Mostrando postagens com marcador APOLOGETICA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador APOLOGETICA. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, outubro 14, 2015

Tem alguma coisa de errado com São Paulo em Colossenses 2,8?

REFUTANDO A OBJEÇÃO SOBRE TRADIÇÃO. 



Veja o tamanho da falta de compreensão deste pastor de seita na esquina. QUERO FAZER A MESMA PERGUNTA: Tem algo de errado com São Paulo quando ele diz:  - "Por tanto, irmãos, ficai firmes; guardai as TRADIÇÕES que vos ensinamos ORALMENTE ou por ESCRITO. Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos afastei de todo irmão que leve vida desordenada e contraria à TRADIÇÃO que de nós recebestes. (II Ts 2,15.3,16)? 

RESPOSTA: Não! 

Vou usar a passagem da carta de São Paulo da mesma forma como esta escrito na imagem do pastor jumentice, para derrubar este argumento de mente fechada e alienada pela idolatria das letras. - A passagem diz: segundo a tradição dos homens, SEGUNDO OS RUDIMENTOS DO MUNDO, E NÃO SEGUNDO CRISTO...

São Paulo se refere as tradições do mundo pagão, as tradições do mundo que corrompem a vida cristã. Ele aqui não esta proibindo seguir uma tradição, apenas pede para que não se submetam a tradições que não condizem com as que Jesus Cristo nos passou ORALMENTE. Por isso ele disse SEGUNDO OS RUDIMENTOS DO MUNDO, E NÃO SEGUNDO CRISTO. Pois quem prega ensinamentos diferente esta pregando anátema. 

O QUE ACONTECEU NA COMUNIDADE DOS COLOSSENSES? 

São Paulo adivertiu os colossenses porque estavam ameaçados pelas ideologias sincretistas, em crenças de forças cósmicas, e influenciados pelos astros e em poderes secretos da mente humana, que ofereciam libertação e salvação. São esses os ensinamentos de tradição pagã que se haviam introduzido na comunidade dos colossenses. São Paulo faz um apelo, para que eles vivam de acordo com os ensinamentos vindos de Jesus Cristo, e não dos ensinamentos pagãs. Por este motivo no versículo 9 ele diz: Pois nele habita toda a plenitude da divindade.

 - Como já descrevi, essa comunidade estava influenciada por crenças de ciosas cósmicas e poderes de mentes humanas. Então São Paulo repassa a eles, que é em Jesus Cristo que habita a plenitude divina e não nas tradições pagãs que tinham como base acreditar em outras divindades. 

O mesmo acontece hoje em nosso meio, estamos no chamado NOVA ERA, Onde as cartas astrais quer nos afirmar que dela provem uma força divina, onde os signos tem haver com a nossa personalidade, onde as adivinhações é para muitos vinda de Deus. Mais nada disso é verdade. Nos afastemos destas praticas, pois Deus abomina. E completo a refutação de uma objeção sem sentido, com o que São João nos fala: "Se alguém vier a vós sem trazer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis"(2Jo 1,10). 
Ora, de qual doutrina falou São João? Certamente foi da doutrina que Jesus Cristo passou para eles de forma oral, uma Tradição viva e eficaz. Se alguém vier até você dizendo que a Tradição dos apóstolos é de homens, apenas diga: 

A tradição dos apóstolos não é uma tradição de homens porque foi vinda de Cristo, e Cristo era homem e Divindade, e logo foi o próprio Deus quem fundou a Igreja...  igreja que vivemos e viveu os apóstolos, também não foi fundada por um homem ou baseada em tradição humana e sim por Jesus Cristo... diferente de milhares de seitas que se denominam igrejas e foram fundadas por homens segundo tradições do mundo. 

Por: Gilson Azevedo

terça-feira, setembro 22, 2015

Em 394 o culto cristão é substituído pela missa?



A VERDADE

PROVA BÍBLICA:

A MISSA foi instituída por Cristo na ÚLTIMA CEIA e não em 394. Antigamente o ritual eucarístico era designado pelas expressões: “fracção do pão” (Act 2, 42; 20,7), “ceia do Senhor”, “ação”, “oblação”, “sacrifício”ou “sacrifício eucarístico”.

PROVA HISTÓRICA

Após os ritos iniciais de Louvor, Kyrie, Glória, Leituras Bíblicas etc., os catecúmenos eram despedidos com a palavra “missio” pois lhes era vedado participar da liturgia eucarística. É pois da palavra “MISSIO” que deu orígem ao nome MISSA. “O nome “Missa” é uma palavra latina equivalente a missio (missão ou envio); significava a despedida ou o envio dos catecúmenos para fora da igreja, quando terminava a homilia ou a liturgia da Palavra. Aos catecúmenos não era permitido participar da Eucaristia propriamente dita, pois ainda não haviam sido batizados. O nome Missa, que designava tal momento da liturgia, foi no século IV aplicado a todo o rito eucarístico, de modo que este hoje se chama Missa.

O primeiro a usar a palavra Missa no sentido atual foi provavelmente S. Ambrósio (+ 397) na epístola 20,4. S. Agostinho (+ 430) escrevia:

“Eis que após o sermão se faz a missa Emoticon smile despedida) dos catecúmenos; ficarão apenas os fiéis batizados” (serm. 49,8).

PROVA NA PATRÍSTICA (CRISTÃOS PRIMITIVOS):

Papa (269-274) e santo da Igreja Cristã de Roma nascido nesta cidade, que foi escolhido para suceder Dionísio (260-268) e ficou conhecido por ter iniciado o sepultamento dos mártires sob o altar e a celebração da missa sobre seu túmulos.

Como antes do ano 394 d.C existia o "culto Cristão" citado pelos protestantes, se eles NÃO CREEM na transubstanciação? Eles não creem que o pão e vinho depois da consagração se torna o verdadeiro corpo e sangue de Cristo nosso Senhor. E isso era o que os Cristãos Primitivos acreditavam, vejam:

"Não me agradam comida passageira, nem prazeres desta vida. Quero pão de Deus que é carne de Jesus Cristo, da descendência de Davi, e como bebida quero o sangue d'Ele, que é Amor incorruptível". (Santo Inácio de Antioquia, Carta aos Romanos, parágrafo 7, cerca de 80-110 d.C.

"Apartai-vos das ervas daninhas que Jesus Cristo não cultiva, por não serem plantação do Pai.Não que tenha encontrado em vosso meio discórdias, pelo contrário encontrei um povo purificado. Na verdade, o que são propriedade de Deus e de Jesus Cristo estão com o Bispo, e todos os que se converterem e voltarem à unidade da Igreja, pertencerão também a Deus, par terem uma vida segundo Jesus Cristo. Não vos deixeis iludir, meus irmãos. Se alguém seguir a um cismático, não herdará o reino de Deus se alguém se guiar por doutrina alheia, não se conforma com a Paixão de Cristo. Sede solícitos em tomar parte numa só Eucaristia, porquanto uma é a carne de Nosso Senhor Jesus Cristo, um o cálice para a união com Seu sangue; um o altar, assim como também um é o Bispo, junto com seu presbitério e diáconos, aliás meus colegas de serviço. E isso, para fazerdes segundo Deus o que fizerdes" . (Santo Inácio de Antioquia,Carta aos Filadelfienses,3 e 4, + 110 d.C.)

"Esta comida nós chamamos Eucaristia, da qual ninguém é permitido participar, exceto o que creia que as coisas nós ensinamos são verdadeiras, e tenha recebido o batismo para perdão de pecados e renascimento, e que vive como Cristo nos ordenou. Nós não recebemos essas espécies como pão comum ou bebida comum; mas como Cristo Jesus nosso Salvador, que se encarnou pela Palavra de Deus, se fez carne e sangue para nossa salvação, assim também nós temos ensinado que o alimento consagrado pela Palavra da oração que vem dele, de que a carne e o sangue são, por transformação, a carne e sangue daquele Jesus Encarnado." - (São Justino, I Apologia, Cap. 66, cerca de 148-155 d.C.)

"Deus tem portanto anunciado que todos os sacrifícios oferecidos em Seu Nome, por Jesus Cristo, que está, na Eucaristia do Pão e do Cálice, que são oferecidos por nós cristãos em toda parte do mundo, são agradáveis a Ele." - (São Justino,Diálogo com Trifão, Cap. 117, 130-160 d.C.)

"Outrossim, como eu disse antes, concernente os sacrifícios que vocês, naquele tempo, ofereciam, Deus fala através de Malaquias, um dos doze, como segue: 'Eu não tenho nenhum prazer em você, diz o Senhor; e Eu não aceitarei os sacrifícios de suas mãos; do nascer do sol até seu ocaso, meu Nome tem sido glorificado dentre os gentios; e em todo o lugar incenso é oferecido em meu Nome, e uma oferta pura: Grande tem sido meu nome dentre os gentios, diz o Senhor; mas você O profana.' Assim são os sacrifícios oferecidos a Ele, em todo lugar, por nós os gentios, que são o Pão da Eucaristia e igualmente a taça da Eucaristia, que Ele falou naquele tempo; e Ele diz que nós glorificamos Seu nome, enquanto vocês O profanam." (São Justino,Diálogo com Trifão, [41, 8-10], 130-160 d.C.)

"[Cristo] declarou o cálice, uma parte de criação, por ser seu próprio Sangue, pelo qual faz nosso sangue fluir; e o pão, uma parte de criação, ele estabeleceu como seu próprio Corpo, pelo qual Ele completa nossos corpos." (Santo Irineu de Lião, Contra Heresias, 180 d.C.)

"Assim então, se a taça misturada e o pão fabricado recebem a Palavra de Deus e tornam-se Eucaristia, que é dizer, o Sangue e Corpo de Cristo, que fortifica e reconstrói a substância de nossa carne, como podem essas pessoas dizer que a carne é incapaz de receber o presente de Deus que é a vida eterna, quando isto é feito pelo Sangue e Corpo de Cristo, que são Seu membro? Como o apóstolo abençoado diz em sua carta aos Efésios, 'Nós somos membros de Seu Corpo, de sua carne e de seus ossos' (Ef 5,30). Ele não está falando de forma 'espiritual' e de ' homem invisível', 'um espírito não tem carne e ossos' (Lc 24,39). Não, ele está falando do organismo possuído por um ser humano real, composto de carne e nervos e esqueleto. Isto é este que é nutrido pela taça que é Seu Sangue, e é fortificado pelo pão que é Seu Corpo. O talo da vinha toma raiz na terra e futuramente dá frutos, e 'o grão de trigo cai na terra' (Jo 12,24), dissolve, ascende outra vez, multiplicado pelo Espírito de Deus, e finalmente depois é processando, é colocado para uso humano. Esses dois então recebe a Palavra de Deus e torna-se Eucaristia, que é o Corpo e Sangue de Cristo." (Cinco Livros = Desmascarando e Refutando a Falsidade)

"Somente como o pão que vem da terra, tendo recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas Eucaristia, consistindo de duas realidades, divina e terrestre, assim nossos corpos, tendo recebidos a Eucaristia, não são mais corruptíveis, porque eles têm a esperança da ressurreição." - "Cinco Livros = Desmascarando e Refutando a Falsidade - especificamente a Gnose". Livro 4,18; 4-5, cerca de 180 d.C.

