segunda-feira, abril 18, 2016

Que opiniões políticas tinha Jesus?


Jesus foi acusado perante a autoridade romana de promover uma revolta política (cf. Lc 23, 2). Enquan­to deliberava, o procurador Pilatos recebeu pressões para que O condenasse à morte por esse motivo: “Se soltas Este, não és amigo de César, porque todo aquele que se faz rei, declara-se contra César” (Jo 19, 12). Por isso, no titulus crucis onde se indicava o motivo da condenação estava escrito: “Jesus Naza­reno, rei dos judeus”.

Os seus acusadores usaram como pretexto a pregação que Jesus realizara acerca do Reino de Deus, um reino de justiça, amor e paz, para O apresentar como adversário político, que poderia acabar por levantar problemas a Roma. Mas Jesus não participou directamente na política nem tomou partido por nenhum dos bandos ou tendências nos quais se perfilavam as opiniões e a acção política das pessoas que então viviam na Galileia ou Judeia.

Isto não quer dizer que Jesus se desentendesse das questões relevantes na vida social do seu tempo. De facto a sua atenção pelos doentes, pobres e necessitados não passaram inadvertidos. Pregou a justiça e, cima de tudo, o amor ao próximo sem distinções.

Quando entrou em Jerusalém para participar na festa da Páscoa, a multidão aclamava-o como Messias gritando à sua passagem: “Hossana ao Filho de David! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana no mais alto dos Céus!” (Mt 21, 9). No entanto Jesus não respondia às expectativas políticas que o povo colocava no Messias: não era um líder guerreiro que viesse mudar pelas armas a situação em que se encontravam, nem tão pouco foi um revo­lucionário que incitasse uma revolta contra o poder romano.

O messianismo de Jesus só se entende à luz das passagens do Servo Sofredor, de quem Isaías tinha profetizado (Is 52, 13-53, 12) que se entrega à morte para a redenção de muitos. Assim o entenderam claramente os primeiros cristãos ao reflectir, movidos pelo Espírito Santo, sobre o sucedido: “Cristo também sofreu por vós deixando-vos o exemplo, para que sigais as Suas pisadas. Ele que não cometeu pecado, «e em cuja boca não se encontrou a menti­ra»;quando O injuriavam, não injuriava, sofrendo, não ameaçava, mas entregava-Se ao justo Juiz; foi Ele mesmo que levou os nossos pecados em Seu corpo, sobre o madeiro, a fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: «por Suas chagas fostes curados». Porque vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora vos convertestes ao Pastor e Guarda das vossas almas” (1 Pe 2, 21-25).

Nalgumas biografias recentes de Jesus faz-se notar, ao considerar a sua atitude perante a política do mo­mento, a variedade existente entre os homens que escolhe para serem Apóstolos. É costume citar Simão, chamado Zelote (cf. Lc 6, 15), que – como indicaria o seu próprio apelido – seria um nacio­nalista radical, empenhado na luta pela independência do povo frente aos romanos. Alguns especialistas nas línguas da zona também apontam Judas Iscariotes, cujo apelido, iskariot, parece ser uma transcrição grega popular da palavra latina sicarius, o que o identificaria como simpatizante do grupo mais extre­mista e violento do nacionalismo judaico. No entanto, Mateus exercia o ofício de cobrador de impostos para a autoridade romana, «publicano», ou colaboraci­onis­ta com o regime político estabelecido por Roma, o que naquela altura se considerava equivalente. Outros nomes, como Filipe, denotariam a sua procedência do mundo helenístico que estava muito estabelecido na Galileia.

Estes dados podem ter alguns detalhes discutíveis ou associar alguns desses homens a posições políticas que só ganharam força décadas depois, mas em qualquer caso são bem ilustrativas do facto de no grupo dos Doze existirem pessoas muito variadas, cada um com as suas próprias opiniões e posicio­namentos, que tinham sido chamados a uma tarefa – própria de Jesus – que transcendia a filiação política e a condição social de cada um deles.

Bibliografia: José María Casciaro, Jesucristo y la sociedad política (Palabra, Madrid, 1973) 56-59; J. Gnilka, Jesús von Nazareth. Botschaft und Geschichte,Herder, Freiburg 1990 (ed. esp. Jesús de Nazaret, Herder, Barcelona 1993); A. Puig, Jesús. Una biografía, Destino, Barcelona 2005; F. Varo, Rabí Jesús de Nazaret, BAC, Madrid 200
5.

