
Opus Dei - perguntas sobre Jesus [2] 

terça-feira, junho 07, 2016

O corpo e sangue de Cristo. O que a bíblia diz?

A presença Real


Sabemos que Nosso Senhor Jesus Cristo está realmente presente, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, no Santíssimo Sacramento, sob a aparência de pão e vinho. Sabemos disso porque a Igreja nos ensina, e porque a Bíblia também o diz.


Vejamos:


No capítulo 6 do Evangelho de São João, vemos Nosso Senhor Jesus Cristo fazendo uma série de coisas preparatórias para o Seu discurso sobre a Eucaristia: primeiro Ele faz o milagre da multiplicação dos pães(Jo 6,5-13), mostrando assim Sua capacidade de modificar miraculosamente as coisas criadas, mais exatamente o pão. Em seguida, Ele caminha por sobre as água (Jo 6,19-20), mostrando Seu controle sobre o Seu próprio Corpo. Estando então demonstradas estas Suas capacidades, Ele faz o Seu discurso eucarístico (Jo 6,27-59). 


Ele inicia este discurso afirmando que devemos buscar não a comida que perece (isto é, os alimentos do dia a dia), mas aquela que dura até a Vida Eterna, que Ele nos dará (Jo 6,27). Em seguida Ele trata do maná, prefiguração da Eucaristia, e afirma com todas as letras que o maná não era o verdadeiro Pão dos Céus; o verdadeiro Pão dos Céus é Ele (Jo 6,31-40). 


Os judeus, porém, não acreditaram, e começaram a murmurar contra Ele. Ele então reafirma ser Sua Carne o verdadeiro pão dos Céus (Jo 6,41-51). Os judeus, então, ficam completamente escandalizados, e perguntam como Ele poderia dar a Sua Carne a comer. Note-se que o verbo que é usado na pergunta deles, no Evangelho segundo S. João, é o verbo "phagein" (comer, deglutir). Nosso Senhor então responde reafirmando o que já dissera, usando porém palavras ainda mais fortes. Ele diz que quem não comer a Sua Carne e não beber o Seu Sangue não terá a vida eterna, e afirma que Sua Carne é verdadeiramente uma comida e Seu Sangue verdadeiramente uma bebida (Jo 6, 52-59). O verbo que é usado nesta resposta não é mais o verbo "phagein", mas o verbo "trogô", que significa mastigar, dilacerar com os dentes. Ele está mostrando que não é uma parábola, não é um simbolismo. É, como Ele diz, "verdadeiramente uma comida" e "verdadeiramente uma bebida"(Jo 6,55), que deve ser mastigada, dilacerada com os dentes.


Muitos daqueles que O seguiam, então, não suportaram as palavras de Nosso Senhor. Ele, porém, não retirou o que dissera. Afirmou, ao contrário, que é o "espírito" (as palavras que dissera - Jo 6,60-65) que vivifica, não a "carne" (as opiniões das pessoas apegadas ao mundo). Muitos dos que antes O seguiam, então, se retiraram e não mais andaram com Ele, por não suportarem Seu ensinamento sobre a Eucaristia. Note-se, como curiosidade, que o versículo que conta isso (Jo 6,66) é o único versículo "666" de todo o Novo Testamento...


Os Apóstolos também receberam então de Nosso Senhor um ultimato: ou aceitavam Suas palavras ou iam embora também eles. São Pedro, o primeiro Papa, falando em nome de toda a Igreja, disse então que não se afastariam d'Ele.


O Evangelho segundo S. João, onde lemos este belo e forte discurso do Senhor, é o único Evangelho que não traz a narrativa da instituição da Eucaristia. Por que isso acontece? Porque S. João o escreveu muito depois dos outros Evangelhos (por volta do ano 90 d.C.); a narração da instituição da Eucaristia já era conhecida por todos os cristãos. Era, porém, necessário reafirmar a verdadeira Doutrina ensinada por Cristo acerca de Sua Carne e Seu Sangue, pois havia já naquele tempo hereges que negavam o valor da Eucaristia. A estes respondia S. João.


Nas narrativas da instituição da Eucaristia (Mt 26,26s; Mc 14,22s; Lc 22,19s; I Cor 11,23s) vemos que Nosso Senhor disse que o Pão e o Vinho são Seu Corpo e Seu Sangue ("Isto é Meu Corpo; Isto é o cálice do Meu Sangue). Teria sido perfeitamente possível, dada a riqueza da sofisticada língua grega em que foram escritos os Evangelhos, escrever "isto significa", ou "isto representa". Não é porém isto o que está escrito. Está escrito que "isto é" o Corpo e o Sangue de Cristo. Esta é também, evidentemente, a Fé pregada por São Paulo, quando escreve aos Coríntios que "todo aquele que comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, tornar-se culpado do corpo e do sangue do Senhor... Pois quem come e bebe sem fazer distinção de tal corpo, come e bebe a própria condenação” ( I Cor 11,27-29 ). 


É evidente que o Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo é um acontecimento único, que não precisa jamais ser repetido. Na Santa Missa, não há repetição do Sacrifício; Nosso Senhor não é imolado de novo. A Sua imolação única, porém, passa a estar novamente presente, por graça de Deus, para que possamos, nós também, receber seus frutos quase dois mil anos depois. Note-se que quando Deus mandou sacrificar o Cordeiro da Páscoa no Egito e marcar as portas com seu sangue, Ele também mandou comer da carne do Cordeiro (Ex 12). Ora, o Cordeiro era figura de Cristo, que é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1,29). Não basta o Sacrifício do Cordeiro; temos também que comer Sua Carne.


Louvado seja sempre Nosso Senhor Jesus Cristo!

Autor: Carlos Ramalhete
Livre cópia e difusão do texto em sua íntegra com menção do autor.