"O Sangue do Senhor, realmente, é duplo. Há Seu Sangue corpóreo, por que nós somos redimidos da corrupção; e Seu Sangue espiritual, com que nós somos ungido. Que significa: beber o Sangue de Jesus é compartilhar sua imortalidade. O vigor da Palavra é o Espírito somente como o sangue é o vigor do corpo. Do mesmo modo, como vinho é misturado com água, assim é o Espírito com o homem. O Único, o Vinho e Água nutrido na fé, enquanto o outro, o Espírito, conduzindo-nos para a imortalidade. A união de ambos, entretanto, - da bebida e da Palavra, - é chamada Eucaristia, digna de louvor e presente excelente. Aqueles que partilham disto na fé são santificados no corpo e na alma. Pela vontade do Pai, a mistura divina, homem, está misticamente unida ao Espírito e à Palavra." (São Clemente de Alexandria, O Instrutor das Crianças". [2,2,19,4] + - 202.)
"A Palavra é tudo para uma criança: ambos Pai e Mãe, ambos Instrutor e Enfermeira. 'Comam minha Carne,' Ele diz, 'e Bebam meu Sangue.' O Senhor nos nutre com esses nutrientes íntimos. Ele nos entrega Sua Carne, e nos dá Seu Sangue; e nada é escasso para o crescimento de Suas crianças. Oh mistério incrível!". (São Clemente de Alexandria, O Instrutor das Crianças [1,6,41,3] + - 202.)

Fonte: CAIAFARSA

Quem matou Jesus?




O filme “A Paixão de Cristo”, do Mel Gibson causou um puco de polemica. Um dos pontos da polêmica é a acusação de o filme ser anti-semita, pois imputaria aos judeus a morte de Cristo. Afinal, quem matou Jesus? Como ocorreu o seu processo? Qual o significado de sua paixão e morte?

Primeiramente, é necessário que se diga com toda a clareza: Jesus foi entregue à morte pelos chefes judeus. As palavras dos dois viajantes de Emaús retratam bem este fato: “Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram” (Lc 24,20). Jesus foi condenado primeiramente pelo Sinédrio reunido sob a presidência do Sumo Sacerdote daquele ano, Caifás. Os chefes de Israel, em nome de todo o povo, condenaram-no à morte. O motivo da condenação era religioso: Jesus se considerava o Messias e dava uma interpretação toda sua à Lei e às práticas judaicas; por isso fora considerado um blasfemador, um herege, réu de morte (cf. Mc 14,60-64). Havia também um outro motivo, de conveniência, de estratégia política: Jesus arrastava as massas e isso colocava em perigo o prestígio das autoridades judaicas (sobretudo da elite sacerdotal de Jerusalém, os saduceus) e poderia provocar uma reação violenta dos romanos, que dominavam Israel. Então, ele era um problema religioso e político, um verdadeiro perigo! Daí a conclusão fria e maquiavélica de Caifás: “Não compreendeis que é do vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” (cf. Jo 11,45-53). Então, os judeus têm sua parte na condenação e morte de Jesus. Negá-lo é escamotear a história. Mas, só os judeus participaram dessa morte? Não.

O Sinédrio e o Sumo Sacerdote não tinham poder da mandar matar ninguém; Roma havia tirado esse direito às autoridades judaicas. Se Jesus tivesse sido executado pelos judeus, teria sido apedrejado e não crucificado. Por isso, os chefes judeus levaram-no ao Procurador Romano, Pôncio Pilatos. Mas, para que Pilatos condenasse Jesus seria necessária uma outra acusação, política, pois os romanos não davam a mínima para as questões religiosas dos judeus. Pilatos mesmo, desprezava os judeus e fazia o possível para irritá-los (cf. Lc 13,1). Daí, o Sinédrio inventar uma acusação política contra Jesus: “Encontramos este homem subvertendo nossa nação, impedindo que se paguem os impostos a César e pretendendo ser Cristo Rei” (Lc 23,2). A acusação era gravíssima: Jesus estaria incentivando o povo a não pagar os tributos aos romanos e fazendo-se passar por rei dos judeus, desafiando Tibério César, o Imperador! Isso, para os romanos, seria um crime passível de morte! Mas, parece que Pilatos não acreditou muito e quis soltar Jesus. Por quê? Porque era justo? Não! Porque queria implicar com os chefes judeus; queria chateá-los! (cf. Lc 23,2-7.13-19; Mt 27,16-18). Mas, os chefes foram mais espertos e deram um xeque-mate em Pilatos: “Se o soltas, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei, opõe-se a César” (Jo 19,12). As safadezas da política; a hipocrisia dos políticos. O negócio é ser “amigo de César”! Pilatos não iria comprar uma briga com César, seu patrão. Lavou as mãos e entregou Jesus, condenando-o à morte. Então, os romanos, representados por Pilatos, têm também sua parte na condenação e morte de Jesus. Ainda hoje rezamos no Credo: “Padeceu sob Pôncio Pilatos”. De nada valeu lavar as mãos: o Procurador romano traiu sua consciência e, para ser “amigo de César”, condenou um inocente! Jesus foi, então, condenado por judeus e pagãos!

Mas, há mais um culpado pela morte de Cristo: os seus discípulos. Um, o traiu, outro o negou e todos abandonaram-no. Jesus terminou sozinho, entregando-se nas mãos do Pai! E pedindo perdão por todos: pelos judeus, pelos romanos e pelos discípulos: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).

Então, culpados pela morte de Cristo somos todos nós: judeus, pagãos e discípulos. Todos nós estamos representados nesse teatro de infâmia. Mas, é necessário compreender que Jesus viveu todo esse drama com a consciência de que estava realizando isso pela salvação da humanidade, de toda a humanidade! A cruz, ato terrível de injustiça e crueldade, Jesus a viveu como um ato de entrega e de amor que prefere morrer a matar, prefere deixar-se injustiçar a tirar do homem a sua liberdade, até de fazer o mal. Na cruz, Jesus teve consciência de assumir todas as absurdas cruzes da humanidade.

Parece que o filme do Mel Gibson quer mostrar isso. Ninguém pode acusar os judeus sem se acusar também. Jesus se considerou entregue à morte pelos pecados do mundo inteiro. O anti-semitismo é um pecado, é anti-cristão! Não se pode acusar os judeus, simplesmente, pela morte do Senhor! Jesus cumpriu nele mesmo as palavras do profeta Isaías, que ele conhecia tão bem: “Ele foi trespassado por causa das nossas transgressões, esmagado por causa das nossas iniqüidades. O castigo que nos dá a paz caiu sobre ele, sim, por suas feridas fomos curados” (Is 53,5).

Quem matou Jesus? Cada um de nós, pelos nossos fechamentos a Deus, que se tornam fechamentos a nós mesmos e aos outros... Quem matou Jesus? A indústria da seca no Nordeste, as bombas da Madri, os aviões de Nova Iorque, a corrupção dos políticos, as armas dos grupos de extermínio, os tanques de guerra dos poderosos, a ganância que não nos deixa ser felizes, a imoralidade que destrói nosso coração... E quem não tiver pecado, quem não for incoerente e quebradiço, que negue isso...

Por: Dom Henrique Soares da Costa

quinta-feira, julho 23, 2015

Por que não somos idólatras


O que diz o primeiro mandamento do Decálogo e por que as acusações de idolatria imputadas aos católicos não passam de ignorância e distorção das Escrituras



"Vocês são idólatras! Pois Deus proíbe que sejam feitas imagens. Está escrito...". E por aí vai. Raros são os católicos que nunca ouviram, ou leram, algo parecido vindo de protestantes; e, lamentavelmente, não são raros aqueles que se deixam incomodar por esse tipo de palavrório. O ódio às imagens, todavia, não é recente. Se olhamos para a História da Igreja, vemos que já nos séculos VII-VIII se ergueram os quebradores das imagens, os iconoclastas, que sucumbiram sob a verdadeira fé. Nos tempos modernos, levantando a mesma bandeira de guerra contra as imagens, os protestantes intentam apenas reviver das cinzas a iconoclastia, recorrendo, para tanto, às Escrituras, ainda que de modo superficial.

E o que dizem, quando querem acusar a Igreja Católica de idolatria? Antes de tudo, o refrão: "Está escrito...". E o que está escrito?
"Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que existe em cima dos céus ou debaixo da terra. Não te prostrarás diante dos ídolos, nem lhes prestarás culto, pois eu sou o Senhor teu Deus, um Deus ciumento" (Ex 20, 3-5a).

Pois bem, a Igreja Católica é fidelíssima ao primeiro mandamento, fidelíssima a esse trecho do livro do Êxodo que só pode ser entendido plenamente dentro de toda a Sagrada Escritura. Pois "também está escrito":
"Farás dois querubins de ouro polido nas duas extremidades do propiciatório: um de cada lado, de modo que os querubins estejam nos dois extremos do propiciatório" (Ex 25, 18-19. 37, 7).

"'Faze uma serpente venenosa e coloca-a sobre uma haste. Aquele que for mordido, mas olhar para ela ficará com vida'. Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a sobre um poste" (Nm 21, 8-9).

"O altar do incenso devia conter certo peso de ouro refinado. O projeto também descrevia o carro dos querubins de ouro, que com as asas estendidas cobrem a arca da aliança do Senhor. Davi declarou: 'tudo isso me chegou num escrito da mão do Senhor'" (1 Cr 28, 18-19).

"No santíssimo, Salomão mandou instalar dois querubins de madeira de oliveira de dez côvados de altura [...]. Salomão revestiu os querubins de ouro. Mandou também esculpir, nas paredes em redor do templo, figuras variadas: querubins, palmas, cálices de flores [...]" (1 Rs 6, 23-38).

"Dentro e fora do Templo, em volta de todas as paredes internas e externas, tudo estava coberto de figuras, querubins e palmeiras" (Ez 21, 17-18).

"Estavam aí o altar de ouro para o incenso e a arca da aliança, toda recoberta de ouro, na qual se encontrava uma urna de ouro que continha o maná, o bastão de Aarão que tinha florescido, e as tábuas da aliança. Sobre a arca estavam os querubins da Glória, que com sua sombra cobriam a bandeja para o sangue da expiação" (Hb 9, 4-5).

E agora? Primeiro, Deus ordena não fazer imagens e, depois, ordena fazê-las. O que acontece? O problema é que Deus se contradiz ou que nós não O entendemos? Não podemos furtar-nos dessa questão.

Indubitavelmente, Deus não se contradiz – senão seria apenas mais um 'deusinho', "feito por mãos humanas" (Sl 113, 4), e não o verdadeiro Deus. O problema tem seu início quando a Bíblia é lida por meio de versículos isolados, sem a necessária unidade de toda a Escritura [1], e quando sua interpretação é submetida inteiramente ao leitor, posto como 'autoridade máxima' do exame bíblico. Tal problema é tão infesto que a própria Sagrada Escritura o denuncia. O episódio da tentação de Jesus no deserto, por exemplo, torna claro como é possível adulterar a palavra de Deus, dando-lhe uma interpretação completamente equivocada: o demônio abriu a Escritura e citou-a para tentar Jesus (cf. Mt 4, 6; Lc 4, 9-10). "Está escrito...", disse [2].

De fato, o uso da Sagrada Escritura para justificar as próprias ideias e interesses, mutilando-a e adulterando-a, gera sérias consequências e tem sido cada vez mais frequente. Lembremo-nos de Lutero – outrora monge católico – e seus seguidores. Esses mutilaram o cânon bíblico, retirando diversos livros de 'suas bíblias', e disseram o sola scriptura. Ora, foi da Escritura que retiraram tal lema e a lista dos livros que lá não deveriam permanecer? Desde a tentação de Jesus no deserto, passando por todas as heresias da História da Igreja até aos nossos dias, más intenções, mutilações e ignorância bíblicas têm nos acompanhado, fazendo a palavra de Deus 'padecer' uma verdadeira paixão em seu 'corpo' dilacerado pelas más interpretações.



Quanto à perícope do livro do Êxodo (20, 3-5a) e outras sobre as imagens, a proibição refere-se aos ídolos e, portanto, às imagens dos ídolos. Um ídolo é uma figura representativa de um deus falso, comum entre os povos pagãos. Diz o salmista: "Os ídolos das nações são prata e ouro, feitos por mãos humanas; têm boca e não falam, têm olhos e não veem, têm ouvidos e não ouvem, têm nariz e não cheiram. Têm mãos e não palpam, têm pés e não andam; da garganta não emitem sons" (Sl113, 4-8).