Fonte: OpusDei

Jesus quis realmente fundar uma Igreja?



A pregação de Jesus dirigia-se em primeiro lugar a Israel, como ele mesmo o disse aos que o seguiam: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15, 24). Desde o começo da sua actividade convidava a todos à conversão: “Comple­tou-se o tempo e aproxima-se o Reino de Deus; arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 15). Mas essa chamada à conversão pessoal não se percebe num contexto individualista, mas tem como objectivo reunir continuamente a humanidade disper­sa para constituir o Povo de Deus que tinha vindo salvar.

Um sinal evidente de que Jesus tinha a intenção de reunir o povo da Aliança, incluindo a humanidade inteira, para cumprir das promessas feitas ao seu povo, é a instituição dos doze apóstolos, à frente dos quais coloca Pedro: “Os nomes dos doze Apóstolos são estes: O primeiro é Simão, também chamado Pedro, depois André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu e Tadeu; Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou” (Mt 10, 2‑4; cf. Mc 3, 13-16; Lc 6, 12-16) (veja-se a pergunta Quem foram os doze Apóstolos?). O número doze faz referência às doze tribos de Israel e manifesta o significado desta iniciativa de congregar o povo santo de Deus, a ekkesía Theou: eles são os alicerces da nova Jerusalém (cf. Ap 21, 12-14).

Um novo sinal dessa intenção de Jesus foi ter-lhes confiado na Última Ceia o poder de celebrar a Eucaristia que instituiu naquele momento (veja-se a pergunta O que aconteceu na Última Ceia?). Deste modo, transmitiu a toda a Igreja, na pessoa daqueles Doze que estão à frente dela, a responsabilidade de ser sinal e instrumento da reunião começada por Ele e que devia dar-se nos últimos tempos. Com efeito, a sua entrega na Cruz, antecipada sacramentalmente nessa Ceia, e actualizada cada vez que a Igreja celebra a Eucaristia, cria uma comunidade unida na comunhão com Ele mesmo, chamada a ser sinal e instrumento da tarefa por Ele iniciada. A Igreja nasce, pois, da doação total de Cristo pela nossa salvação, antecipada na instituição da Eucaristia e consumada na Cruz.

Os doze Apóstolos são o sinal mais evidente da vontade de Jesus sobre a existência e a missão da sua Igreja, garantia de que entre Cristo e a Igreja não há contraposição: são inseparáveis, apesar dos pecados dos homens que compõem a Igreja.

Os Apóstolos eram conscientes, porque assim o tinham recebido de Jesus, de que a sua missão se haveria de perpetuar. Por isso se preocuparam em encontrar sucessores, para que a missão que lhes tinha sido confiada continuasse depois da sua morte – tal como testemunha o livro dos Actos dos Apóstolos. Deixaram uma comunidade estruturada através do ministério apostólico e guiada pelos pastores legí­timos, que a edificam e a sustentam na comunhão com Cristo e com o Espírito Santo, na qual todos os homens estão chamados a experimentar a salvação oferecida pelo Pai.

Nas cartas de São Paulo consideram-se, portanto, os membros da Igreja como “concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo pedra angular o próprio Cristo Jesus” (Ef 2, 19-20).

Não é possível encontrar Jesus quando se prescinde da realidade que Ele criou e na qual se comunica. Entre Jesus e a sua Igreja há uma continuidade profunda, inseparável e misteriosa, em virtude da qual Cristo se faz presente hoje no seu povo.



Bibliografia: Bento XVI, Audiências gerais das quartas-feiras 15, 22 e 29 de Março de 2006.


Fonte: opusdei

terça-feira, abril 12, 2016

QUAL O MENTIROSO? Jesus Cristo ou Martinho Lutero?


