terça-feira, maio 24, 2016

A marca da besta - E a mentira protestante



Uma das maiores dificuldades entre os protestantes na interpretação do Apocalipse, está no mau entendimento sobre a (Marca da Besta). Uma marca na mão direita e outra na fronte, sendo assim, alguns lunáticos principalmente os adventistas, judaizantes, TJs e algumas ramificações do protestantismo pentecostal e tradicional, inventam um monte de maluquices sobre a tal (MARCA DA BESTA). A maior maluquice que eles inventaram foi o tal (CHIP) que seria implantado na mão direita e na testa das pessoas.
Meus irmãos Católicos, isso é só mais uma maluquice desses esquizofrênicos, pois não eram apenas os adoradores da Besta que seriam identificados com a tal marca, os Cristãos também eram identificados pelo sinal de Deus em sua fronte.

Nesse artigo eu vou mostrar como é fácil entender a tal (Marca da Besta).
Observem que tanto os Cristãos como os adoradores da Besta eram identificados com uma(Marca).
"3. Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes" (Apocalipse capítulo 7)  

"15. Foi-lhe dado, também, comunicar espírito à imagem da Fera, de modo que essa imagem se pusesse a falar e fizesse com que fosse morto todo aquele que não se prostrasse diante dela. 16. Conseguiu que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos,tivessem um sinal na mão direita e na fronte" (Apocalipse capítulo 13)

Vamos identificar qual era o sinal na fronte dos Cristãos:
"3. Então a glória do Deus de Israel se elevou de cima do querubim, onde repousava, até a soleira do templo. Chamou o Senhor o homem vestido de linho, que trazia à cintura os instrumentos de escriba, 4. e lhe disse: Percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca com uma cruz na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometem" (Ezequiel capítulo 9)
Segundo o profeta Ezequiel, os Cristãos seriam identificados pelo sinal de uma (Cruz) em sua fronte, ou seja, esse é o sinal da Cruz que se faz até hoje na Igreja Católica, sendo assim, desde o primeiro século, os Cristãos se cumprimentavam e eram reconhecidos fazendo o sinal da Cruz.
(Em nome do Pai, Filho e Espírito Santo em sua fronte)

Agora fica a pergunta:
Qual era o sinal e a marca de identificação daqueles que adoravam a BESTA (Império Romano)?
São João diz que esse sinal era o numero de um homem (666).

"18. Eis aqui a sabedoria! Quem tiver inteligência, calcule o número da Fera, porque é número de um homem, e esse número é seiscentos e sessenta e seis" (Apocalipse capítulo 13)
Qualquer pessoa com seriedade sabe que o (666) se trata do nome de um Imperador Romano chamado CEZAR NERON (Escrito em Grego). 

Para saber mais sobre o assunto, clique e leia o artigo:
Quem é a Besta do Apocalipse? (Império Romano).

Sabendo que a Besta era o Império Romano e o numero da Besta que era o nome de um homem e esse homem era um Imperador, logicamente que a marca da Besta só poderia vir do Império Romano.
Agora eu pergunto:
Se os Cristãos eram identificados com o sinal da Cruz feito em sua fronte, qual era a forma de identificação no Império Romano? A resposta é simples:

                                                           (AVE CEZAR)
Essa era a forma de identificação dentro do Império Romano e aqueles que seguiam e aceitavam as suas ideologias.

Ao dizer: (AVE CEZAR), se levantava a mão direita em direção a fronte da outra pessoa.
Esse era a marca da Besta na mão direita e na fronte. (Tudo bem simples)
Não podemos deixa de relatar uma importância; São João afirma que o anticristo já estava no mundo, naquele momento.

"3. todo espírito que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e já está agora no mundo" (I João capítulo 4)

O sinal da Besta nasceu com o Império Romano, agido pelo espírito do anticristo e se tornou sinal e marca para vários anticristos que vieram posteriormente, como Hitler e Mussolini.
Uma particularidade interessante sobre a tal (Marca da Besta), é referente ao fato de ninguém poder comprar e vender se não possuísse essa (MARCA). Na verdade, São João não usa apenas o termo (MARCA) e sim o termo (SINAL).

“16. Conseguiu que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, tivessem um sinal na mão direita e na fronte, 17. e que ninguém pudesse comprar ou vender, se não fosse marcado com o nome da Fera, ou o número do seu nome” (Apocalipse capítulo 13)

Qual o significado de tudo isso?
Meus irmãos Católicos, o Apocalipse é um livro com muitas figurações, infelizmente não podemos levar essa (MARCA) no sentido totalmente literal, já que essa (MARCA) vem de um(SINAL), ou seja, um (SINAL) feito com a mão direita em direção à fronte. Por esse motivo, já podemos entender que a tal (MARCA) não era uma incisão no corpo humano e sim uma forma espiritual de se referir àqueles que seguiam as ideologia do Império Romano, sendo assim, aqueles que aceitavam ou faziam o sinal (AVE CEZAR) estavam marcados com o nome da (BESTA). Podemos observar São Paulo dizendo que tinha as (MARCAS) de (JESUS) em seu corpo, porém, ele dizia isso em um sentido espiritual e não com incisões em seu corpo.

“17. De ora em diante ninguém me moleste, porque trago em meu corpo as marcas de Jesus” (Gálatas capítulo 6)

Com certeza tal (MARCA) não eram incisões no corpo de São Paulo.    
Mas por que será que ninguém podia comprar e vender se não aceitasse a (MARCA) da besta? Creio que o próprio Evangelho responda isso.

Observem esse texto:
“17. Dize-nos, pois, o que te parece: É permitido ou não pagar o imposto a César?
18. Jesus, percebendo a sua malícia, respondeu: Por que me tentais, hipócritas? 19.Mostrai-me a moeda com que se paga o imposto! Apresentaram-lhe um denário. 20. Perguntou Jesus: De quem é esta imagem e esta inscrição? 21. De César, responderam-lhe. Disse-lhes então Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”(Mateus capítulo 22)

Nesse maravilhoso texto do Evangelho de São Mateus, vemos Jesus Cristo dando uma aula teológica, o mais importante nesse texto é o fato de Jesus Cristo ter colocado (CEZAR) como oposto de (DEUS ); na época, (CEZAR) era proclamado (Augusto).

O significado desse nome (AUGUSTO) é: DEUS ENTRE OS HOMENS.
Praticamente em todas as moedas do Império Romano, estava a imagem do atual Imperador e as inscrições como:
Ave CEZAR.
CEZAR Augusto.
CEZAR NERON.
AUGUSTO DIVINO.