Quando Deus diz: "Não farás para ti imagem esculpida", a palavra utilizada para "imagem" étemunah (תְּמוּנָה), empregada justamente para falar dos ídolos, dos deuses pagãos, tanto que, na famosa versão dos Setenta – tradução do hebraico para a língua grega, feita nos séc. III-II a.C. –, a palavra é traduzida por eidolon (εἴδωλον), ídolo, com acepção muito diversa da palavra eikon (εἰκών), ícone.

Ou seja, "o primeiro mandamento condena o politeísmo. Exige do homem que não acredite em outros deuses além de Deus, que não venere outras divindades além da única" [3]. Ensina, ademais, o Catecismo: "A idolatria não diz respeito apenas aos falsos cultos do paganismo. Continua a ser uma tentação constante para a fé. Ela consiste em divinizar o que não é Deus. Há idolatria desde o momento em que o homem honra e reverencia uma criatura em lugar de Deus" [4]. A idolatria, por isso, pode ser de diversas formas. São Tomás de Aquino, ao comentar o primeiro mandamento, admoesta:
"'Não terás outros deuses diante de mim'. Para compreendê-lo é preciso dizer que os antigos de muitos modos transgrediam este Mandamento. Alguns, com efeito, prestavam culto aos demônios: 'Todos os deuses dos povos são demônios' (Sl 95,5). Este é o maior de todos os pecados, é horrível. Ainda hoje muitos transgridem esse Mandamento ao dar ouvidos aos adivinhos e sortilégios. Santo Agostinho ensinava que tais coisas não se fazem sem que se contraia algum pacto com o demônio: 'Não quero que vós tenhais sociedade com os demônios' (1Cor 10, 20) [...]. Outros cultuavam os corpos celestes, julgando serem deuses os astros [...]. Outros cultuavam os elementos inferiores: 'Tomaram o fogo, ou o vento (...) por deuses' (Sab 13, 2). Os homens que usam mal as coisas inferiores, amando-as excessivamente, caem no mesmo erro. Diz o Apóstolo: 'O avaro, o qual é um idólatra' (Ef 5, 5). Outros erravam cultuando homens, aves ou outros animais, ou a si mesmos [...]" [5].

Se queremos, portanto, entender o sentido real do primeiro mandamento, escutemos o Senhor – Aquele que é maior do que Moisés (Hb 3, 3) –, quando testado por um doutor da Lei: "O primeiro mandamento é este: 'Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é um só. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força'" (Mc12, 29-30; Mt 22, 37-38). Como se vê, com o dever de amarmos a Deus acima de tudo e com totalidade, sendo Deus um só, proíbem-se os ídolos, e as imagens enquanto ídolos. Não se trata, desse modo, de proibição sobre qualquer espécie de escultura, de pintura, de desenho etc., caso contrário a arte como um todo estaria proibida, além de fotografias e objetos de decoração.

Por conseguinte, para a Igreja Católica, as imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Sua Santíssima Mãe, dos Santos Anjos e dos Santos, não são ídolos e "o culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. Com efeito, 'a honra prestada a uma imagem remonta ao modelo original' e 'quem venera uma imagem venera nela a pessoa representada'. A honra prestada às santas imagens é uma 'veneração respeitosa', e não uma adoração, que só a Deus se deve" [6]. Uma carta escrita entre os anos de 726 e 730 d.C. ao ímpio Leão III, imperador iconoclasta, é resposta acertadíssima também aos iconoclastas modernos:
"E dizes que nós adoramos pedras, paredes e painéis de madeira. Não é assim como dizes, ó Imperador, mas para nossa memória e nosso estímulo, e para que nossa mente lerda e fraca seja dirigida para o alto por meio daqueles aos quais se referem esses nomes, invocações e imagens; e não como se fossem deuses, como tu dizes – longe de nós! De fato, não pomos nossa esperança nesses 'objetos'. E se é uma imagem do Senhor, dizemos: Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, socorre-nos e salva-nos. Se é da sua santa Mãe, dizemos: Santa mãe de Deus, mãe do Senhor, intercede junto ao teu Filho, nosso verdadeiro Deus, para a salvação das nossas almas! Se é do mártir, dizemos: Ó santo Estêvão, protomártir, tu que derramaste o sangue pelo Cristo, com tua liberdade de falar, intercede por nós! E para qualquer mártir que venceu o martírio, assim dizemos, elevamos semelhantes orações por meio deles. E não é verdade que chamamos os mártires de deuses, como dizes, ó Imperador" [7].

Infelizmente, muitos continuarão com uma impiedade desenfreada e tagarelando incompreensões. Deveras, muito mais seria necessário dizer sobre os abusos na interpretação da Sagrada Escritura e as acusações injustificadas feitas à Igreja Católica, provenientes em primeiro lugar da ignorância e, quem sabe, da má intenção; porém, é certo que quem não quer ouvir, não ouve. Que o Senhor tenha piedade de todos nós.


Por Equipe Christo Nihil Praeponere
Referências

Cf. BENTO XVI. Verbum Domini, n. 39: "única é a Palavra de Deus que interpela a nossa vida, chamando-a constantemente à conversão. Continuam a ser para nós uma guia segura as expressões de Hugo de São Víctor: 'Toda a Escritura divina constitui um único livro e este único livro é Cristo, fala de Cristo e encontra em Cristo a sua realização'"; Catecismo da Igreja Católica, n. 112: "Com efeito, por muito diferentes que sejam os livros que a compõem, a Escritura é una, em razão da unidade do desígnio de Deus, de que Jesus Cristo é o centro e o coração, aberto desde a sua Páscoa".
A respeito desse fato, comenta Bento XVI: "O demônio mostra-se um conhecedor da Escritura, que sabe citar o salmo com rigor; todo o diálogo da segunda tentação aparece formalmente como uma discussão entre especialistas da Escritura: o demônio aparece como teólogo [...]. O debate teológico entre Jesus e o demônio é uma disputa de todos os tempos acerca da correta explicação da Escritura [...]" (Jesus de Nazaré. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2009, p. 46-47).
Catecismo da Igreja Católica, n. 2112.
Catecismo da Igreja Católica, n. 2113.
De decem praeceptis, a. 3; S. TOMÁS DE AQUINO. Os dez mandamentos. Niterói: Editora Permanência, 2014, p. 35-36.
Catecismo da Igreja Católica, n. 2132.
Denzinger-Hünermann, 581.

sexta-feira, junho 19, 2015

Protestantismo e as armadilhas de Satã






O protestantismo tem sido uma verdadeira cessão de espiritismo, umbandismo e proselitismo.

Fazem cessões de adivinhações em suas pregações e além de tudo dão ouvidos ao demônio, ficam dizendo o que o demônio vai fazer na vida das pessoas(MITO) 


Nas seitas protestante tem-se pregado mais o nome de satanás que o de Deus. Mais certamente São João falava deles: "Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isso se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos"(1João 2,19) São Paulo também também faz menção a eles e entre outros hereges ao dizer: O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas( I Timóteo 4,1) 

É comum vermos eles fazerem praticas semelhante as praticas de umbandistas, feiticeiros, e praticante dos diversos tipos de magia. Sobre isso Deus nos afirma: Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou a invocação dos mortos, porque o Senhor, teu Deus, abomina aqueles que se dão a essas práticas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti essas nações. ( Dt 18, 10-12, )

É complicado entender estes hereges protestantes, depois eles vem aqui dizer que o catolicismo pratica o espiritismo. Bando de hipócritas! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão. ( Mt 7, 5 ) 

Os protestantes "estão como aquele cego de Jerico"( Lc 18, 35 ) mais de uma forma bem demonica. Eles são cegos guiando cegos, e nas suas esmolas ( DIZIMO 100%), pedem a riqueza e bens materiais desta terra como se isso fosse leva-los a eternidade.  Como pode um cego guiar outro cego? Comparando com a palavra ESMOLA, nos deparamos  com o protestantismo quando eles pedem estes absurdo no dizimo, dizimo que chega a ultrapassar os limites, alguns até dizem que para entrar no céu e ter um bom lugar tem que pagar. O que eles querem é só a riqueza nada mais. 

"Não te afadigues para te enriqueceres, evita aplicar a isso teu espírito". ( Pr 23, 4 ) 

Tudo pra eles é dinheiro. Até nos testemunhos deles. Exemplo: Eu era pobre, agora aceitei Jesus sou um empresario tenho um Camaro, duas mansões, um jatinho, uma fazenda, dois helicópteros... 

Mais tem razão de agirem assim, vivem da "Sola Scriptura" = só a bíblia ( Regra de Fé protestante) 
Devem ter interpretado a passagem de 2 Corintios 8, 9 e entre outras errada, deturpando tudo. Na passagem diz: Vós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza.

Quando São Paulo Diz: "a fim de vos enriquecer por sua pobreza". A riqueza é o amor de Deus Pai, e a pobreza é ter um coração pobre que busca somente a uma riqueza, que é esse amor de Deus que é uma riqueza eterna. 
E quando fala que nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós. Se "referi" a que ele viveu a pobreza sabendo que tesouros da terra, a ferrugem e as traças corroem, e os ladrões furtam e roubam. ( Mt 6, 19 ) E que o verdadeiro tesouro esta no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. ( Mt 6, 20 )

Os protestantes só querem os bens materiais e só querem interpretar a bíblia de qualquer jeito. Como acreditar nesta religião que  vem usando o nome de Deus em vão...

O apóstolo Pedro, sem dúvida um dos mais influentes dos apóstolos de Jesus, escreveu, pouco antes de sua morte, sobre um perigo na interpretação das Escrituras. Ele citou alguns ensinamentos de um outro apóstolo, Paulo, e comentou:

“ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles. Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza; antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2 Pedro 3:16-18). 

Este alerta de Pedro, somente a igreja católica ouve, pois consagramos nossos ouvidos para ouvir a palavra de Deus, e não crescer seguindo a "letra" pois a "letra" mata.

Por: Gilson Azevedo 

Gilson Azevedo
© Livre para copia e difusão na integra e com menção do autor

quinta-feira, junho 18, 2015

Genuflexão é idolatria?



Normalmente, o que costumamos ouvir em diálogos com os protestante é que somos idolatras pois nos curvamos diante as imagens, ao Papa e aos bispos e que este ato segundo a Bíblia seria idolatria e se baseiam principalmente em Deuteronômio:


"Não te prostrarás diante delas para render-lhes culto, porque eu, o Senhor, teu Deus, sou um Deus zeloso, que castigo a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e a quarta geração daqueles que me odeiam" -Dt 5:9.

O ato de fazer a genuflexão não significa em si mesmo adorar, isso depende muito do sentimento que se emprega ao faze-lo, porque também pode ter sentido totalmente diferente como o de reverenciar, honrar e de reconhecer que somos uma grande família da qual Deus estabeleceu e nos colocou os guias, que são as autoridades e também os santos que são nossos exemplos de vida e na qual não idolatramos.

Quando nos curvamos ao Papa e os bispos os reconhecemos como pastores e com autoridade não recebida por mãos humanas mas de Deus:

Jeremias 23:4 “Para as minhas ovelhas estabelecerei pastores, que as apascentarão. Não sentirão medo ou pavor e nenhuma delas faltará”

Mateus 23: 2-3 "Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem"

Hebreus 13:17 "Sede submissos e obedeceis aos que vos guiam (pois eles velam por vossas almas e delas devem dar conta). Assim, eles o farão com alegria, e não a gemer, que isto vos seria funesto."

Romanos 13:1-2 "Cada qual seja submisso às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram instituídas por Deus. Assim, aquele que resiste à autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por Deus; e os que a ela se opõem, atraem sobre si a condenação."

Do mesmo modo fazemos com as imagens, não no sentido de adorar e colocando-as como se fosse ou no lugar de Deus, mas reverenciando aqueles que nos deixaram um testemunho de vida em Cristo, e que assim não perder nossa objetivo que é buscar sempre como o Reino dos céus, seguindo aqueles que nos deixaram o exemplo de santidade e amor a Jesus.