Disse Jesus a Pedro: - “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno (os seres e as paixões) não prevalecerão contra ela” (Mat. XVI,18). E, mais explícito e categórico ainda, o Cristo prossegue: - “Foi-me dado todo o poder no céu e na terra; ide, pois, (revestidos deste poder), e instruí a todos os povos... ensinando-os a observar as coisas que vos
tenho mandado. E eis que ESTOU convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. (Mat.28,18-20).
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Nada mais claro e positivo. O Cristo, Deus, estará com o chefe dos Apóstolos até ao fim dos tempos. Quer isto dizer que a Igreja existirá eternamente na pureza e na firmeza de sua fé, que será infalível, pois jamais sucumbirá ao peso das falsidades e paixões. Tal é a forma promessa de Jesus. No entanto, Lutero e, após ele, os seus filhos e netos, denominados protestantes, falam que a instituição de Cristo decaiu de sua altura divina, tornando-se um antro de vícios e explorações. E, por isso, quis o monge de Wittemberg reformá-la.
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Qual, pois, o mentiroso? O Divino Mestre ou o frade revoltoso e os seus asseclas?
Raciocinemos. Se a Igreja sucumbiu, pela influência do erro e das paixões, como afirmam, então temos três enormes mentiras atribuídas a Jesus:
1ª.: as portas do inferno prevaleceram contra ela, apesar da afirmação contrária de Cristo;
2ª. : Pedro deixou de ser PEDRA, para se fazer lodo;
3ª. :Cristo abandonou a Igreja, depois de garantir que ficaria com ela até o fim dos tempos.
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Respondamos protestantes: qual entre os dois é o mentiroso: Jesus ou Barrabás, Cristo ou Lutero?..
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Retirado do Livro: "O diabo, Lutero e o protestantismo" do Padre Júlio Maria.

segunda-feira, abril 11, 2016

Erros e perigos da Astrologia



É lícito (ou, ao menos, convém) a um católico recorrer às previsões astrológicas?

A maioria das pessoas conhece a Astrologia através dos horóscopos publicados nos jornais. Muita gente lê e acredita nas previsões que são feitas, alguns inclusive seguem as sugestões dadas pelos astrólogos. Mas será que já se perguntaram no que se fundamentam estas previsões? Há base científica? Ou ainda, lembrando que nem tudo pode ser explicado pela ciência, há base racional para a Astrologia? E, fora estas questões, é lícito (ou, ao menos, convém) a um católico recorrer às previsões astrológicas? São questões relevantes, que precisam ser analisadas atentamente e respondidas com precisão. Além do mais, quando se procura entender as origens e as relações da Astrologia com o mundo atual, percebe-se claramente que hoje ela está muito ligada aos movimentos conhecidos por “New Age” ou, Nova Era. No que consiste esta tal de Nova Era?

Segundo os místicos e astrólogos a New Age (Nova Era) é o advento da Era de Aquário. Para eles, estamos no final da Era de Peixes, dominada pelo pensamento cristão repressivo, retrógrado e preconceituoso. O próximo Eon (ou Era) será o fim da dominação cristã e o início de um tempo de luz, tecnologia e paz. Como disse, a filosofia da Nova Era está intimamente ligada à Astrologia e esta, por sua vez, usa uma roupagem falsa de ciência quando utilizada (erroneamente) conceitos da Astronomia.

Tanto a Astrologia quanto a noção de Eras estão relacionadas com os movimentos da Terra. Basicamente a Terra possui três movimentos principais. O primeiro é o de rotação em torno do próprio eixo, que dura aproximadamente 24 horas e determina os dias e as noites. O segundo movimento é o de translação em torno do Sol, que dura um pouco mais que 365 dias. Ele determina quais partes do céu estão visíveis a noite pois, se no movimento da Terra o Sol fica na frente de alguma parte do céu, não podemos vê-la. Temos que esperar alguns meses para estarmos num outro ponto da órbita. Desta forma, falamos de “céu de inverno” e “céu de verão”, por exemplo. Quem gosta de espiar o céu sabe: as três Marias aparecem bem no verão e o Escorpião no inverno. O terceiro movimento é o de Precessão. É o mesmo movimento executado por um pião quando está próximo de parar. É uma pequena oscilação do eixo de rotação.

Portanto, os movimentos da Terra determinam que partes do céu podemos ver em cada época do ano e em cada momento do dia e da noite. Para demarcar o céu e as estações do ano, os astrônomos o dividiram em regiões. São as constelações. As estrelas de uma mesma constelação não precisam estar ligadas entre si. É apenas uma divisão aparente do céu, para facilitar a localização das estrelas. Atualmente, a União Astronômica Internacional divide o céu em 88 constelações, de tamanhos diversos.