Observem as imagens:


 
 





Por esse motivo que São João dizia que ninguém poderia comprar e vender sem possuir a(MARCA) do (SINAL) da Besta. 
Para se realizar um comercio, era obrigado a usar as moedas do Império Romano, nessas moedas existia a imagem do Imperador (BESTA) e a inscrição com seu (SINAL) que era feito levantando a mão direita em direção a fronte.
Meus irmãos Católicos, o livro do Apocalipse não é difícil de entender, tendo conhecimentos Bíblicos e Históricos, conseguimos chegar ao total conhecimento de toda simbologia e figuração desse maravilhoso livro.

Pena que alguns lunáticos passam por cima de tudo isso.
E mais uma vez a mentira acaba.


Mateus 24 


34. Em verdade vos declaro: não passará esta geração antes que tudo isto aconteça.

Fonte: Cris Macabeus 


segunda-feira, maio 23, 2016

Por que usamos a palavra "FEIRA" depois dos nomes de dias uteis da semana?



Antes de começar falar da origem e motivo de usarmos a palavra “feira” nos dias da semana, devemos saber qual a origem do nosso calendário.

O nosso calendário foi estabelecido pelo Papa Gregório XIII. Ele mandou construir uma espécie de calendário que marcasse o sol, em Roma no Vaticano, para ver se o calendário de Júlio Cesar estava realmente correto, e o resultado foi uma cartada de mestre, a igreja tornou-se protagonista de uma descoberta mais que histórica, pois Júlio Cesar tinha errado, porque a Terra que dá voltas em torno do sol, não o contrário, assim o Papa Gregório XIII criou o calendário cristão que é o correto, e que a maior parte do mundo o utiliza, onde se comemora o ano novo em 1° de Janeiro. Na época em que isso ocorreu já havia acontecido a revolta protestante, e como sempre, os protestantes protestaram, e se colocaram a não aceitar o calendário cristão, e por muitos anos se utilizaram do calendário de Júlio Cesar comemorando o 1° de abril, como o primeiro dia do ano, foi por meio disso que então o 1° de abril ficou conhecido como dia da mentira, justamente por que os protestantes não quiseram aceitar o calendário instituído pelo Papa Gregório XIII, e começaram pregar as mentiras de Júlio Cesar.

Mas e o termo Segunda-Feira, como surgiu?

“Feira” vem de feria, que, em latim, significa “dia de descanso”, pois antigamente, todos os dias da Semana Santa, eram tidos como feriados, daí surgiu a ideia de se utilizar de “feira”, expressão essa que é somente portuguesa, que é o mesmo que feriados – férias.

Mesmo sendo feriado nos dias da Semana Santa, era comum se ver os mercados funcionar ao ar livre como se estivessem comemorando uma coisa qualquer, deixando-se influenciar pelas culturas pagãs, que usavam nomes de demônios para os dias da semana, então Igreja Mãe e Mestra no modo de ensinar, baniu os nomes pagãos dos dias da semana por volta do ano 563, após um concílio na cidade portuguesa de Braga – daí a explicação para a presença do termo somente na língua portuguesa. Logo se introduziu a palavra "feira" para os dias uteis da Semana Santa. O bispo Martinho de Braga, que era um forte combatente do costume de “dar nomes de demônios aos dias que Deus criou”, decidiu que os nomes dos dias da semana usados até então, em homenagem a deuses pagãos, deveriam mudar. O solis dies que seria a primeira feira, foi substituído por dominica (Domingo), dia do Senhor, e conservou o mesmo nome por ser dedicado a Deus, fazendo a contagem iniciar-se na “segunda-feira”, o saturni dies, dia de Saturno, foi modificado para sabbatum, derivado do hebraico shabbath, o dia de descanso consagrado pelo Velho Testamento, a igreja só deixou o nome sábado em respeito à antiga tradição hebraica.

Espero ter dado uma pequena ajuda na descoberta desse importante assunto para nossa fé. E cabe aqui fazer uma pergunta que tange ao assunto que os protestantes afirmam, que é o de não aceitar nada que a igreja criou.

Se os protestantes dizem que não aceitam nada vindo da igreja Católica, não seria uma contradição tremenda dizer isso e ao mesmo tempo aceitar o nosso calendário?

Paz e bem! Save Roma!

Por: Gilson Azevedo - Curtam: Católicos Defensores da Fé

Uma curiosidade sobre Lutero e a "Sola Scriptura"


Lutero no intuito de pregar contra o purgatório, utilizou-se de todos os livros da bíblia, inclusive os 7 das quais foram excluídos da “bíblia” protestante.

Lutero começou a pregar contra uma verdade incontestável, a de que Deus não é Deus dos mortos, mas sim dos vivos, ele pregou o contrário dessa verdade bíblica, encheu-se da soberba, do espírito da ignorância, e pôs-se a pregar que o purgatório não era uma doutrina bíblica, mas sim uma invenção da igreja, para poder cobrar indulgencias aos fiéis. Por um certo tempo foi espantoso a forma herética da qual Lutero se utilizou para discordar de algo que é dado pelo próprio Deus e ratificado pela própria tradição da igreja, como descreveu São Cipriano, no ano de 249: “…uma coisa é penar muito tempo e purificar-se nas chamas do Purgatório e outra coisa é ter removido todos os pecados, pelo martírio”. (Na luz Perpétua, 5ª. ed., J. B. Lehmann, Ed. Lar Católico, MG,1959).

Até ai estava tudo dando certo ao pai do protestantismo, porém ele nunca imaginou que viria a ser refutado pela própria regrinha inútil que ele criou, a “Sola Scriptura”, Lutero por estar cheio de si mesmo e depressivo, teve uma ideia que o Diabo achou brilhante, que foi rejeitar os livros deuterocanônicos depois de ter perdido num debate, onde seu adversário mostrou que o purgatório é um conceito bíblico, e este o refutou usando justamente um livro deuterocanônico. Lutero ficou meio perturbado sem saber o que fazer, então colocou sua ideia diabólica para prosseguir com o intuito de firmar-se com sua tese, e foi justamente após este episódio histórico, que Lutero começou a mastigar, excluir alguns livros da Bíblia, a crise de fome que ele pegou foi tão grande, que o retardado quis rasgar até o livro de Hebreus, Tiago, Judas e o Apocalipse. Mas não conseguiu.

Então, como acreditar em um homem que toda as vezes que era desmentindo, rasgava os livros da bíblia que provavam que ele esta errado?