Este portanto não se trata de um sentimento de idolatria, afirmar isto seria um pré-julgamento errôneo da parte dos protestantes que não consideram os exemplos deixados pelos santos e santas, num tipo e egocentrismo onde o "eu e minha interpretação da Bíblia me basta" veja como isso se contradiz com a Palavra de Deus:

Hebreus 13:7 Lembrai-vos de vossos guias que vos pregaram a palavra de Deus. Considerai como souberam encerrar a carreira. E imitai-lhes a fé. 

Se todas as vezes que alguém se ajoelha ,se prosta frente alguém fosse um ato de adoração diríamos assim então que os soldados romanos antes de crucificar, reconheceram Jesus como Rei, o que é impossível pois zombaram, o flagelaram e o coroaram de espinhos e tinham um explicito intuito de gozação e desprezo:

Mateus 27:27-31 "Os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e rodearam-no com todo o pelotão.Arrancaram-lhe as vestes e colocaram-lhe um manto escarlate.Depois, trançaram uma coroa de espinhos, meteram-lha na cabeça e puseram-lhe na mão uma vara. DOBRANDO OS JOELHOS DIANTE DELE, diziam com escárnio: Salve, rei dos judeus! Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça. Depois de escarnecerem dele, tiraram-lhe o manto e entregaram-lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar."

A acusação dos protestante nada mais é que uma falta de compreensão e uma generalização inadequada na ânsia de achar defeitos na Santa Doutrina da Igreja .

Vejamos mais um exemplo dentro da Sagrada Escritura, Josué junto com todos os anciões se prostraram frente a arca da aliança que não era o Deus verdadeiro, e ficaram prostrado diante dela , será que Josué e os anciãos foram idolatras e trocaram o Deus verdadeiro pela arca da aliança?

Josué 7:6 "PROSTOU-SE COM A FACE POR TERRA até a tarde DIANTE DA ARCA DO SENHOR, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó as suas cabeças."

Será que Josué foi idolatra? Como podemos saber se o sentido de seu prostra foi idolatria?
Um outro exemplo temos com Abrãao, o Pai de uma multidão, escolhido por Deus se prostrando frente aos três anjos que visitariam Sodoma e Gomorra, seria certo se prostrar frente ao anjo fazendo segundo a concepção protestante um ato de adoração aos anjos e não a Deus? Teria sido assim Abrãao idolatra?

"Abraão, levantando os olhos, viu três varões em pé, junto a ele. Tanto que ele os viu, correu da porta da tenda a recebê-los e PROSTRANDO EM TERRA OS ADOROU " (Gn. 18,2).

Hoje segundo os exegetas acreditam que estes anjos eram a Santíssima Trindade, mas o que importa de fato para nós neste assunto é a diferença da interpretação e discernimento entre o ato e idolatria e o ato de reverencia.

Do mesmo modo o povo de Israel há 3.500 anos atras poderiam achar que a Bíblia se contradiz, ou ate mesmo achar que Moises foi o primeiro idolatra, pois aquele que trouxe a palavra de Deus se prostrou frente ao seu sogro, cabe aqui uma reflexão:

Sera que aquele que foi o portador dos mandamentos de Deus foi o primeiro a não obedecer? Lembrando que os protestante se baseiam como ja foi citado acima em deuteronômio para dizer que ajoelhar é adoração. Veja Moisés:

Êxodo 18: 5-7 "5 Jetro, sogro de Moisés, com os dois filhos e a mulher deste, veio procurá-lo no deserto, onde estava acampado, perto da montanha de Deus.E mandou-lhe dizer: “Teu sogro Jetro vem te ver, acompanhado de tua mulher e de teus dois filhos”. MOISÉS SAIU AO ENCONTRO DE SEU SOGRO, PROSTROU-SE e beijou-o. Informaram-se mutuamente sobre a sua saúde e entraram na tenda."

E será que também o povo de Israel foi idolatra prostrando frente a Moisés?

Exodo 4: 30-31 "Aarão repetiu todas as palavras que o Senhor tinha dito a Moisés, e este fez os prodígios em presença do povo.O povo acreditou. E, tendo ouvido que o Senhor viera visitar os filhos de Israel, e que vira sua aflição, INCLINARAM-SE E PROSTRAM-SE."

Êxodo 12: 26-27 "E quando vossos filhos vos disserem: que significa esse rito? respondereis: é o sacrifício da Páscoa, em honra do Senhor que, ferindo os egípcios, passou por cima das casas dos israelitas no Egito e preservou nossas casas.” O POVO INCLINOU-SE E PROSTROU-SE."

Enfim não só na Bíblia mas existem inúmeras citações que podem ser dadas ate mesmo por conta de costume de povos , mas que em si não representa a idolatria, tudo isso começa a partir de um mal julgamento e uma busca de encontrar erros e difamar a Santa Igreja Católica Una e Santa.

Mas esta busca dos que estão de fora apenas acaba confirmando a nossa fé, estes irmãos separados (seitarios) ao invés de destruir a Igreja somente reforça e reafirma nossa fé de que esta sim é a Igreja de Cristo que é coluna e fundamento da verdade (cf. I Tim 3,15):

" Pois, em primeiro lugar, ouço dizer que quando se reúnem como igreja HÁ DIVISÕES entre vocês e em parte eu acredito. Sem dúvida tem que haver GRUPOS SECTÁRIOS entre vocês para se demonstre quem contam com a aprovação de Deus"

I Corintios 11:18-19

" Esta Igreja é Sacra, a Unica Igreja, a Igreja Verdadeira, a Igreja Católica, sempre combatente contra toda heresia. Ela pode combater, mas não pode ser vencida. Todas as heresias são expulsas dela, como as ramas ruins são podadas da videira. Ela se mantem arraigada em suas raízes, na vida e em seu amor. As portas do inferno jamais poderão vencê-la "

Santo Agostinho (Sermão aos catecúmenos sobre o Credo, 6,14, 395 dC.)

"A Igreja instituída pelo Senhor e confirmada pelos Apóstolos, é Una para todos os homens, mas as ideias disparatadas das diversas seitas profanas que tem se separado dela. Não se pode negar que este desgarramento da fé tem surgido devido a pouca inteligência, dos que distorcem o que leem. Não obstante, enquanto alguns combatem entre si. A Igreja se mantem firme não somente por suas doutrinas, mas por seus adversários. E apesar de todos se unirem contra ela, ela refuta o erro mais malvado que todos eles compartem, pelo fato dela ser Unica e Una. Todos os heréticos portanto, se unem contra a Igreja, mas apesar dos heréticos se superarem entre si, não podem ganhar nada para eles mesmos.Porque sua vitoria é o triunfo da Igreja entre eles. Uma heresia luta contra uma doutrina diferente, que a crença da Igreja ja condenou em outra heresia- porque não existe nada que os heréticos tenham ou creem entre si e o resultado é que assim eles afirmam nossa fé enquanto lutam entre si."
São Hilario de Poitiers ( A Trindade, 7:4, Jurgens 865, 356 dC. )

" Portanto é a Igreja Católica somente que retem um culto verdadeiro. Esta é a fonte da verdade, o domicilio da fé, este é o Templo de Deus. Quem não entra ali ou não sai daqui é um estranho na esperança da vida e salvação (...) Não obstante, devido ao que vários grupos de heréticos estão seguros que são Cristãos e creem que suas igrejas é a Igreja Católica, mas vale esclarecer que : a verdadeira Igreja é onde existe a confissão e a penitência e aonde se toma um saudável cuidado dos pecados e feridas a qual está exposta a carne débil "

Lactantius ( As Instituições Divinas, 304, dC. )

Fonte: Exsurge Domini
Autor: Rogerio SacroSancttus


Rogério SacroSancttus
© Livre para copia e difusão na integra e com menção do autor

Porque veneramos a cruz se Jesus já ressuscitou?



O fato de Jesus ter ressuscitado é o centro de nossa fé. Mas não podemos esquecer jamais sua paixão que é parte do mesmo mistério pascal, é com sua morte na cruz que Jesus nos salvou.

A cruz sempre foi o centro da fé cristã. São Paulo proclamava a cruz sem cessar, será que ele não sabia que Jesus tinha ressuscitado?


Claro que sim, mas também compreendia a importância em tê-la sempre presente porque ela é o poder de Deus contra todas as forças infernais que nos dominam: as forças da carne, nosso ego. A carne tem seu prazer, conveniência, seu engrandecimento, a cruz põe a morte tudo isto para que reine o amor.


" Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. " Gálatas 6:14

A Cruz tendo nela representado o corpo de Nosso Senhor ou não, tem o mesmo sentido, mas os católicos costumam representá-la com Seu corpo pelo valor de contemplar sua paixão e o amor com que nos salvou.

A Cruz é mencionada explicitamente 29 vezes no Novo Testamento
e muitas outras vezes é mencionada sem utilizar a palavra exata. Não é o madeiro em seu sentido material que colocamos nosso coração mas sim no sentido que Jesus colocou nela. Ele é quem nos atrai. Jesus nos diz:

" E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim. " Joao 12:32

Cristo é quem transformou o sentido da Cruz. 

Antes era a maior vergonha e ignominia possível e a hora é a glória e a vitória máxima.

Ao contemplar Jesus na Cruz tomamos consciência da seriedade dos nossos pebados, do amor que tem por nós e da redenção. O amor a cruz nos comunica a graça de ser fiel em nossas cruzes unida a Sua.

E por isso mesmo que os Cristãos sempre teve na Cruz o sinal da vitória e temos ampla evidência histórica que desde os primeiros séculos se levantavam cruzes como sinal da fé em Cristo.

Aos que nos atacam por levar a cruz em nossos pescoços ou por estar num lugar de honra em nossas casas, erguida bem visivelmente, temos de responder como São Paulo:

" Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo. A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. " I Corintios 1,17-18

" mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus. " I Corintios 1, 23-24

Te adoramos Óh! Cristo e te bendizemos, porque pela sua Santa Cruz remiste o mundo! - Amém.


Fonte: Corazones
Autor: Padre Jordi Rivero
Tradução: Rogério SacroSancttus

O celibato e bíblico?



Primeiramente temos de saber que o celibato não é um dogma da Igreja, mais uma opção de vida ,visto que a Igreja ao longo de seus dois mil anos de existência percebeu que para um sacerdote é difícil conciliar a vida de Pai espiritual e pastor do rebanho das ovelhas do Senhor e cuidar de sua própria família. Veremos também neste artigo que isso já mesmo Paulo percebeu esta dificuldade.O padre deve ser "pai espiritual" de todos; e para isso, não deve ser pai carnal de ninguém. Seu tempo não lhe pertence e não poderia pertencer à sua família carnal, pois ele deve viver para a Igreja e para a religião, e não para mulher e filhos. Ele deve renunciar ao conforto do lar e à família, para consagrar-se ao serviço de Deus.

"Aquele que ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim. Aquele que não toma a sua cruz e me segue não é digno de mim. Aquele que acha a sua vida, vai perdê-la, mas quem perde a sua vida por causa de mim, vai achá-la". (Mt 10, 37-39)

Hoje temos relatos de nossos irmãos separados, os católicos orientais, das dificuldades que eles tem de conciliar a vida sacerdotal , pois na Igreja Católica Ortodoxa é permitido o casamento a sacerdotes.