Durante o ano o Sol passa na frente de 13 constelações. São as constelações do Zodíaco. Tenho certeza que você conhece, pelo menos, 12 delas. São os signos, Áries, Peixes, Touro, Escorpião, etc. Não há nada de especial com elas, exceto que o Sol passa pela sua frente. Os astrólogos dizem que seu signo é Peixes, por exemplo, porque o Sol estaria na frente de Peixes de fevereiro a março. Usei este tempo verbal, porque, de fato, o Sol não está na frente de Peixes durante o período que eles falam. É que eles não fazem observações, e também não sabem fazer contas, e parece que não têm vergonha disso.

A Terra gira um pouco inclinada em torno do Sol, por isso ele cruza em março e setembro, o equador celeste, uma linha imaginária que divide o céu em duas calotas, uma norte e outra sul. O ponto exato em que o Sol cruza este equador em março chama-se Ponto de Áries. Hoje, este ponto está sobre a constelação de Peixes, não de Áries. Ele mudou (e continua mudando) de posição por causa do terceiro movimento que citei, da Precessão dos Equinócios. Este movimento tem um período de 25800 anos. Neste tempo, o Ponto de Áries passa por alguns milênios sobre algumas constelações. É daí que os astrólogos tiram a estória das Eras. De Áries este ponto passou para Peixes (agora) e por volta de 2600 estará na constelação de Aquário.

Mas se os astrólogos não sabem nem quando o Sol está de verdade na frente de uma constelação, imagina calcular em que época o Ponto de Áries estará sobre a constelação de Aquário! Alguns dizem que já ocorreu na década de 60, outros que seria em 2011, e os mais precavidos põem a data mais além. Nenhum deles, porém, consulta uma tabela astronômica.

Do ponto de vista filosófico a Astrologia se baseia na ideia de que existem tempos propícios para determinadas atividades e que estudando os ciclos da natureza através dos movimentos celestes podemos conhecer e até prever estes momentos mais favoráveis e usar isto para nosso bem. Como escrevi antes, os astrólogos usam alguns conceitos de astronomia de modo completamente errado e por isso não sabem calcular os “ciclos da natureza”. Independente disso, muitos acham que mesmo assim a filosofia por trás da astrologia faz sentido, pois somos parte integrante de uma natureza muito ampla e estamos integrados a ela. Aí é que a astrologia tem se confundido nos dias atuais com os movimentos Nova Era.

A Astrologia é condenada pela doutrina católica por que é uma forma de adivinhação que se presta a tentar usar poderes ocultos da natureza, lê-se no parágrafo 2116 do Catecismo da Igreja Católica que:

“Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas (…). A consulta aos horóscopos, a astrologia, (…) escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus”. O Catecismo enfatiza ainda mais no parágrafo 2117 que “mesmo que seja para proporcionar a este [o próximo] saúde, são gravemente contrárias à virtude da religião”.

Diversos cientistas já provaram que a Astrologia não funciona, que suas previsões não se tornam realidade e que mesmo que não sejam feitas previsões, o uso dos “tempos propícios” não favorece quem os identifica. Cientificamente dizemos que não há relevância estatística, é um atestado de que não existem estes tempos ou então que, caso existam, não faz diferença conhecê-los, pois não muda nada. Do ponto de vista científico a Astrologia é uma perda de tempo pois é bobagem, do ponto de vista da fé ela é um grave perigo pois nos afasta de Deus, conforme explica o Catecismo. A Astrologia é, portanto, errada e perigosa. Meu signo é a cruz.

Será mesmo que acreditar em Deus “modifica” o nosso cérebro?


Estudo norte-americano aponta que quem acredita em Deus é condicionado pela emotividade e menos capaz de pensar de modo crítico - mas dois especialistas em neurociência o desmentem

Quem acredita em Deus é menos capaz de pensar analiticamente?

Quem acredita em Deus é menos capaz de pensar criticamente do que um ateu?

Um ateu tem pensamento crítico mais desenvolvido que um crente?

É verdade que os crentes têm menos capacidade de pensar analiticamente?