Por: Gilson Azevedo

sábado, maio 21, 2016

A primeira mulher a se tornar PhD em Ciência da Computação era uma freira.


Uma freira ajuda a trazer a programação para as massas (meados dos anos 60)

A freira Mary Kenneth Keller é a primeira mulher americana a conquistar um Ph.D. em Ciências da Computação, e foi a primeira mulher a trabalhar no departamento de computação do Dartmouth College, que na época só admitia homens. Lá, Mary ajudou a desenvolver BASIC, uma linguagem de programação que facilita a escrita de softwares por não programadores. Essa freira simpática acreditava que computadores deveriam ser usados para potencializar o acesso à informação e a promover a educação. Keller chegou a escrever 4 livros sobre o assunto.



UM SALVE AS FEMINISTAS QUE DIZEM SER A IGREJA MACHISTA E OPRESSORA...

sexta-feira, maio 20, 2016

Era normal que tantas mulheres rodeassem Jesus?

A atitude e os ensinamentos de Jesus – que depois seguiu a primeira comunidade cristã como se vê no livro dos Actos dos Apóstolos e nas cartas do Novo Testamento – outorgavam à mulher uma dignidade que contrastava com os costumes da época.
Embora houvesse diferenças entre as classes altas e baixas, o comum é que a mulher não tivesse um lugar na vida pública. O seu âmbito era o lar onde estava submetida ao marido: saía pouco de casa e quando saía fazia-o com o rosto coberto com um véu e sem se deter a falar com os homens. O marido podia dar-lhe o libelo de repúdio e despedi-la. Certamente, tudo isto não se aplicava estritamente às mulheres que, por exemplo, tinham de trabalhar ajudando nas tarefas do campo. Mas ainda assim, não podiam deter-se e estar a sós com um homem. Onde se percebe a diferença mais notável com o homem é, no entanto, no plano religioso: a mulher está submetida às proibições da Lei, mas está livre dos preceitos (ir às peregrinações a Jerusalém, recitar diariamente a Shemá, etc.). Não estava obrigada a estudar a Lei e as escolas reservavam-se para os rapazes. Da mesma forma, na sinagoga as mulheres estavam com os meninos, separadas dos homens por um gradeamento. Não participavam no banquete pascal, nem estavam entre os que pronunciam a benção depois das refeições.
Em contraste com isto, nos evangelhos descobrimos muitos exemplos de uma atitude de aberta Jesus: além das muitas curas de mulheres que realiza, na sua pregação propõe frequentemente exemplos de mulheres como a que varre a casa até encontrar a dracma perdida (Lc 15, 8), a viúva que persevera na oração (Lc 18, 3), ou a viúva pobre mas generosa (Lc 21, 2). Corrigiu a interpretação do divórcio (Lc 16, 18) e admitiu que as mulheres o seguissem. Relativamente ao seguimento de Jesus, ou ao grupo dos discípulos, também a atitude de Jesus foi mais aberta. Jesus tinha seguidores, discípulos sedentários, poderia dizer-se, que viviam nas suas casas, como Lázaro(Jo 11, 1; cf. Lc 10, 38‑39), ou José de Arimateia (Mt 27, 57). Do mesmo modo que estes, se podem considerar seguidoras Marta e Maria (Lc 10, 38-41). De Maria diz-se que “sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra” (Lc 10, 39), como uma maneira de mostrar a atitude do discípulo do Senhor (cf. Lc 8, 15.21).
Também no evangelho se fala da missão itinerante de Jesus e dos seus discípulos. Neste contexto há que entender Lc 8, 1-3 (cf. Mt 27, 55-56; Mc 15, 40-41): “Jesus caminhava pelas cidades e aldeias, pregando e anunciando a boa nova do Reino de Deus; andavam com Ele os doze e algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e de doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes, Susana, e outras muitas, que os serviam com os seus bens”. Há um grupo de mulheres que acompanham Jesus e os Apóstolos na pregação do Reino e que desempenham um trabalho de diaconia, de serviço.
Bibliografia: J. Gnilka, Jesús von Nazareth. Botschaft und Geschichte, Herder, Freiburg 1990 (ed. esp. Jesús de Nazaret, Herder, Barcelona 1993); A. Puig,Jesús. Una biografía, Destino, Barcelona 2005; J. Jeremias, Jerusalén en tiempos de Jesús, Cristiandad, Madrid 2000; J. González Echegaray, Arqueología y evangelios, Verbo Divino, Estella 1994.
    • Vicente Balaguer

    Poderiam ter roubado o corpo de Jesus?