O Padre, portanto, escolhe para si o estado de vida mais perfeito, de acordo com sua vocação religiosa e seguindo o exemplo de Nosso Senhor e seus Apóstolos. Nosso Senhor era Virgem, era a pureza perfeita. O sacerdote católico, que é o seu ministro, procura, o melhor possível, imitar o seu modelo divino, que disse:

"Eu vos darei o exemplo para que façais como eu fiz" (Jo 13, 15). E S. Paulo acrescenta: "Sede os imitadores de Deus como filhos queridos" (Ef 5, 1).
Jesus mesmo mostra pela Santa Escritura como deve ser um sacerdote ou vocacionado religioso, sua renuncia aos valores materiais, aos apegos terrenos veja em:
Mateus 16:24 "Se alguem quiser vir apos mim renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga"
e ainda Mateus 19:21" se quiserdes ser perfeitos, vai vende o que tens vai e dá o valor aos pobres"
e tambem em Mateus 10:39 "aquele que acha sua vida vai perdê-la e mas quem que perde sua vida por causa de mim, vai achá-la"
e também o sacedote deve renunciar a sua família na terra para receber a família dada por Jesus que sao as ovelhas para serem conduzidas, o padre deixa de ter uma família para ter varias da comunidade:

"Todo aquele que tiver deixado casa, irmãos ou irmãs, pai ou mãe, mulher ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá o cêntuplo e a vida eterna" (Mt 19, 29).
"Na verdade vos digo, que não há quem deixe, pelo reino de Deus, casa, pais, irmãos ou mulher que não receberá... a vida eterna" (Lc 18, 29-30) 

Jesus nos apresenta o celibato nas palavras que disse em Mateus, atribuindo a Palavra eunuco ao padre, pois os eunucos da epoca de Jesus eram pessoas que renunciavam ter uma familia para viver no reino do imperador, mais para isso tinham de se deixar castrar-se, veja como Jesus diz:

Mateus 19:10-12 Seus discípulos disseram-lhe: Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar!Respondeu ele: Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi dado.Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.
Analisando a palavra de Jesus veja bem que o celibato hoje nao é compreendido até hoje pelas pessoas é devido porque é uma graça concedida e entendendida somente a quem lhe foi dado, perceba:

Mateus 19:11 Respondeu ele: Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi dado.
Então Jesus mesmo prediz a necessidade dos que estao a frente do rebanho de viver o celibato, isso é inegavel:

Mateus 19:12 Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.
Vemos também Paulo dizendo que a pessoa casada vive em função da mulher e da família, no bem estar da família, não conseguindo assim conciliar e se dedicar de corpo e alma ao rebanho deixado por Jesus a Pedro e missão esta conferida aos sacerdotes (Jo 21:15-17).

1 Corintios 7:26-27 "Julgo pois em razão das dificuldades presentes, ser conveniente ao homem ficar assim como é... Nao esta casado? nao procures mulher
1 Corintios 7:32,33 "Quisera ver-vos livres de toda a preocupação.O SOLTEIRO cuida das coisas do SENHOR. O Casado preocupa-se com as coisas do mundo, PROCURANDO AGRADAR A ESPOSA"

1 Corintios 7:01 "Agora escrevos das coisas que me escrevestes.Penso que seria bom ao homem nao tocar mulher alguma."

E Paulo também disse que viver o celibato é sinal de santidade do corpo e do espirito veja:

1 corintios 7:34 "A mesma diferença existe com as mulheres solteiras ou a virgem.Aquela que nao é casada cuida das coisas do Senhor,PARA SER SANTA NO CORPO E NO ESPIRITO, mas a casada cuida das coisas do mundo, procurando agradar ao marido"

Isso tudo é para que a pessoa religiosa, incumbida de estar a frente da Igreja posso estar unida ao Senhor, estar com tempo de ouvir a vontade do Senhor e ter a vida voltada somente para a o anuncio do Evangelho:

1 Corintios 7:35 "Digo isto para vosso proveito, não para vos estender um laço, mas para vos ensinar o que melhor lhe convêm, O QUE VOS PODERÁ UNIR AO SENHOR SEM PARTILHA"

Paulo, não só afirmou a necessidade do celibato como ele também foi um celibatário, reforçando também o que Jesus afirmou que so entende quem recebe este dom, veja como esta no versículo a seguir:

1 Coríntios 7: 7 "Quisera que todos os homens fossem como eu ; mas cada um recebe de Deus o seu dom particular, um, deste modo; outro, daquele modo.". (8)"Contudo, digo às pessoas solteiras e às viúvas que é bom ficarem como eu". (27)"Estás ligado a uma mulher? Não procures romper o vínculo. Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher. (38)"Portanto, procede bem aquele que casa a sua virgem; e aquele que não a casa, procede melhor ainda

Encerrando por aqui este tema, gostaria de repetir novamente, o celibato não é uma ordem expressa de Jesus, esta citada implicitamente na Santa Escritura e que a Igreja ao longo do tempo foi entendendo a necessidade dessa vida celibatária ao sacerdote, alias entendimento este que começou a ser analisado já no tempo de Paulo que foi um celibatário e indicou esta vida para as pessoas veja como Jesus diz sobre as coisas que ainda deveríamos aprender mesmo depois de sua partida.

João 16:12-13= Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mais não podeis suportar agora.Quando vier o Espirito da Verdade ensinar-vos-á todas a verdade

A porta é estreita, e como Paulo mesmo diz somos todos atletas, os do mundo ate ficam concentrados e são colocados limites para estes alcançarem a gloria na terra, ja nossos celibatários se colocam estes limites para buscar alcançar a gloria do Reino de Deus:

1 Corintios 9:25 "todos os atletas se impõe a si muitas PRIVAÇÕES e o fazem para alcançar uma coro corruptivel. Nós o fazemos por uma coroa incorruptivel"

Por: Rogério (Sacro Sancttus)
Fonte: Exurge Domini 

quarta-feira, junho 17, 2015

Respostas sobre o perdão dos pecados



Neste artigo tentarei colocar algumas respostas paras as perguntas mais frequentes sobre a confissão dos pecados, a importância que até mesmo Jesus deu aos apóstolos. Vamos começar a falar do perdão dos pecados.

Jesus possui duas naturezas: é Deus e, ao mesmo tempo, homem. Se assim não fosse, não teria como nos resgatar com o seu precioso Sangue, não é mesmo? Pois bem, os escribas também acusaram Jesus de não poder perdoar os pecados porque era um simples homem e até disseram: "Quem pode perdoar os pecados senão só Deus?" (Mc 2,7). Então Jesus respondeu: "Para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados..." (Mc 2,10), perdoou os pecados do paralítico e o curou na frente deles. Mais tarde, após sua ressurreição, Cristo apareceu aos seus apóstolos e lhes disse: "'Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu vos envio'. Dizendo isto, soprou sobre eles, e disse:

'Recebei o Espírito Santo. Aqueles aos quais perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados; aqueles aos quais não perdoardes, ser-lhe-ão retidos'."

Observe que esse dom não foi dado a todos, mas somente aos seus discípulos, os Apóstolos, e - obviamente - aos seus sucessores. Tenha-se em mente, também, que não receberam esse dom extraordinário do Espírito Santo por causa de sua santidade ou impecabilidade (aliás, São João já dizia: "aquele que disser que não tem pecados é um mentiroso" - cf. 1Jo 1,8), mas por um dom merecido por Cristo e que lhes foi entregue para o bem das almas e da Igreja.
Então, porque esse orgulho todo? Até o papa e os bispos inclinam humildemente suas cabeças e se confessam para um simples sacerdote!! Temos mais é que deixar o nosso orgulho de lado e lembrar as palavras de Cristo: "Aquele que se humilha será exaltado; e quem se exalta será humilhado" (Lc 18,14).

veja algumas das perguntas mais frequentes sobre o perdão dos pecados e as respostas:

QUEM AUTORIZOU UM HOMEM A PERDOAR OS PECADOS?

A estes doze, e apenas a eles, Jesus deu o poder de perdoar os pecados (Jo 20,21-23). Note que ele deu este poder apenas aos apóstolos, e o fez depois de Sua Ressurreição. Não faria sentido dar este poder se isto não fosse necessário. O próprio São Paulo nos lembra da necessidade e da origem deste sacramento (2Cor 5,18).

PORQUE FOI TRANSMITIDO O PODER DE PERDOAR??

Mas não faria sentido que este poder acabasse na geração dos apóstolos. Afinal, por que nós precisaríamos menos do perdão dos pecados que a gente daquele tempo? É por isso que este poder foi transmitido aos sucessores dos Apóstolos, que seguiram a transmiti-los. A Igreja tem a sucessão de São Pedro, a quem Jesus entregou as chaves do Céu e a missão de apascentar o Seu rebanho. Desde então a Igreja tem ciosamente guardado a doutrina de Cristo e ministrado os Sacramentos por Ele instituídos como meios para nossa salvação.

O PODER DADO POR JESUS É PARA QUALQUER UM????

O poder de perdoar os pecados, porém, não deve ser conferido a qualquer um (1Tm 5,22), ainda que o valor do Sacramento independa da santidade pessoal do sacerdote (Rom 5,11). O objetivo é evitar escândalos causados por pessoas despreparadas, que não abraçam a graça a eles conferida pelo Sacramento da Ordem (1Tm 4,14).


AS IGREJAS QUE TEM SUCESSÃO APOSTÓLICA MAS NÃO SEGUE PEDRO, A CONFISSÃO É VALIDA?

Note que igrejas autocéfalas, como os coptas ou os nestorianos da Índia, apresentam praticamente da mesma forma o Sacramento da Reconciliação. Chamo à atenção estas igrejas porque separaram-se da Igreja há muito tempo. Os nestorianos da Índia seguem a sucessão apostólica de São Tomé, que ordenou seus primeiros bispos e deu a eles o poder de perdoar os pecados.

Os coptas, nestorianos e outros frequentemente apresentam erros graves de doutrina, por não se terem mantido sob Pedro, a quem Cristo deu o poder de ligar e desligar (expressões rabínicas significando estabelecer a verdadeira exegese de um texto bíblico que diga respeito a direitos e deveres). Mas mesmo assim, a Confissão é por eles considerada necessária.

PEDRO UTILIZOU O SACRAMENTO DA CONFISSÃO? E JUDAS , O TRAIDOR?

O próprio Pedro utilizou da confissão e arrependimento com Jesus ao tempo que Judas não confiou na misericórdia de Deus, porque ambos pecaram gravemente, mas Pedro não só foi perdoado como também foi colocado como chefe da igreja

PORQUE OS CATÓLICOS CONFESSAM OS SEUS PECADOS A UM MERO HOMEM ? NÃO SERIA MELHOR CONFESSÁ-LOS DIRETAMENTE A DEUS ?

Sim, seria melhor ir diretamente a Deus, e provavelmente este é o motivo pelo qual Cristo não escolheu este método. Nos confessamos a um homem, não pelo fato dele próprio ter o poder de perdoar os pecados, mas pelo fato de que ele atua como um agente ou juiz em nome de Deus, e perdoa os pecados em nome de Deus.


FOI JESUS QUEM INSTITUIU A CONFISSÃO???

As palavras da instituição provam que Cristo determinou a específica confissão dos pecados: "Disse-lhes, então, Jesus pela segunda vez: 'A Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio'. E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: 'Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, são-lhes retidos..." (João 20,21-23). 

O QUE É PRECISO PARA SE CONFESSAR?

(em jo 20,11-23) conferiu aos seus Apóstolos o poder de PERDOAR ou RETER os pecados. Mas, para exercer este poder judicial, é necessário para o pecador acusar-se dos seus pecados. Muitos pecados são cometidos em segredo e o sacerdote-juiz não tem outra forma de conhecê-los a não ser pela confissão exata.

PORQUE JESUS DEU O DOM DE CONFESSAR OS PECADOS?

Não resta duvida que em Jo 20,21-23 o sopro de Cristo ressuscitado e as palavras:"recebei o (Dom do) Espirito Santo" expressa perfeitamente que os apóstolos não receberam o poder de perdoar os pecados em virtude de sua santidade ou impecabilidade,MAS COMO UM DOM ESPECIAL MERECIDO POR CRISTO E A ELES CONFERIDOS EM FAVOR DAS ALMAS REMIDAS PELO SEU SANGUE DERRAMADO NA CRUZ.