De acordo com um estudo norte-americano, as pessoas que acreditam em Deus seriam condicionadas pela empatia e pela emotividade e teriam menor capacidade de pensar criticamente. No entanto, dois especialistas italianos em neurociência afirmam que não há nenhuma conexão entre a crença em Deus e a maior ou menor capacidade de raciocínio.

“Crer em Deus modifica o cérebro”, afirmaria o estudo publicado pela revista “Plos One“, segundo o qual aqueles que creem em Deus tendem a reprimir uma área usada pelo pensamento analítico e a ativar a área responsável pela empatia.

“Pelo que sabemos sobre o cérebro”, diz o professor Tony Jack, um dos elaboradores desse estudo, “acreditar em algo sobrenatural nos leva a deixar de lado o pensamento crítico para nos ajudar a ter uma compreensão melhor das coisas do ponto de vista social e emotivo” (Adnkronos, 2 de abril).

Analisando oito experimentos diferentes, feitos com grupos de 159 a 527 adultos, os pesquisadores observaram que as pessoas religiosas seriam mais empáticas do que aquelas que não acreditam em Deus. Segundo esses estudiosos, o cérebro usaria uma “rede analítica” de neurônios que permite pensar criticamente e uma “rede social” de neurônios que permite sentir empatia. “Por causa da tensão entre as duas redes, é possível aprofundar o nosso lado social e emocional. Esta poderia ser a chave para explicar por que a crença no sobrenatural é algo que une a história de culturas diferentes”.

Pensamento analítico x empatia

O professor Paolo Maria Rossini, diretor da Área de Neurociências da Policlínica Agostino Gemelli, em Roma, observa que o estudo de Tony Jack foi realizado na Universidade Case Western Reserve, de Cleveland, nos EUA, a partir de publicações anteriores do mesmo grupo de trabalho, que considera que o “pensamento analítico” é frequentemente associado ao ateísmo enquanto um pensamento religioso e transcendente é mais frequentemente ligado a um temperamento socializador e empático.

Um aspecto em comum

Continua Rossini: “Alguns acreditam que estas duas formas de relacionar-se com a realidade e com os outros se contrapõem nitidamente. Em ambos os casos, porém, o pensamento envolve circuitos neurais que passam pelos lobos frontais, estruturas que regulam as emoções, a memória e as capacidades de relacionamento pessoal”.

Ideação e preocupação moral

Os autores do estudo tinham examinado oito publicações científicas sobre o assunto, todas elas enquadradas em um modelo teórico que “se concentra em diferentes níveis de déficit no ‘processamento social e emocional’, típicos do espectro de distúrbios do autismo (ideação) e de tipo psicopatológico (preocupações morais)”.

Eles chegaram assim à conclusão, comenta Rossini, de que “a crença religiosa está positivamente associada às preocupações morais e de que a associação negativa entre ‘credo religioso’ e pensamento analítico pode ser explicada pela correlação negativa que liga a preocupação moral ao mesmo pensamento analítico (…) O estudo não apontou, no entanto, nenhum vínculo entre o tipo de ideação e a existência de um credo religioso e espiritual. O que foi descoberto pelos pesquisadores, primeiro, mal se vincula à teoria de que uma crença religiosa e espiritual se correlacione com a percepção das próprias ações, e, segundo, sugere que as diferenças de sexo masculino e feminino podem ser explicadas por diferenças na percepção moral”.

Deduções “pouco científicas”

Filippo Tempia, neurocientista, professor da Universidade de Turim e membro do instituto científico da fundação Cavalieri Ottolenghi, também da Itália, declara à Aleteia que “o artigo de Jack e seus colaboradores não diz em absoluto que a fé religiosas modifique o cérebro ou nos leve a pensar de modo menos crítico e mais social e empático. O estudo simplesmente compara pessoas que tendem a pensar de modo mais crítico e analítico e pessoas que respondem de forma mais intuitiva. Nos problemas colocados neste estudo, as respostas intuitivas estão erradas”.

A primeira conclusão seria a de que o número de pessoas que acreditam em Deus é menor dentro do grupo de indivíduos que raciocina de modo mais analítico. “Este resultado não é novo. O primeiro estudo é de 2012. Na verdade, o objetivo deste novo estudo é outro: dizer se a crença em Deus está ligada a uma maior aptidão social ou maior preocupação moral. Os resultados mostram que esta última, de fato, está relacionada com um grau maior de crença em Deus, mas a atitude social não tem essa relação”.