    Àqueles que não se sentiam à vontade perante a afirmação de que Jesus tinha ressuscitado e que encontram o sepulcro onde tinha sido depositado vazio, o que primeiro que lhes ocorre pensar e dizer é que alguém tinha roubado o seu corpo (cf. Mt 28, 11-15).
    A lousa encontrada em Nazaré com um rescrito imperial que recorda que é necessário respeitar a inviolabilidade dos sepulcros, testemunha que houve um grande reboliço em Jerusalém motivado pelo desaparecimento do cadáver de alguém procedente de Nazaré, por volta do ano 30.
    Contudo, o próprio facto de encontrar o sepulcro vazio não impediria pensar que o corpo tivesse sido roubado. Mesmo tendo isso em conta, causou tal impacto nas santas mulheres e nos discípulos de Jesus que se aproximaram do sepulcro, que mesmo antes de terem visto Jesus novamente vivo, foi o primeiro passo para o reconhecimento de que havia ressuscitado.
    No evangelho de São João há um relato preciso que narra como encontraram tudo. Relata que logo que Pedro e João ouviram o que Maria lhes contava, saíram, Pedro com o outro discípulo, e foram ao sepulcro: “Corriam ambos juntos, mas o outro discípulo corria mais do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Tendo-se inclinado, viu os lençóis no chão, mas não entrou. Chegou depois Simão Pedro, que o seguia, entrou no sepulcro e viu os lençóis espalmados, e o sudário que tinha sido posto na sua cabeça, não caído junto dos lençóis, mas aparte, ainda enrolado, no mesmo sítio de antes. Entrou também, então, o outro discípulo que tinha chegado primeiro ao sepulcro. Viu e acreditou” (Jo 20, 4-8).
    As palavras que utiliza o evangelista, para descrever o que Pedro e ele viram no sepulcro vazio, expressam com vivo realismo a impressão que lhes causou o que puderam contemplar. Para começar, a surpresa de encontrar ali os lençóis que tinham envolvido o corpo de Jesus. Se alguém tivesse entrado para roubar o cadáver, ter-se-ia entretido em tirar os lençóis que envolviam o corpo, para levar só o corpo? Não parece lógico. Além disso, o sudário estava “ainda enrolado”, como tinha estado na sexta­‑feira à tarde quando foi colocado em volta da cabeça de Jesus. Os lençóis permaneciam como tinham sido colocados envolvendo o corpo de Jesus, mas agora não envolviam nada e por isso estavam “espalma­dos”, ocos, como se o corpo de Jesus se tivesse evaporado e tivesse saído sem os desdobrar, passando através deles. E ainda há mais dados surpreendentes na descrição daquilo que viram. Quando se amortalhava um cadáver, primeiro enrolava-se o sudário à volta da cabeça, e depois, tanto o corpo e como a cabeça se envolviam nos lençóis. O relato de João especifica que no sepulcro o sudário permanecia “no mesmo sítio de antes”, isto é, conservando a mesma disposição que havia tido quando estava ali o corpo de Jesus.
    A descrição do evangelho assinala com extraor­dinária precisão o que contemplaram atónitos os Apóstolos. Era humanamente inexplicável a ausência do corpo de Jesus. Era fisicamente impossível que alguém o tivesse roubado, já que para tirá-lo da mortalha, teria sido necessário desenrolar os lençóis e o sudário, que teriam ficado por ali soltos. Mas eles tinham diante dos seus olhos os lençóis e o sudário, tal como estavam quando tinham deixado ali o corpo do Mestre na tarde de sexta-feira. A única diferença é que o corpo de Jesus já não estava lá. O resto permanecia no seu lugar.
    Até tal ponto foram significativos os restos que encontraram no sepulcro vazio, que lhes fizeram intuir de algum modo a ressurreição do Senhor, pois “viram e acreditaram”.
    Bibliografia: M. Balagué, «La prueba de la Resurrección (Jo 20,6-7)» emEstudios Bíblicos 25 (1966), 169-192; F. Varo, Rabí Jesús de Nazaret, BAC, Madrid 2005 (págs. 197-201).
      • Francisco Var

      Quem foi Constantino?


      Flavius Valerius Aurelius Constantinus (272-337), conhecido como Constantino I ou Constantino o Grande, foi imperador do Império Romano nos anos 306 a 337. Passou à história como o primeiro imperador cristão.
      Filho de um oficial grego, Constâncio Cloro, que no ano 305 foi nomeado Augusto ao mesmo tempo que Galério, e de uma mulher que viria a ser Santa Helena. Ao morrer Constâncio Cloro no ano 306, Constantino é aclamado imperador pelas tropas locais, no meio de uma difícil situação política, agravada pelas tensões com o antigo imperador, Maximiano, e seu filho Maxêncio. Constantino derrotou primeiro a Maximiano em 310 e depois a Maxêncio na batalha de Ponte Mílvius, em 28 de Outubro de 312. Uma tradição diz que Constantino antes dessa batalha teve una visão. Olhando para o sol, ao qual como pagão prestava culto, viu uma cruz e ordenou que os seus soldados pusessem nos escudos o monograma de Cristo (as duas primeiras letras do nome grego sobrepostas). Embora tenha continuado a praticar ritos pagãos, desde essa vitória mostrou-se favorável aos cristãos. Junto com Licínio, imperador do oriente, promulgou o chamado “édito de Milão” (ver pergunta seguinte) favorecendo a liberdade de culto. Mais tarde os dois imperadores enfrentaram-se, e no ano 324 Constantino derrotou Licínio e passou a ser o único Augusto do império.
      Constantino levou a cabo numerosas reformas de tipo administrativo, militar e económico, mas onde mais se destacou foi nas disposições político-religiosas, e em primeiro lugar as que encaminhavam à cristianização do império. Promoveu estruturas adequadas para conservar a unidade da Igreja, como modo de preservar a unidade do estado e legitimar a sua configuração monárquica, sem excluir outras motivações religiosas de tipo pessoal. Junto a dispo­sições administrativas eclesiásticas, tomou medidas contra heresias e cismas. Para defender a unidade da Igreja lutou contra o cisma causado pelos donatistas no norte de África e convocou o Concílio de Niceia (ver pergunta O que sucedeu no Concílio de Niceia?) para resolver a controvérsia trinitária originada por Árrio. No ano 330 transferiu a capital do império de Roma para Bizâncio, que chamou Constantinopla, o que implicou uma ruptura com a tradição, apesar de lhe querer dar um carácter de capital cristã. Como então acontecia com frequência, só foi baptizado pouco antes de morrer. Quem o baptizou foi Eusébio de Nicomédia, bispo de tendência arriana.
      Juntamente com as deficiências do seu mandato – entre as que se encontram as generalizados no tempo em que viveu como por exemplo o seu carácter caprichoso e violento – não se lhe pode negar a concessão da liberdade à Igreja e o favorecimento da sua unidade. Não é, no entanto, correcto do ponto de vista histórico que para o conseguir Constantino tivesse determinado entre outras coisas o número de livros que devia ter a Bíblia. Neste longo processo, que não acabou senão mais tarde, os quatro evangelhos eram desde há muito tempo os únicos que a Igreja reconhecia como verdadeiros. Os outros “evangelhos” não foram suprimidos por Constantino, uma vez que tinham sido proscritos como heréticos dezenas de anos atrás.
      Bibliografia: J. de la Torre Fernández e A. García y García, “Constantino I, el Grande”, em GER VI, Rialp, Madrid 1979, 309-312; M. FORLIN PATRUCCO, “Constantino I”, en Diccionario Patrístico y de la Antiguedad Cristiana (ed. A. DI Berardino), Sígueme, Salamanca 1991, 475-477; A. Alfoldi, Costantino tra paganesimo e cristianesimo, Laterza, Bari 1976.

      terça-feira, maio 17, 2016

      Que relação teve Jesus com Maria Madalena?