EXISTE ALGUMA PENA A QUEM SE CONFESSA?

Além disso, o sacerdote como juiz deve impor uma pena ou obra de satisfação que proporcionará a expiação dos pecados e auxiliará o pecador. Isto o sacerdote só pode fazer se souber quais pecados foram cometidos. 

O PADRE TAMBÉM É PECADOR, PORQUE ELE PODE PERDOAR?

O fato de que o padre também é um pecador, como o são todos os homens, não afeta o poder que ele exerce. O seu poder provém de seu ofício. O mesmo se dá com o Presidente da República ou com o Juiz de Direito em nossas cortes civis: a vida particular dessas pessoas não afetam a autoridade que receberam da Constituição do país. Dai dizer que eu não me confesso com um padre porque ele é pecador é a mesma coisa que dizer "que não vou a um medico porque ele também fica doente".Por isso que até mesmo o Papa dobra humildemente a cabeça a um sacerdote para se confessar e receber o perdão de Deus. 

I Joao 1:8-10 "Se dissermos que não temos pecado algum, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não esta em nós.Se confessarmos os nossos pecados , Ele é fiel e justo e nos perdoa dos nossos pecados e nos purifica de toda iniquidade.Se dissermos que não temos pecados, taxamo-lo de mentiroso e sua palavra não está em nós"

Por : Rogerio ( Sacro Sancttus )
Fonte: Exurge Domini 

terça-feira, junho 16, 2015

O Crucifixo de São Damião

                    O Crucifixo de São Damião foi pintado no século XII por um desconhecido artista da Úmbria, região da Itália. A pintura é de estilo romântico, sob clara influência oriental: o pedestal sobre o qual estão os pés de Cristo pregados separadamente; e de influência siríaca: a barba de Cristo; a face circundada pelo emoldurado dos cabelos; a presença dos anjos e cruz com a longa haste segurada na mão, por Cristo (só visível na pintura original), no alto, encimando a cruz.

O Crucifixo original de São Damião está guardado com grande zelo pelas irmãs Clarissas, na Basílica de Santa Clara de Assis, e é visitado por estudiosos, devotos e turistas do mundo todo. É um monumento histórico franciscano e universal.

Outros dados

• Sem o pedestal, o Crucifixo original mede dois metros e dez centímetros de altura e um metro e trinta centímetros de largura.
• A pintura foi feita em tela tosca, colada sobre madeira de nogueira.
• Naquele tempo, nas pequenas igrejas, o Santíssimo não era conservado, isto é, a Eucaristia não era guardada mas, consumida no dia. Por isso, supõe-se que Crucifixo foi pendurado no ábside sobre o altar da capela, no centro da Igreja.
• Provavelmente o Crucifixo permaneceu na Igreja de São Damião até que as Irmãs Pobres, em 1257, o levaram consigo à nova Basílica de Santa Clara. Guardaram-no no interior do coro monástico por diversos séculos. No ano de 1938, a artista Rosária Alliano restaurou o Crucifixo com grande perícia, protegendo-o inclusive contra qualquer deterioração.
• Desde 1958 ele está sobre o altar, ao lado da capela do Santíssimo, na Basílica de Santa Clara, protegido por vidro.

Descrição detalhada da pintura

Descobre-se, à primeira vista, a figura central do Cristo, que domina o quadro pela sua imponente dimensão e pela luz que sua esplêndida e branca figura difunde sobre todas as pessoas que o circundam e que estão todas vivamente voltadas para Ele. Esta luz vivificante que brota do interior de sua Pessoa (Jo, 8,12) fica ainda mais destacada pelas fortes cores, especialmente o vermelho e o preto.

Também impressiona este Cristo ereto sobre a cruz e não pendurado nela, com os olhos abertos, olhando o mundo.

Apresenta ainda uma auréola de glória com a cruz triunfante oriental em vez de uma coroa de espinhos, porque tornou-se vitorioso na paixão e na morte.

Aparecem os sinais de crucificação e as feridas sangrentas mas o sangue redentor se derrama sobre os anjos e santos (sangue das mãos e dos pés) e sobre São João (sangue do lado direito).

Cristo se apresenta vivo, ressuscitado (Jo 12,32), de pé sobre o sepulcro vazio e aberto (indicado pela cor preta), visível por trás. Com as mãos estendidas, Cristo está para subir ao céu (Jo 12,32).

A inscrição acima da cabeça de Cristo, “Jesus Nazarenus Rex Judaeorum” Jesus Nazareno Rei dos Judeus é também própria do Evangelho de João.



Sobre a inscrição, está a ascensão em forma dinâmica, na figura do Cristo ascendente, com o troféu da cruz gloriosa na mão esquerda (só visível na pintura original) e com a mão direita para a mão do Pai, no céu.

Do alto, a mão direita do Pai acolhe o seu Filho, circundado dos anjos (e santos) na glória celeste.

As cores vermelha e púrpura são símbolos do divino; o verde e o azul, do terrestre. Para “ver” bem o conjunto da pintura, deve-se realmente parar diante do Crucifixo pois, ordinariamente, olha-se a imagem somente, de longe, como “turistas”.

À direita do corpo de Cristo, aparecem as figuras de Maria e João, intimamente unidas, enquanto Maria indica o discípulo predileto com a mão direita (Jo 19,26). À esquerda, estão as duas mulheres, Maria Madalena e Maria de Cléofas, primeiras testemunhas da ressurreição (Jo 19,25).

E, embora Maria, à direita e Maria Madalena, à esquerda, ergam a mão direita no rosto em sinal de dor, nenhuma das outras pessoas próximas, manifesta expressão de sofrimento profundo mas uma adesão cheia de fé ao Cristo vitorioso, Salvador.

À direita das duas mulheres vê-se o centurião com a mão erguida, olhando para o Crucifixo. Com esse gesto está a dizer: “Verdadeiramente este é o Filho de Deus”.

Sobre os ombros do centurião aparece a cabeça de uma pessoa em miniatura, cuja identidade se discute: poderia ser o filho do centurião, curado por Jesus (Jo 4,50) ou um representante da multidão ou ainda, o autor desconhecido da pintura.

Aos pés de Maria e do centurião, vê-se o soldado chamado Longino que, pela tradição, com a lança traspassa o lado de Jesus e, o portador da esponja, chamado de Estepatão, segundo a tradição (Jo 19,29). Ambos estão voltados para o Crucifixo.

Debaixo das mãos de Jesus, à direita e à esquerda, encontram-se dois anjos com as mãos erguidas, em intenso colóquio. Parecem anunciar a ressurreição e ascensão do Senhor.

As duas pessoas, à extrema direita e esquerda, parecem anjos ou talvez mulheres que acorrem ao sepulcro vazio.

Aos pés de Jesus a pintura original encontra-se muito deteriorada. É provável que seja: São Damião, São Rufino, São João Batista, São Pedro e São Paulo. Acima da cabeça de São Pedro, está a figura do galo (só visível na pintura original), a lembrar a negação de Pedro a Cristo (Jo 13,38; 18, 15-27).

As pessoas aos pés de Jesus têm a cabeça erguida para o alto, expressando a espera do retorno glorioso do Senhor, no juízo.

Deste Crucifixo descrito em detalhes, Francisco teve uma inspiração “decisiva” para a sua vida, diz Caetano Esser. Passamos a descrevê-la porque é deste fato que se originou a admiração que hoje temos ao Crucifixo de São Damião.

O Crucifixo fala a Francisco

O jovem Francisco encontrava-se numa crise espiritual, cheio de dúvidas e trevas. “Conduzido pelo Espírito”, entra na igrejinha de São Damião, onde se prostra, súplice, diante do Crucifixo. Tocado de modo extraordinário pela graça divina, encontra-se totalmente transformado. É então que a imagem de Cristo Crucificado lhe fala: “Francisco, vai e repara minha casa que está em ruína”.

Francisco fica cheio de admiração e “quase perde os sentidos diante destas palavras”. Mas logo se dispõe a cumprir esse “mandato” e se entrega todo à obra, reconstruindo a igrejinha. Depois pede a um sacerdote, dando-lhe dinheiro, que providencie óleo e lamparina para que a imagem do Crucifixo não fique privada de luz, mas em destaque naquele santuário.

A partir de então, nunca se esqueceu de cuidar daquela igrejinha e daquela imagem.

Francisco parecia intimamente ferido de amor para o Cristo Crucificado, participando da paixão do Senhor, de quem já trazia os estigmas no coração e mais tarde, em 1224, receberia as chagas do Cristo em seu próprio corpo.

Segundo Santa Clara, está visão do Crucifixo foi um êxtase de amor radiante e impulso decisivo para a conversão de Francisco.

Entre os estudiosos ainda existe uma dúvida a ser esclarecida: ao ouvir o Cristo do Crucifixo, Francisco pensa na igrejinha material de São Damião. Mas nada impede de se pensar que se trata do “templo de Cristo no coração de Francisco e nos corações dos homens”.

Enfim, a própria oração de Francisco diante do Crucifixo de São Damião sugere antes a reparação “espiritual” da casa do Senhor, crucificado no coração.

Tanto que ele pede especialmente pelas três virtudes teologais (fé, esperança e amor) para poder cumprir esse “mandato” de Cristo.



Por Frei Vitório Mazzuco
Fonte: Franciscanos

quinta-feira, março 19, 2015

QUE É A EXCOMUNHÃO?





DIREITO CANÓNICO
SEBASTIÃO (Belo Horizonte): «Diante das recentes notícias de excomunhão proferidas sobre este ou aquele homem público, gostaria de saber em que consiste essa pena e quais os seus efeitos».

1. A excomunhão é, sumariamente, a pena pela qual um cristão é excluído da comunhão (ou da união de vida) dos demais fiéis (ou da Igreja); cf. Código de Direito Canônico, cân. 2257 § 1.

A palavra «excomunhão» tinha, nos primeiros séculos do Cristianismo, sentido assaz vago, podendo designar qualquer modalidade de pena eclesiástica. Foi no séc. XIII que o Papa Inocêncio III lhe deu a acepção que ela hoje possui no Direito da Igreja.

Dado o significado geral do termo «excomunhão», compreende-se que tivesse outrora vários sinônimos, como «anátema, maldição, execração».

O vocábulo grego «anathema» designava originariamente uma oferenda feita à Divindade, oferenda suspensa ou exposta no templo e sequestrada ao uso profano. Já que muitas vezes tais oferendas eram os despojos de inimigos vencidos na guerra, o anátema ficou sendo um objeto execrado ou tido como imundo, intangível aos homens puros. Na linguagem cristã, o anatematismo ou simplesmente o anátema tomou aos poucos o sentido que hoje lhe compete: é uma excomunhão, como declara o cân. 2257 § 2. ... mas excomunhão geralmente infligida em circunstâncias mais solenes, ou seja, em meio a ritos destinados a incutir mais sensivelmente o horror da pena.

Com efeito, o «Pontifical Romano», no tocante ao anátema, prescreve que o bispo, revestido de capa roxa e mitra simples, se sente em uma poltrona, tendo em torno de si doze presbíteros trajados de sobrepeliz e portadores de velas acesas. O Prelado pronuncia então palavras extremamente severas que excluem o réu da comunhão dos fiéis; a seguir, os assistentes atiram ao chão as suas velas. O ato é levado por carta ao conhecimento dos demais sacerdotes diocesanos e dos bispos vizinhos. - - Tal cerimônia caiu em desuso nos nossos dias.

Quando, pois, uma definição do Sumo Pontífice ou de um Concilio profere anátema (o que ainda hoje acontece), entenda-se “excomunhão” no sentido que será descrito no presente artigo. A expressão “anathema perpetuum” (ou “an. maranatha”, até que venha o Senhor...), outrora ocorrente em documentos eclesiásticos, era, por vezes nos primeiros séculos, interpretada como condenação ao inferno, onde o anatematizado seria companheiro de Judas, o traidor. Contudo o Papa Gelásio I, em 495 aproximadamente, declarou que o aposto «perpétuo» “maranatha” não excluía a possibilidade de reconciliação do réu com Deus e com a Igreja, mas apenas realçava a obstinação ou dureza de coração do delinquente, que punha em perigo a sua salvação eterna.