Teorias desmentidas

Tempia acrescenta que este resultado “desmente muitas teorias sociais que tendem a explicar a crença em Deus como um traço evolucionário que foi selecionado por causa dos benefícios sociais que permitia. Outra falsa teoria refutada é a de que a crença em Deus surge da tendência do cérebro a atribuir uma ‘mente’ a tudo o que age: a pedra que cai, a água que corre etc”.

Este estudo, além disso, “demonstra que a capacidade de compreender as outras pessoas como agentes dotados de vontade não tem relação com uma tendência maior ou menor a acreditar em Deus. O único fator realmente correlacionado com a crença em Deus, para este estudo, é a preocupação moral”.

O neurocientista observa ainda que “este estudo mal leva o cérebro em consideração: trata-se de experimentos de psicologia sem qualquer medição instrumental”.

O estudo de Jack e seus colaboradores demonstra que “a correlação entre a tendência a acreditar em Deus e o menor raciocínio analítico não é verdadeira, mas resulta do fato (mostrado nesse trabalho) de que as pessoas com mais raciocínio analítico têm menos preocupação moral com os outros. A verdadeira relação, de acordo com esses autores, é unicamente entre acreditar em Deus e ter maior preocupação moral”.

Causa ou efeito?

Uma limitação do estudo de Jack, destaca ainda Tempia, é que ele “não consegue dizer qual é a causa e qual é o efeito: se a preocupação moral leva à crença em Deus ou se a crença em Deus gera a preocupação moral, ou mesmo se a correlação se deve a um terceiro fator não considerado no estudo”.

Fonte: http://pt.aleteia.org/

sexta-feira, abril 08, 2016

Quem foi São Paulo e como transmitiu os ensinamentos de Jesus?


Paulo é o nome grego de Saulo, homem de raça hebraica e de religião judia, oriundo de Tarso da Cilícia – cidade situada a sudeste da actual Turquia – que viveu no século I depois de Cristo. Paulo foi, portanto, contemporâneo de Jesus de Nazaré, ainda que presumivelmente não chegassem a encontrar-se em vida.

Saulo de Tarso foi educado no farisaismo, uma das facções do judaísmo do século I. Como ele mesmo narra num dos seus escritos – a Carta aos Gálatas – o seu zelo pelo judaísmo levou-o a perseguir o grupo nascente de cristãos (Gl 1, 13-14), os quais conside­rava contrários à pureza da religião judaica. Até que numa ocasião, a caminho de Damasco, o próprio Jesus se lhe revelou e o chamou para O seguir, como antes tinha feito com os apóstolos. Saulo respondeu a esta chamada, baptizando-se e dedicando a sua vida à difusão do Evangelho de Jesus Cristo (Act 26, 4-18).

A conversão de Paulo é um dos momentos chave da sua vida, porque é precisamente nesse momento que começa a entender como a Igreja é corpo de Cristo: perseguir um cristão é perseguir o próprio Jesus. Nessa mesma passagem, Jesus apresenta-se como “Ressuscitado” – situação que espera todos os homens depois da morte se seguirem o exemplo do próprio Jesus – e como “Senhor”, sublinhando o seu carácter divino, já que a palavra que se usa para denominar o “Senhor”, Kyrie, aplica-se ao próprio Deus na Bíblia grega. Podemos por isso dizer, que Paulo recebeu do próprio Jesus o evangelho que ía pregar, ainda que, depois, ajudado também pela graça e pela própria reflexão, tenha sabido extrair dessa primeira luz muitas das principais implicações do evangelho, tanto para uma maior compreensão do mistério divino, como para mostrar as suas conse­quências para a condição e o agir dos homens sem fé e com fé em Cristo.