      Dos evangelhos deduz-se que Maria Madalena sentia um grande amor por Jesus. Tinha sido libertada por ele de sete demónios, seguia-o como discípula, assistia-o com os seus bens (Lc 8, 2-3) e esteve com Maria, a Mãe de Jesus, e as outras mulheres, quando Jesus foi crucificado (Mc 15, 40-41 e par.). Foi, de acordo com os evangelhos, a primeira a quem apareceu Jesus depois da ressurreição, depois de O procurar com lágrimas (Jo 20, 11-18). Daí a veneração que teve na Igreja como testemunha do ressuscitado. Destas passagens não se pode deduzir nem que tenha sido uma pecadora, nem muito menos que tenha sido mulher de Jesus.
      Os que sustentam esta última opinião recorrem ao testemunho de alguns evangelhos apócrifos. Todos eles, talvez com a excepção de uma parte doEvangelho de Tomé, são posteriores aos evangelhos canónicos e não têm carácter histórico, dado que são um instrumento para transmitir ensinamentos gnósticos.
      Segundo estas obras – que embora levem o nome de evangelhos, não são propriamente tais, mas antes escritos com revelações secretas de Jesus aos seus discípulos depois da ressurreição – Mariam (ou Mariamne ou Mariham) – não aparece o nome de Madalena salvo em uns poucos livros – é a que entende melhor essas revelações. Por essa razão é a preferida de Jesus e a que recebe uma revelação especial. A oposição que em alguns destes textos (Evangelho de Tomé, Diálogos do Salvador, Pistis Sophia, Evangelho de Maria) mostram os apóstolos em relação a ela por ser mulher, reflecte a consideração negativa que alguns gnósticos tinham pelo feminino, e a condição de Maria como discípula importante. No entanto, alguns querem ver nesta oposição um reflexo da posição da Igreja oficial de então, que estaria contra a liderança espiritual da mulher que propunham estes grupos. Nada disto é demonstrável. Essa oposição pode antes entender-se como um conflito de doutrinas, as de Pedro e dos outros apóstolos, frente às que estes grupos gnósticos propagavam em nome de Mariam. Em qualquer caso, o facto de se recorrer a Maria é uma forma de justificar os seus fundamentos gnósticos.
      Noutros evangelhos apócrifos, especialmente no Evangelho de Filipe, Mariam (desta vez citada também com o nome de origem, Madalena) é modelo do gnóstico, precisamente pela sua feminilidade. Ela é símbolo espiritual do seguimento de Cristo e da união perfeita com ele. Neste contexto fala-se de um beijo de Jesus a Maria (se é que o texto se pode entender realmente assim), que simbolizam essa união, já que mediante esse beijo, uma espécie de sacramento superior ao baptismo e à eucaristia, o gnóstico se gerava a si mesmo como gnóstico. O tom destes escritos não tem qualquer significado sexual. Por isso, nenhum estudioso sério entende estes textos como um testemunho histórico de uma relação sexual entre Jesus e Maria Madalena. É muito triste que esta acusação, que não tem nenhum fundamento histórico, já que nem sequer os cristãos da época se viram obrigados a polemizar para se defenderem dela, ressurja de vez em quando como uma grande novi­dade.
        • Juan Chapa

        Que diferenças há entre os evangelhos canónicos e os apócrifos?


        A primeira diferença comprovável, já que o facto dos evangelhos canónicos estarem inspirados por Deus não se pode provar, é de tipo externo aos próprios evangelhos: os canónicos pertencem ao cânone bíblico, enquanto os apócrifos não. Isto significa que os canónicos foram recebidos pelas igrejas do Oriente e do Ocidente, desde a geração imediatamente posterior aos apóstolos, como tradição autêntica dos apóstolos, enquanto os apócrifos, ainda que alguns tenham sido usados esporadicamente nalguma comunidade, não chegaram a impor-se nem a ser reconhecidos pela Igreja universal. Uma das razões importantes para essa selecção – comprovável a partir da ciência histórica – é o facto dos canónicos terem sido escritos na época apostólica, entendida em sentido amplo, quer dizer, enquanto viviam, ou os apóstolos, ou os seus próprios discípulos. Assim se depreende das citações que fazem os escritores cristãos da geração seguinte e de que até ao ano 140 se compusesse uma harmonização dos evangelhos tomando dados dos quatro que passaram a ser canónicos (Taciano). Dos apócrifos, pelo contrário, só se fazem referências em tempo posterior, até finais do séc. II. Por outro lado os papiros que se encontraram com textos que se assemelham aos dos evangelhos, alguns de meados do séc. II, são muito fragmentários, sinal de que as obras que representam não foram estimadas o suficiente, para serem transmitidas com cuidado pelas gerações seguintes.
        A respeito dos apócrifos que se conservaram ou que se descobriram em época recente deve dizer-se que as diferenças relativamente aos canónicos são notáveis, tanto na forma, como no conteúdo. Os que se conservaram ao longo da época patrística e medieval são relatos de carácter lendário e cheios de fantasia. Vêm satisfazer a piedade popular narrando detidamente o que diz respeito àqueles momentos que nos evangelhos canónicos não se contam ou se expõem de maneira sucinta. Em geral estão de acordo com a doutrina da Igreja e trazem relatos sobre o nascimento da Virgem, de São Joaquim e de Santa Ana (Natividade de Maria); de como uma parteira comprovou a virgindade de Maria (Proto-evangelho de Tiago); dos milagres que Jesus fazia quando era menino (evangelho do Pseudo Tomé), etc.
        Muito diferentes são os evangelhos apócrifos procedentes de Nag Hammadi (Egipto) que têm um carácter herético gnóstico. Estes têm a forma de dizeres secretos de Jesus (evangelho copto de Tomé); ou de revelações do Senhor ressuscitado explicando as origens do mundo material (apócrifo de João); ou a ascensão da alma (evangelho de Maria [Madalena]); ou são uma pesada manta de retalhos de pensamentos recolhidos de possíveis homilias ou catequeses (evangelho de Filipe). Ainda que alguns possam gozar de notável antiguidade, talvez do séc. II, a diferença relativamente aos evangelhos canónicos salta imediatamente à vista.
        Bibliografia: V. Balaguer (ed.), Comprender los evangelios, Eunsa, Pamplona 2005; A. de Santos, Los evangelios apócrifos, BAC, Madrid 1993 (8ª ed.).
          • Gonzalo Aranda

          segunda-feira, abril 18, 2016

          Que opiniões políticas tinha Jesus?


          Jesus foi acusado perante a autoridade romana de promover uma revolta política (cf. Lc 23, 2). Enquan­to deliberava, o procurador Pilatos recebeu pressões para que O condenasse à morte por esse motivo: “Se soltas Este, não és amigo de César, porque todo aquele que se faz rei, declara-se contra César” (Jo 19, 12). Por isso, no titulus crucis onde se indicava o motivo da condenação estava escrito: “Jesus Naza­reno, rei dos judeus”.