2. O poder de excomungar membros nocivos ou indignos sempre foi reconhecido às sociedades devidamente organizadas; é condirão essencial para salvaguardar o bem comum. Os judeus o praticavam (cf. Jo 9,22). No Novo Testamento Jesus o insinuou em Mt 18,17, referindo-se a irmãos obstinados no mal; São Paulo fez uso desse direito, considerando a excomunhão como remédio salutar para um irmão que levava vida escandalosa (cf. 1Cor 5,3-5).

3. Até o séc. XV era vedado aos fiéis ter relações, mesmo no setor profano, com os excomungados; quem desrespeitasse esta proibição, incorria por sua vez em excomunhão. Tal medida, porém, provocava, na vida cotidiana, não poucos conflitos de consciência. Em vista disto, o Papa Martinho V, no concilio de Constança (1418), resolveu distinguir entre excomungados «tolerados» (tolerati) e excomungados «a ser evitados» (vitandi), distinção esta que foi explicitada pelo Direito atualmente vigente (cf. pág. 241 deste fascículo).

A excomunhão era frequentemente aplicada na Idade Média. No séc. XVI, porém, o Concílio de Trento (sess. XXV) admoestou os bispos e juízes eclesiásticos a usar de moderação e cautela nesse setor, pois, sem dúvida, a excomunhão vem a ser a mais grave de todas as penas eclesiásticas. O atual Código de Direito Canônico em 1918 renovou esta exortação e, desenvolvendo tendências já manifestadas por Pio IX no século passado, diminuiu notavelmente o número de casos que, por efeito da própria lei, são punidos de excomunhão (ver a lista dos mesmos sob o titulo número 4 deste artigo).

Consideremos agora de mais perto o que vem a ser exatamente a excomunhão, quais as suas modalidades, os seus efeitos e os casos em que a lei eclesiástica a inflige.

1. Que é excomunhão?

A excomunhão vem a ser, junto com a suspensão e o interdito, uma das penalidades eclesiásticas ditas «censuras». Por isto, faz-se mister, antes dò mais, aqui dizer o que o Direito Canônico entende por «censura».

O cân. 2241 define a censura como penalidade pela qual um cristão, tendo-se tornado delinquente obstinado, é destituído de certos bens espirituais ou de bens temporais anexos aos espirituais, até que se emende e seja devidamente absolvido.
Para esclarecer esta definição, pode-se imediatamente fazer a seguinte observação:

Os bens espirituais de que possam gozar os fiéis na Igreja, classificam-se em três categorias:
a) alguns têm. por assim dizer, sede nas almas, e permanecem invisíveis: seriam a graça santificante, os caracteres sacramentais, as virtudes infusas;
b) outros, embora não sejam hábitos residentes na alma, pertencem aos fiéis individualmente ou à personalidade própria de cada um; seriam as boas obras, as orações, os méritos...;
c) por fim, há bens espirituais que pertencem à Igreja como tal ou como Corpo de Cristo e dos quais cada fiel participa na medida em que está incorporado ou vinculado à Igreja; tais bens são os sacramentos. os sacramentais, as orações públicas feitas em nome da Igreja, a jurisdição...

Ora é sòmente esta terceira categoria de bens que a Igreja pode subtrair, por meio de censuras, aos fiéis delinquentes. A Sta. Igreja só interfere nas riquezas espirituais que Ela mesma, por seu ministério sagrado, fornece aos cristãos no foro social, comunitário (dito também «foro externo»). Ela nada pode tirar dos bens espirituais meramente interiores de cada alma (bens «de foro interno»), como são os méritos, a fé. a caridade...

Em outros ternos : mediante as suas censuras, a Sta. Igreja rompe apenas vínculos de foro externo. Essa ruptura, porém, vai exercer seus efeitos também no foro interno, pois. em consciência e diante de Deus, o cristão censurado está obrigado a respeitar a sua sentença (não lhe será licito, portanto, receber furtivamente os sacramentos, caso haja sido declarado Inepto para tal).

Levando-se em conta os bens espirituais de foro externo dos quais um cristão possa ser privado, distinguem se três tipos de censura: a excomunhão, a suspensão e o interdito.

A excomunhão é a mais grave das censuras, pois priva de Iodos os ' " bens espirituais de foro externo e exclui da sociedade dos fiéis.

O Interdito priva apenas do uso de certas instituições ou coisas sagradas. como. por exemplo, sacramentos, atos de culto solene, sepultura eclesiástica.

A suspensão só recai sobre clérigos, despojando-os do uso das faculdades eclesiásticas (uso de ordens ou uso de jurisdição); o clérigo suspenso não pode mais administrar os sacramentos, mas pode recebê-los caso tenha as devidas disposições.

Feitas estas observações sobre as censuras em geral, detenhamo-nos agora sobre a excomunhão como tal.
De quanto acaba de sei- dito, depreende-se que

A) Excomunhão não é condenação ao inferno.

A Igreja não tem poderes judiciais para definir a .sorte póstuma dos homens. Além disto, sabe-se que, enquanto alguém é peregrino sobre a terra, sempre lhe resta a possibilidade de lazer penitencia mesmo das mais graves culpas que haja cometido; a graça de Deus com ida o pecador até o fim da vida; este a pode aceitar de maneira visível e pública ou de modo oculto na hora da morte. Por conseguinte, a ninguém, nem mesmo ao Sumo Pontífice, será lícito dizer que tal delinquente está definitivamente condenado ao inferno.

B) Excomunhão também não é declaração de que alguém esteja em pecado mortal.

A excomunhão, como se disse atrás, não visa diretamente o foro interno ou as realidades íntimas da consciência. Ela apenas leva em conta o comportamento externo e visível do cristão. Tal conduta pode ser a de um verdadeiro delinquente, ao qual a justiça e o bem comum pedem a aplicação de uma sanção; mesmo nesse caso, porém, o aparente réu pode não ter culpa grave, ou simplesmente pode não ter culpa, em consciência ou perante Deus. — A excomunhão, portanto, supre o estado de pecado mortal na pessoa excomungada, mas de modo nenhum ela acarreta ou constitui tal estado. A rigor, por conseguinte, pode haver uma pessoa excomungada que, não obstante, se ache em estado de graça (é de crer, porém, que tal caso seja raro).

C) Positivamente, a excomunhão é, como dizíamos, a privarão máxima dos bens espirituais de foro externo que a Igreja possa infligir, com intuito estritamente medicinal, ou seja, em vista de correção do respectivo delinquente.
À guisa de explicarão, dir-se-á

1) Toda excomunhão supõe um delito (isto é, a violação de uma lei) externo ou visível (a Igreja não pune atos meramente internos) e grave. A gravidade da falta se mede não somente pela importância da lei violada, mas também pelo dano causado ao próximo e pela responsabilidade do delinquente.

Caso, por conseguinte, alguém tenha a intenção de cometer uma falta grave passível de excomunhão, mas só execute um ato que no foro externo tem pouca importância, não incorre em excomunhão, embora peque gravemente. É o que se daria, por exemplo, se alguém espancasse levemente um clérigo com premeditada intenção de o ferir mortalmente; tal pessoa, no seu foro interno, cometeria um pecado grave (por causa da sua intenção), mas não incorreria na censura anexa aos delitos vultuosos e veementes desse gênero.

2) A excomunhão supõe claro conhecimento de causa da parte do delinquente. O que quer dizer que só incorre em excomunhão a pessoa que saiba que tal ou tal delito (que ela está para cometer) é passível de excomunhão; quem não tenha conhecimento da censura, não é atingido por ela.

Esta afirmação se deriva do fato de que a excomunhão é pena estritamente medicinal, não meramente vingativa. Ora as penas medicinais, na Igreja, visam todas sanear a contumácia ou obstinação do delinquente. Pois bem. ensinam os canonistas, para que alguém possa ser dito obstinado ou contumaz, não "basta que saiba ser tal ou tal ato proibido pela Lei de Deus (ou pecado); faz-se mister outrossim, saiba que esse ato também é proibido pela lei da Igreja, e proibido de modo a acarretar tal ou tal pena para o delinquente. Somente se souber disto é que o réu poderá ser tido como obstinado e. consequentemente, passível de excomunhão.

3) Já que é pena estritamente medicinal, a excomunhão não pode ser infligida por prazo fixo, de modo a dever ser suspensa em data previamente estipulada. Ao contrário, a excomunhão durará tanto tempo quanto perdurarem as disposições «doentias» do delinquente; logo que este dê sinais evidentes de emenda de vida e peça absolvição, o caso é reconsiderado pela autoridade da Igreja, que em geral restitui a sua comunhão.

4) Ainda pelo mesmo motivo vê-se que a excomunhão só pode propriamente recair sobre pessoas físicas (pois sòmente estas são capazes de emenda de vida); caso seja proferida sobre um corpo moral ou lima sociedade, ela atinge os membros dessa sociedade que sejam pessoalmente culpados ou cúmplices do delito (cf. cân. 2255 § 2).
Está claro que a sentença de excomunhão só se pode aplicar aos filhos da Igreja, pois quem não Lhe pertence não pode ser excluído do seu grêmio. Donde se deduz, por exemplo, que um estadista não batizado não pode ser excomungado, caso se torne perseguidor da Igreja; em circunstâncias análogas, é excomungado o estadista católico.
Passemos a outro aspecto da questão:

2. Modalidades de excomunhão

Distinguem-se modalidades de excomunhão de acordo com o ponto de vista sob o qual essa pena é considerada. Contemplaremos aqui apenas dois aspectos principais.

Do ponto de vista da autoridade que a profere, faz-se distinção entre
- excomunhão «ferendae sententiae», a qual depende de sentença explícita do juiz eclesiástico (por isto também é dita «ex- communicatio hominis») e supõe admoestações canônicas antecedentes;
- excomunhão «latae sententiae», isto é, decorrente do texto mesmo da lei; segue-se imediatamente ao delito, não sendo necessárias previas admoestações nem processo judiciário (por isto, também é dita «excommunicatio iuris»).

As excomunhões «latae sententiae» se subdistinguem em cinco modalidades de acordo com a autoridade que esteja habilitada a absolvê-las. Existem, sim, excomunhões reservadas à Santa Sé dc modo especialíssimo, do modo especial, de modo simples; excomunhões reservadas ao Bispo ou Ordinário diocesano; excomunhões não reservadas.

Exemplos se encontrarão sob o titulo n. 4 desta resposta.

Do ponto de vista da gravidade das consequências, distinguem-se
- excomungados tolerados («tolerati»), com os quais é permitido aos fiéis entreter relações civis,
- excomungados a ser evitados («vitandi»), com os quais o intercâmbio, em tese, é ilícito (contudo relações meramente familiares ou civis ficam permitidas aos respectivos pais, consorte, filhos, súditos e a outras pessoas que tenham justo motivo para isso; cf. cân. 2267).

Para que alguém seja excomungado «vitandus» (a ser evitado) , requer-se, conforme o cân. 2258 § 2, o cumprimento simultâneo de três condições:
- o réu deve ser, na sentença de excomunhão, mencionado pelo respectivo nome ou por característica pessoal (profissão, encargo...);
- a sentença de excomunhão deve ser promulgada publicamente, seja pelo periódico oficial da Santa Sé («Acta Apostolicae Sedis»), seja por avisos colocados às portas das igrejas ou proferidos do alto dos púlpitos;
- a sentença deve declarar explicitamente que a pessoa excomungada há de ser evitada. Excetua-se apenas o caso de quem ouse levantar a mão contra o Sumo Pontífice: torna-se excomungado «vitandus», desde que haja cometido o atentado (cf. cân. 2343 § 1).