Paulo, no momento da sua conversão, é apresentado com características de profeta a quem se atribui uma missão muito concreta. Como diz outro dos livros do Novo Testamento, os Actos dos Apóstolos, o Senhor disse a Ananias, que iria de baptizar Paulo: “Vai, porque este é um instrumento escolhido por Mim para levar o Meu nome aos gentios, aos reis e aos filhos de Israel. Mostrar-lhe-ei quanto deve sofrer pelo Meu nome”(Act 9, 15-16). O Senhor disse também ao próprio Paulo: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e põe-te em pé, porque Eu te apareci para te constituir servidor e testemunha das coisas que viste e daquelas pelas quais Eu te aparecerei ainda, livrando-te deste povo e dos gentios, aos quais agora te envio a abrir-lhes os olhos, a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam o perdão dos pecados e a herança entre os santos, mediante a fé em Mim”(Act 26, 15-18).

São Paulo levou a cabo a sua missão de anunciar o caminho da salvação realizando viagens apostólicas, fundando e fortalecendo comunidades cristãs nas diversas províncias do Império Romano por que passava: Galácia, Ásia, Macedónia, Acaia, etc. Os escritos do Novo Testamento apresentam-nos um Paulo escritor e pregador. Quando chegava a um lugar, Paulo acorria à sinagoga – lugar de reunião dos judeus – para pregar o evangelho. Depois, procurava também os pagãos, isto é, aos não judeus.

Depois de sair de alguns lugares, quer por ter deixado a pregação incompleta, quer para responder às perguntas que lhe enviavam dessas comunidades, Paulo começou a escrever cartas, que rapidamente seriam recebidas nas igrejas com uma particular reverência. Escreveu cartas a comunidades inteiras e a pessoas singulares. O Novo Testamento transmitiu­‑nos 14 que têm a sua origem na pregação de Paulo: uma Carta aos Romanos, duas Cartas aos Coríntios, uma Carta aos Gálatas, uma Carta aos Efésios, uma Carta aos Filipenses, uma Carta aos Colossenses, duas Cartas aos Tessalonicenses, duas Cartas a Timóteo, uma Carta a Tito, uma Carta a Filémon e uma Carta aos Hebreus. Ainda que não sejam de fácil datação, podemos dizer que a maioria destas cartas foi escrita durante a década que vai do ano 50 a 60.

O núcleo da mensagem pregada por Paulo é a figura de Cristo do ponto de vista daquilo que reali­zou para a salvação dos homens. A Redenção realiza­da por Cristo, cuja acção está intimamente relaciona­da com a do Pai e a do Espírito, marca um ponto de inflexão na situação do homem e na sua relação com o próprio Deus. Antes da Redenção, o homem cami­nhava no pecado, cada vez mais afastado de Deus. Mas agora temos o Senhor, o Kyrios, que ressuscitou e venceu a morte e o pecado, e que constitui uma só coisa com os que crêem e recebem o baptismo. Neste sentido, pode dizer-se que a chave para entender a teologia paulina é o conceito de conversão (meta­noia), como passagem da ignorância à fé, da Lei de Moisés à lei de Cristo, do pecado à graça.

Juan Luis Caballero

Fonte: opusdei

terça-feira, abril 05, 2016

Pai-Nosso na missa: de mãos dadas?







                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            





Mãos dadas? Mãos levantadas? Qual é a melhor postura para rezar o Pai-Nosso na Missa e por quê? 



Nós, na missa, temos dois momentos de maior importância: a consagração e a comunhão. É na missa que temos nossa unidade; é nela que nos unimos a Jesus e em Jesus, por meio do sacerdócio comum dos fiéis. E dar as mãos é, obviamente, uma distração disso. Nós, católicos, nos unimos na comunhão, e não quando damos as mãos.

Não há nada na Instrução Geral do Missal Romano que indique que a prática de dar as mãos tenha de ser feita. Na missa, cada gesto é regulado pela Igreja.

É por isso que temos partes particulares da missa nas quais nos ajoelhamos, partes nas quais nos levantamos, partes nas quais nos sentamos etc. E não há menção alguma nos documentos que fale que precisamos dar as mãos para rezar o Pai-Nosso.

Portanto, esta prática deve ser evitada durante a celebração da missa. Porém, se alguém quiser fazer isso, que faça (como exceção) com alguém de absoluta confiança, sem forçar ninguém, sem incomodar ninguém e sem a intenção de que isso se transforme em norma litúrgica para todos.

É preciso levar em consideração que nem todo mundo quer segurar a mão do vizinho, e tentar impor isso pode acabar sendo incômodo em detrimento da oração, da piedade e do recolhimento.