          Os seus acusadores usaram como pretexto a pregação que Jesus realizara acerca do Reino de Deus, um reino de justiça, amor e paz, para O apresentar como adversário político, que poderia acabar por levantar problemas a Roma. Mas Jesus não participou directamente na política nem tomou partido por nenhum dos bandos ou tendências nos quais se perfilavam as opiniões e a acção política das pessoas que então viviam na Galileia ou Judeia.

          Isto não quer dizer que Jesus se desentendesse das questões relevantes na vida social do seu tempo. De facto a sua atenção pelos doentes, pobres e necessitados não passaram inadvertidos. Pregou a justiça e, cima de tudo, o amor ao próximo sem distinções.

          Quando entrou em Jerusalém para participar na festa da Páscoa, a multidão aclamava-o como Messias gritando à sua passagem: “Hossana ao Filho de David! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana no mais alto dos Céus!” (Mt 21, 9). No entanto Jesus não respondia às expectativas políticas que o povo colocava no Messias: não era um líder guerreiro que viesse mudar pelas armas a situação em que se encontravam, nem tão pouco foi um revo­lucionário que incitasse uma revolta contra o poder romano.

          O messianismo de Jesus só se entende à luz das passagens do Servo Sofredor, de quem Isaías tinha profetizado (Is 52, 13-53, 12) que se entrega à morte para a redenção de muitos. Assim o entenderam claramente os primeiros cristãos ao reflectir, movidos pelo Espírito Santo, sobre o sucedido: “Cristo também sofreu por vós deixando-vos o exemplo, para que sigais as Suas pisadas. Ele que não cometeu pecado, «e em cuja boca não se encontrou a menti­ra»;quando O injuriavam, não injuriava, sofrendo, não ameaçava, mas entregava-Se ao justo Juiz; foi Ele mesmo que levou os nossos pecados em Seu corpo, sobre o madeiro, a fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: «por Suas chagas fostes curados». Porque vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora vos convertestes ao Pastor e Guarda das vossas almas” (1 Pe 2, 21-25).

          Nalgumas biografias recentes de Jesus faz-se notar, ao considerar a sua atitude perante a política do mo­mento, a variedade existente entre os homens que escolhe para serem Apóstolos. É costume citar Simão, chamado Zelote (cf. Lc 6, 15), que – como indicaria o seu próprio apelido – seria um nacio­nalista radical, empenhado na luta pela independência do povo frente aos romanos. Alguns especialistas nas línguas da zona também apontam Judas Iscariotes, cujo apelido, iskariot, parece ser uma transcrição grega popular da palavra latina sicarius, o que o identificaria como simpatizante do grupo mais extre­mista e violento do nacionalismo judaico. No entanto, Mateus exercia o ofício de cobrador de impostos para a autoridade romana, «publicano», ou colaboraci­onis­ta com o regime político estabelecido por Roma, o que naquela altura se considerava equivalente. Outros nomes, como Filipe, denotariam a sua procedência do mundo helenístico que estava muito estabelecido na Galileia.

          Estes dados podem ter alguns detalhes discutíveis ou associar alguns desses homens a posições políticas que só ganharam força décadas depois, mas em qualquer caso são bem ilustrativas do facto de no grupo dos Doze existirem pessoas muito variadas, cada um com as suas próprias opiniões e posicio­namentos, que tinham sido chamados a uma tarefa – própria de Jesus – que transcendia a filiação política e a condição social de cada um deles.

          Bibliografia: José María Casciaro, Jesucristo y la sociedad política (Palabra, Madrid, 1973) 56-59; J. Gnilka, Jesús von Nazareth. Botschaft und Geschichte,Herder, Freiburg 1990 (ed. esp. Jesús de Nazaret, Herder, Barcelona 1993); A. Puig, Jesús. Una biografía, Destino, Barcelona 2005; F. Varo, Rabí Jesús de Nazaret, BAC, Madrid 200
          5.

          Fonte: OpusDei

          Jesus quis realmente fundar uma Igreja?



          A pregação de Jesus dirigia-se em primeiro lugar a Israel, como ele mesmo o disse aos que o seguiam: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15, 24). Desde o começo da sua actividade convidava a todos à conversão: “Comple­tou-se o tempo e aproxima-se o Reino de Deus; arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 15). Mas essa chamada à conversão pessoal não se percebe num contexto individualista, mas tem como objectivo reunir continuamente a humanidade disper­sa para constituir o Povo de Deus que tinha vindo salvar.

          Um sinal evidente de que Jesus tinha a intenção de reunir o povo da Aliança, incluindo a humanidade inteira, para cumprir das promessas feitas ao seu povo, é a instituição dos doze apóstolos, à frente dos quais coloca Pedro: “Os nomes dos doze Apóstolos são estes: O primeiro é Simão, também chamado Pedro, depois André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu e Tadeu; Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou” (Mt 10, 2‑4; cf. Mc 3, 13-16; Lc 6, 12-16) (veja-se a pergunta Quem foram os doze Apóstolos?). O número doze faz referência às doze tribos de Israel e manifesta o significado desta iniciativa de congregar o povo santo de Deus, a ekkesía Theou: eles são os alicerces da nova Jerusalém (cf. Ap 21, 12-14).

          Um novo sinal dessa intenção de Jesus foi ter-lhes confiado na Última Ceia o poder de celebrar a Eucaristia que instituiu naquele momento (veja-se a pergunta O que aconteceu na Última Ceia?). Deste modo, transmitiu a toda a Igreja, na pessoa daqueles Doze que estão à frente dela, a responsabilidade de ser sinal e instrumento da reunião começada por Ele e que devia dar-se nos últimos tempos. Com efeito, a sua entrega na Cruz, antecipada sacramentalmente nessa Ceia, e actualizada cada vez que a Igreja celebra a Eucaristia, cria uma comunidade unida na comunhão com Ele mesmo, chamada a ser sinal e instrumento da tarefa por Ele iniciada. A Igreja nasce, pois, da doação total de Cristo pela nossa salvação, antecipada na instituição da Eucaristia e consumada na Cruz.

          Os doze Apóstolos são o sinal mais evidente da vontade de Jesus sobre a existência e a missão da sua Igreja, garantia de que entre Cristo e a Igreja não há contraposição: são inseparáveis, apesar dos pecados dos homens que compõem a Igreja.

          Os Apóstolos eram conscientes, porque assim o tinham recebido de Jesus, de que a sua missão se haveria de perpetuar. Por isso se preocuparam em encontrar sucessores, para que a missão que lhes tinha sido confiada continuasse depois da sua morte – tal como testemunha o livro dos Actos dos Apóstolos. Deixaram uma comunidade estruturada através do ministério apostólico e guiada pelos pastores legí­timos, que a edificam e a sustentam na comunhão com Cristo e com o Espírito Santo, na qual todos os homens estão chamados a experimentar a salvação oferecida pelo Pai.