Ora, já que raramente se preenchem as três condições acima, exíguo tem sido o número de excomungados a ser evitados em nossos tempos. O ex-bispo de Maura, porém, D. Carlos Duarte, incorreu nessa pena extrema.

Podem ser outrossim mencionados:
- os sacerdotes Xavier Dvorak e Luis Svatos, por se haver agregado pertinazmente à Associação cismática «Jednota» na Tcheco-eslováquia (cf. A.A.S. XIV 11922] 593);
- o sacerdote Ernesto Buonaiuti, por disseminar contumazmente a heresia dita «Modernismo» (cí. A.A.S. XVIII [19261 40s);
- o sacerdote José Turmel, autor de obras modernistas publicadas durante quarenta anos sob a cobertura de quatorze pseudônimos sucessivos (cl. A.A.S. XXU 119303 517-520);
o sacerdote Prosper Alfaric, que chegou a negar obstinadamente a existência histórica de Jesus Cristo (cí. A.A.S. XXV [1933] 333).

Importa agora considerar

3. Os efeitos da excomunhão

3.1. A todo e qualquer excomungado é vedado
a) receber os sacramentos;
b) administrar os sacramentos e os sacramentais.
Contudo em caso de necessidade e na falta de outro sacerdote, torna-se licito a qualquer sacerdote excomungado administrar os sacramentos. Fora dos casos de evidente necessidade, um sacerdote excomungado tolerado os poderá administrar licitamente, desde que os fiéis o peçam de boa fé e é-ie esteja em estado de graça (se lhe faltasse o estado de graça, pecaria gravemente e incorreria em irregularidade). O excomungado «vitandus». porém, não poderá licitamente administrar fora dos casos de necessidade; incorreriam em falta grave ele e os fiéis que, cientes da excomunhão do sacerdote, dele recebessem o sacramento; nessas circunstâncias, a confissão seria não sòmente ilícita, mas até inválida, por falta de jurisdição do sacerdote;
c) assistir aos Ofícios Divinos. Por «Ofícios Divinos» entendem-se aqui os atos de culto que só podem ser executados por clérigos (a celebração da S. Missa, o canto das horas canônicas com ministros paramentados, a bênção do SSmo. Sacramento.»).
Ao excomungado, porém, não é proibido ouvir a pregação da Palavra de Deus nem entrar na igreja para rezar fora das horas de Ofício.
O reitor da igreja tem o direito (que não constitui uma obrigação) de pedir ao excomungado tolerado que se retire do recinto durante a realização dos referidos atos de culto. Em nossos dias a proibição de assistir aos Ofícios Divinos tem caído em desuso, desde que se trate de excomungados tolerados que queiram comparecer numa atitude meramente passiva.
Caso. porém, um excomungado «vitandus» penetre na igreja com a intenção de assistir a um ato de culto oficial, o reitor, primeiramente, intimá-lo-á a retirar-se; se nada conseguir, os fiéis abandonarão o templo: quanto ao sacerdote que esteja celebrando a S. Missa e já tenha proferido as palavras da Consagração, prosseguirá no altar até a Comunhão do preciosíssimo Sangue, indo depois terminar o Santo Sacrifício na sacristia;
d) usufruir das indulgências, dos sufrágios o das orações que a S. Igreja costuma fazer oficialmente pelos fiéis. Não é il:cito, porem (ao contrário, ardorosamente se recomenda) que os sacerdotes e os fiéis, a titulo particular, isto é, em seu nome pessoal, orem pelos excomungados; poderão fazê-lo mesmo na igreja e em público. É permitido (e até muito louvável) que os sacerdotes apliquem a S. Missa pelos excomungados, contanto que o façam sem solenidade e aparato a fim de evitar o escândalo ou qualquer aparência de aprovação do mal (vê-se, pois, que. em se tratando de aplicar a S. Missa, a sanção versa apenas sóbre a parte externa do rito sagrado; tal sanção é oportuna para evitar qualquer perigo de equiparação do bem e do mal). K altamente necessária a oração dos sacerdotes e dos leigos em prol dos excomungados, pois, sendo a excomunhão uma pena medicinal, é de desejar que os excomungados consigam a medicina ou o remédio espiritual que a respectiva sanção lhes deve proporcionar; ora a consecução desta graça pode ser eficazmente impetrada pela prece;
e) exercer algum cargo, oficio ou jurisdição dentro da Igreja;
f) usufruir de algum privilégio eclesiástico ou de pensões, benefícios ou dignidade dentro da Igreja;
g) eleger, nomear, apresentar alguém (o que se aplica principalmente nos casos de ser padrinho de batismo, de crisma...);
h) obter sepultura eclesiástica, a menos que na hora da morte o excomungado dê sinais de arrependimento.
Caso o excomungado persista por um ano inteiro no seu êrro, torna-se suspeito de heresia (cf. cân. 2340 § 1) e vem a ser tratado como tal.

3.2. Em particular, os excomungados «vitandi» são destituídos não somente dos emolumentos e benefícios anexos aos seus respectivos cargos e ofícios, mas também dos próprios cargos; perdem o direito a qualquer graça ou favor papal. As Missas que em benefício deles sejam celebradas, terão por fim obter a sua conversão, não podendo por conseguinte visar alguma graça de índole temporal como saúde ou emprego.

Os canonistas ainda enumeram outros efeitos da pena de excomunhão. Contudo, já que versam sobre pormenores e casos especiais, limitamo-nos à lista acima, a fim de considerar imediatamente o aspecto final da questão.

4. Os delitos passíveis de excomunhão

No Código de Direito Canônico são enunciados 37 casos de excomunhão «latae sententiae» (ou a ser contraída pelo fato mesmo de se cometer o delito). Desses casos, 4, para ser absolvidos, ficam reservados à Santa Sé de modo especialíssimo; 11, de modo especial; 11, de modo simples; 6 são reservados ao Bispo ou Prelado diocesano, e 5 não são reservados.
Ei-los todos, sucessivamente formulados:

1) A excomunhão reservada à Santa Sé de maneira especialíssima recai sobre
- profanação do sacramento da Eucaristia (cân. 2320);
- violência física contra a pessoa do Sumo Pontífice (cân. 2343 $ 1);
- absolvição de cúmplice em pecado de luxúria simples ou qualificado (cân. 2367 § 1);
- violação direta do sigilo sacramental (cân. 2369 $ 1).

2) A excomunhão reservada à Santa Sé de maneira especial se prende na maioria dos casos a delitos contra a fé:
- apostasia, heresia, cisma (cân. 2314);
- edição, defesa, conservação e leitura de livros que propaguem a apostasia ou o cisma (cân. 2318 $ 1);
- simulação de celebração da S. Missa e de administração do sacramento da Penitência por parte de quem não seja sacerdote (cân. 2322 S 1);
- apelo a um Concilio Ecumênico contra determinação do Sumo Pontífice reinante (cân. 2332);
- recurso aos poderes civis a fim de impedir ou entravar a execução de leis da Santa Sé ou dos seus legados (cân. 2333);
- promulgação de leis ou decretos contrários à liberdade ou aos direitos da Igreja; recurso aos poderes seculares para impedir o exercido da jurisdição eclesiástica (cân. 2334);
- o gesto de convocar perante tribunal civil um Cardeal, um legado da Santa Sé, um dos Oficiais maiores da Cúria Romana ou o respectivo prelado diocesano (do convocante) (cân. 2341);
- ofensa física infligida à pessoa de um Cardeal ou de um legado do Sumo Pontífice (cân. 2313 $ 2);
- usurpação de bens ou de direitos da Igreja Romana (cân. 2345);
- falsificação ou alteração de cartas, decretos ou leis da Santa Sé. ou ainda uso fraudulento e enganador desses documentos (cân. 2360);
- caluniosa denúncia feita aos superiores eclesiásticos contra um sacerdote como se houvesse solicitado no confessionário o seu penitente a pecado de luxúria (cân. 2363».

3) A excomunhão simplesmente reservada à Santa Sé está anexa a
- comércio sacrílego de indulgências (cân. 2327);
- inscrição na maçonaria ou em organizações afins (cân. 2335»;
- o gesto de um sacerdote que, de má fé e sem a devida delegação, ousasse absolver de excomunhão reservada à Santa Sé de maneira especial ou especialíssima (cân. 233S S 1);
- colaboração consciente e espontânea, em assuntos religiosos e em proporções amplas, de um clérigo com pessoa excomungada a ser evitada (cân. 2338 $2);
- o gesto de denunciar perante tribunal civil
um bispo que não seja o respectivo bispo diocesano de quem
denuncie»
ou um Abade ou Prelado Nullius.
ou um supervisor geral do Instituto de Direito Pontifício (cân. 2341)
- violação de clausura das monjas ou dos Religiosos regulares por parte de pessoas estranhas;
- saída ilegal da clausura por parte das monjas (cân. 2342);
- usurpação ou desvio do bens da Igreja (cân. 2316)
- duelo (cân. 2351 $1);
- tentativa de matrimônio por parte de clérigos de ordens maiores (bispos, presbíteros, diáconos, subdiáconos) ou por parte de religiosos ou monjas que tenham votos solenes (cân. 2388 $ 1);
- simonia com cargos e dignidades eclesiásticas (cãn. 2392);
- sequestração, destruição, ocultamento ou alteração de documentos pertencentes à Cúria diocesana (cân. 2405).

4) A excomunhão reservada ao bispo diocesano atinge
- celebração de casamento misto perante ministro nãocatólico; acordo assinado pelo nubente católico, permitindo o batismo ou a educação da prole respectiva fora da Igreja Católica (cân. 2319);
- fabricação, venda, distribuição e exposição ao público de falsas relíquias (cân. 2326);
- ofensa física à pessoa de um clérigo ou Religioso não enunciado no cân. 2313 § 1-3 (cân. 2343 $4);
- crime de aborto (cân. 2350 $1);
- abandono (ou apostasia) da vida regular por parte de Religioso professo (cân. 2385);
- contrato matrimonial por parte de Religiosos de votos simples (cân. 2388 $ 2);

5) A excomunhão não reservada está anexa a
- edição da Sagrada Escritura ou de comentários da mesma, sem a devida autorização eclesiástica (cân. 2318 S 2);
ordem de dar sepultura eclesiástica a infiéis, apóstatas, heréticos, cismáticos, interditados, contra as disposições do cân. 1240 § l (cân. 2339)"
- ilegítima alienação de bens eclesiásticos, todas as vezes que, para tanto, esteja prescrito o beneplácito apostólico (cân. 2347);
- ato de constranger um varão a abraçar o estado clerical ou de coagir um varão ou uma donzela a entrar na vida religiosa (cân. 2352);
- o «deixar de denunciar» o confessor que no confessionário solicite o seu penitente a pecado de luxúria (cân. 2368 §2).

Além disto, observe-se :
- o cân. 2330 confirma a excomunhão reservada de modo especialíssimo ao Sumo Pontífice (n.b.: não à Santa Sé), proferida peia Constituição Apostólica «Vacante Sede Apostólica» contra as pessoas que ousem ilegitimamente intervir na eleição de um Papa;
- a Sagrada Congregação do Concílio houve por bem, aos 22 de março de 1950. punir com excomunhão, reservada de modo especial à Santa Sé, o delito previsto pelo cân. 2380, isto é, o exercício de comércio por parte de clérigos;
- aos 9 de abril de 1951, o Santo Ofício declarou haver excomunhão, de modo especialíssimo reservada à Santa Sé, para todos os que ousem conferir ou receber a sagração episcopal sem prévia e explicita provisão da Santa Sé (medida esta que tinha em vista principalmente as sagrações episcopais cismáticas realizadas ultimamente nos países da Cortina de Ferro ou da Cortina de Bambu, em que os governos comunistas tendem a criar «Igrejas Católicas Populares» ou «Igrejas Católicas Progressistas»).

Dom Estêvão Bettencourt (OSB)