Outra coisa muito diferente é a oração comunitária fora damissa. Quando se reza fora da missa, não há problema algum em segurar a mão de alguém, pois isso é um gesto muito emotivo e simbólico.

Esta, como outras atitudes, não é senão a exaltação do sentimento. O estar em comunhão com alguém não consiste tanto em dar as mãos ao rezar o Pai-Nosso, e sim no fato de estar confessado, no fato de estarem em estado de graça e, sobretudo, no fato de estarem preparados para a Eucaristia.

Se o gesto de dar as mãos fosse necessário, importante ou conveniente para toda a Igreja, os bispos ou as conferências episcopais já teriam enviado uma petição a Roma, há muito tempo, para que tal prática fosse implantada. Não o fizeram e penso que nunca o farão.

Outra coisa que se vê muito quando se reza o Pai-Nosso é que as pessoas levantem as mãos, como o padre faz, e isso tampouco é correto, porque não cabe aos leigos, durante a missa, fazer os gestos reservados ao sacerdote, nem pronunciar as palavras ou orações do padre, confundindo o sacerdócio comum dos fiéis com o sacerdócio ministerial.

Só os padres estendem as mãos; é melhor que os fiéis permaneçam como estão ou orem com as mãos unidas, pois a fé interior é o que importa, é o que Deus vê.

Os gestos externos do padre na santa missa existem para que os fiéis vejam que o sacerdote é o homem designado que intercede por eles.

Estender os braços na oração já era habitual na Igreja primitiva, mas no contexto de um círculo de oração, na oração privada ou em outro encontro não litúrgico.

Os gestos na missa são precisos, tanto para o padre quanto para os fiéis; cada um faz sua parte e os fiéis não devem copiar os gestos do sacerdote. Os gestos dos fiéis na missa são suas respostas, seu canto, suas posturas.

Tanto o gesto de dar as mãos como o de levantar as mãos ao rezar o Pai-Nosso são, nos fiéis, práticas não litúrgicas que, ainda que não estejam explicitamente proibidas no missal, tampouco correspondem a uma liturgia correta.

Os fiéis não devem repetir, nem com palavras nem com ações, o que o padre faz ao presidir a assembleia litúrgica.

sexta-feira, abril 01, 2016

O que eu fiz a Deus para merecer tamanho sofrimento e tortura?


Irmãos é irmãs, sabemos que Jesus viveu e esteve diante do sofrimento e perseguição, que Ele não cometeu pecados e que era totalmente puro de coração, e justamente na sua crucificação, pela sua dolorosa paixão, um ladrão reconheceu que Jesus Cristo nunca tinha cometido nada para receber tamanho sofrimento e condenação, mas ele sim, por ser um ladrão, fez coisas que o faria digino de tal condenação, porém, a Jesus não tinham crimes que o pudessem condenar, mas é preciso refletir nesta situação e condição que nos apresenta um Cristo condenado sem merecer.

A reflexão que queremos tirar disto, é que os acontecimentos da nossa vida não estão relacionados ao que fizemos a Deus, mas sim, ao que deixamos de fazer a Ele, que é aceitar o seu amor, e deixar que Ele nos conduza, é justamente por não seguirmos o exemplo de Jesus que na cruz disse, Pai, em tuas mãos entrego o meu espirito, que nos encontramos no desespero, porque sem isso, não saberemos suportar este sofrimento que nos reeduca para o caminho da verdade e da verdadeira alegria, nunca conseguiremos olhar que caminhar/andar com Cristo, é estar com uma Cruz rumo a eternidade junto com todos os santos e anjos de Deus Pai.

Irmãos e irmãs, façamos o mesmo que Jesus fez, deixemos que Deus conduza o nosso espirito, e que possamos dizer juntos: Pai, em suas mãos entrego o meu coração, o meu espirito, para que somente a sua vontade seja feita em minha vida.


Deixemos de fazer as coisas segundo nossas próprias escolhas, e que esta reflexão nos faça refletir o máximo sobre nossas atitudes.

Pax et bonum
Salve Roma

Senhor, fazei que pela sua dolorosa paixão, eu saiba suportar as tribulações!

Por: Gilson Azevedo