          Nas cartas de São Paulo consideram-se, portanto, os membros da Igreja como “concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo pedra angular o próprio Cristo Jesus” (Ef 2, 19-20).

          Não é possível encontrar Jesus quando se prescinde da realidade que Ele criou e na qual se comunica. Entre Jesus e a sua Igreja há uma continuidade profunda, inseparável e misteriosa, em virtude da qual Cristo se faz presente hoje no seu povo.



          Bibliografia: Bento XVI, Audiências gerais das quartas-feiras 15, 22 e 29 de Março de 2006.


          Fonte: opusdei

          terça-feira, abril 12, 2016

          QUAL O MENTIROSO? Jesus Cristo ou Martinho Lutero?


          Disse Jesus a Pedro: - “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno (os seres e as paixões) não prevalecerão contra ela” (Mat. XVI,18). E, mais explícito e categórico ainda, o Cristo prossegue: - “Foi-me dado todo o poder no céu e na terra; ide, pois, (revestidos deste poder), e instruí a todos os povos... ensinando-os a observar as coisas que vos
          tenho mandado. E eis que ESTOU convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. (Mat.28,18-20).
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          Nada mais claro e positivo. O Cristo, Deus, estará com o chefe dos Apóstolos até ao fim dos tempos. Quer isto dizer que a Igreja existirá eternamente na pureza e na firmeza de sua fé, que será infalível, pois jamais sucumbirá ao peso das falsidades e paixões. Tal é a forma promessa de Jesus. No entanto, Lutero e, após ele, os seus filhos e netos, denominados protestantes, falam que a instituição de Cristo decaiu de sua altura divina, tornando-se um antro de vícios e explorações. E, por isso, quis o monge de Wittemberg reformá-la.
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          Qual, pois, o mentiroso? O Divino Mestre ou o frade revoltoso e os seus asseclas?
          Raciocinemos. Se a Igreja sucumbiu, pela influência do erro e das paixões, como afirmam, então temos três enormes mentiras atribuídas a Jesus:
          1ª.: as portas do inferno prevaleceram contra ela, apesar da afirmação contrária de Cristo;
          2ª. : Pedro deixou de ser PEDRA, para se fazer lodo;
          3ª. :Cristo abandonou a Igreja, depois de garantir que ficaria com ela até o fim dos tempos.
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          Respondamos protestantes: qual entre os dois é o mentiroso: Jesus ou Barrabás, Cristo ou Lutero?..
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          Retirado do Livro: "O diabo, Lutero e o protestantismo" do Padre Júlio Maria.

          segunda-feira, abril 11, 2016

          Erros e perigos da Astrologia



          É lícito (ou, ao menos, convém) a um católico recorrer às previsões astrológicas?

          A maioria das pessoas conhece a Astrologia através dos horóscopos publicados nos jornais. Muita gente lê e acredita nas previsões que são feitas, alguns inclusive seguem as sugestões dadas pelos astrólogos. Mas será que já se perguntaram no que se fundamentam estas previsões? Há base científica? Ou ainda, lembrando que nem tudo pode ser explicado pela ciência, há base racional para a Astrologia? E, fora estas questões, é lícito (ou, ao menos, convém) a um católico recorrer às previsões astrológicas? São questões relevantes, que precisam ser analisadas atentamente e respondidas com precisão. Além do mais, quando se procura entender as origens e as relações da Astrologia com o mundo atual, percebe-se claramente que hoje ela está muito ligada aos movimentos conhecidos por “New Age” ou, Nova Era. No que consiste esta tal de Nova Era?

          Segundo os místicos e astrólogos a New Age (Nova Era) é o advento da Era de Aquário. Para eles, estamos no final da Era de Peixes, dominada pelo pensamento cristão repressivo, retrógrado e preconceituoso. O próximo Eon (ou Era) será o fim da dominação cristã e o início de um tempo de luz, tecnologia e paz. Como disse, a filosofia da Nova Era está intimamente ligada à Astrologia e esta, por sua vez, usa uma roupagem falsa de ciência quando utilizada (erroneamente) conceitos da Astronomia.

          Tanto a Astrologia quanto a noção de Eras estão relacionadas com os movimentos da Terra. Basicamente a Terra possui três movimentos principais. O primeiro é o de rotação em torno do próprio eixo, que dura aproximadamente 24 horas e determina os dias e as noites. O segundo movimento é o de translação em torno do Sol, que dura um pouco mais que 365 dias. Ele determina quais partes do céu estão visíveis a noite pois, se no movimento da Terra o Sol fica na frente de alguma parte do céu, não podemos vê-la. Temos que esperar alguns meses para estarmos num outro ponto da órbita. Desta forma, falamos de “céu de inverno” e “céu de verão”, por exemplo. Quem gosta de espiar o céu sabe: as três Marias aparecem bem no verão e o Escorpião no inverno. O terceiro movimento é o de Precessão. É o mesmo movimento executado por um pião quando está próximo de parar. É uma pequena oscilação do eixo de rotação.

          Portanto, os movimentos da Terra determinam que partes do céu podemos ver em cada época do ano e em cada momento do dia e da noite. Para demarcar o céu e as estações do ano, os astrônomos o dividiram em regiões. São as constelações. As estrelas de uma mesma constelação não precisam estar ligadas entre si. É apenas uma divisão aparente do céu, para facilitar a localização das estrelas. Atualmente, a União Astronômica Internacional divide o céu em 88 constelações, de tamanhos diversos.

          Durante o ano o Sol passa na frente de 13 constelações. São as constelações do Zodíaco. Tenho certeza que você conhece, pelo menos, 12 delas. São os signos, Áries, Peixes, Touro, Escorpião, etc. Não há nada de especial com elas, exceto que o Sol passa pela sua frente. Os astrólogos dizem que seu signo é Peixes, por exemplo, porque o Sol estaria na frente de Peixes de fevereiro a março. Usei este tempo verbal, porque, de fato, o Sol não está na frente de Peixes durante o período que eles falam. É que eles não fazem observações, e também não sabem fazer contas, e parece que não têm vergonha disso.

          A Terra gira um pouco inclinada em torno do Sol, por isso ele cruza em março e setembro, o equador celeste, uma linha imaginária que divide o céu em duas calotas, uma norte e outra sul. O ponto exato em que o Sol cruza este equador em março chama-se Ponto de Áries. Hoje, este ponto está sobre a constelação de Peixes, não de Áries. Ele mudou (e continua mudando) de posição por causa do terceiro movimento que citei, da Precessão dos Equinócios. Este movimento tem um período de 25800 anos. Neste tempo, o Ponto de Áries passa por alguns milênios sobre algumas constelações. É daí que os astrólogos tiram a estória das Eras. De Áries este ponto passou para Peixes (agora) e por volta de 2600 estará na constelação de Aquário.

          Mas se os astrólogos não sabem nem quando o Sol está de verdade na frente de uma constelação, imagina calcular em que época o Ponto de Áries estará sobre a constelação de Aquário! Alguns dizem que já ocorreu na década de 60, outros que seria em 2011, e os mais precavidos põem a data mais além. Nenhum deles, porém, consulta uma tabela astronômica.

          Do ponto de vista filosófico a Astrologia se baseia na ideia de que existem tempos propícios para determinadas atividades e que estudando os ciclos da natureza através dos movimentos celestes podemos conhecer e até prever estes momentos mais favoráveis e usar isto para nosso bem. Como escrevi antes, os astrólogos usam alguns conceitos de astronomia de modo completamente errado e por isso não sabem calcular os “ciclos da natureza”. Independente disso, muitos acham que mesmo assim a filosofia por trás da astrologia faz sentido, pois somos parte integrante de uma natureza muito ampla e estamos integrados a ela. Aí é que a astrologia tem se confundido nos dias atuais com os movimentos Nova Era.

          A Astrologia é condenada pela doutrina católica por que é uma forma de adivinhação que se presta a tentar usar poderes ocultos da natureza, lê-se no parágrafo 2116 do Catecismo da Igreja Católica que:

          “Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas (…). A consulta aos horóscopos, a astrologia, (…) escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus”. O Catecismo enfatiza ainda mais no parágrafo 2117 que “mesmo que seja para proporcionar a este [o próximo] saúde, são gravemente contrárias à virtude da religião”.

          Diversos cientistas já provaram que a Astrologia não funciona, que suas previsões não se tornam realidade e que mesmo que não sejam feitas previsões, o uso dos “tempos propícios” não favorece quem os identifica. Cientificamente dizemos que não há relevância estatística, é um atestado de que não existem estes tempos ou então que, caso existam, não faz diferença conhecê-los, pois não muda nada. Do ponto de vista científico a Astrologia é uma perda de tempo pois é bobagem, do ponto de vista da fé ela é um grave perigo pois nos afasta de Deus, conforme explica o Catecismo. A Astrologia é, portanto, errada e perigosa. Meu signo é a cruz.

          Será mesmo que acreditar em Deus “modifica” o nosso cérebro?


          Estudo norte-americano aponta que quem acredita em Deus é condicionado pela emotividade e menos capaz de pensar de modo crítico - mas dois especialistas em neurociência o desmentem

          Quem acredita em Deus é menos capaz de pensar analiticamente?

          Quem acredita em Deus é menos capaz de pensar criticamente do que um ateu?

          Um ateu tem pensamento crítico mais desenvolvido que um crente?

          É verdade que os crentes têm menos capacidade de pensar analiticamente?

          De acordo com um estudo norte-americano, as pessoas que acreditam em Deus seriam condicionadas pela empatia e pela emotividade e teriam menor capacidade de pensar criticamente. No entanto, dois especialistas italianos em neurociência afirmam que não há nenhuma conexão entre a crença em Deus e a maior ou menor capacidade de raciocínio.

          “Crer em Deus modifica o cérebro”, afirmaria o estudo publicado pela revista “Plos One“, segundo o qual aqueles que creem em Deus tendem a reprimir uma área usada pelo pensamento analítico e a ativar a área responsável pela empatia.

          “Pelo que sabemos sobre o cérebro”, diz o professor Tony Jack, um dos elaboradores desse estudo, “acreditar em algo sobrenatural nos leva a deixar de lado o pensamento crítico para nos ajudar a ter uma compreensão melhor das coisas do ponto de vista social e emotivo” (Adnkronos, 2 de abril).

          Analisando oito experimentos diferentes, feitos com grupos de 159 a 527 adultos, os pesquisadores observaram que as pessoas religiosas seriam mais empáticas do que aquelas que não acreditam em Deus. Segundo esses estudiosos, o cérebro usaria uma “rede analítica” de neurônios que permite pensar criticamente e uma “rede social” de neurônios que permite sentir empatia. “Por causa da tensão entre as duas redes, é possível aprofundar o nosso lado social e emocional. Esta poderia ser a chave para explicar por que a crença no sobrenatural é algo que une a história de culturas diferentes”.

          Pensamento analítico x empatia

          O professor Paolo Maria Rossini, diretor da Área de Neurociências da Policlínica Agostino Gemelli, em Roma, observa que o estudo de Tony Jack foi realizado na Universidade Case Western Reserve, de Cleveland, nos EUA, a partir de publicações anteriores do mesmo grupo de trabalho, que considera que o “pensamento analítico” é frequentemente associado ao ateísmo enquanto um pensamento religioso e transcendente é mais frequentemente ligado a um temperamento socializador e empático.

          Um aspecto em comum

          Continua Rossini: “Alguns acreditam que estas duas formas de relacionar-se com a realidade e com os outros se contrapõem nitidamente. Em ambos os casos, porém, o pensamento envolve circuitos neurais que passam pelos lobos frontais, estruturas que regulam as emoções, a memória e as capacidades de relacionamento pessoal”.

          Ideação e preocupação moral

          Os autores do estudo tinham examinado oito publicações científicas sobre o assunto, todas elas enquadradas em um modelo teórico que “se concentra em diferentes níveis de déficit no ‘processamento social e emocional’, típicos do espectro de distúrbios do autismo (ideação) e de tipo psicopatológico (preocupações morais)”.

          Eles chegaram assim à conclusão, comenta Rossini, de que “a crença religiosa está positivamente associada às preocupações morais e de que a associação negativa entre ‘credo religioso’ e pensamento analítico pode ser explicada pela correlação negativa que liga a preocupação moral ao mesmo pensamento analítico (…) O estudo não apontou, no entanto, nenhum vínculo entre o tipo de ideação e a existência de um credo religioso e espiritual. O que foi descoberto pelos pesquisadores, primeiro, mal se vincula à teoria de que uma crença religiosa e espiritual se correlacione com a percepção das próprias ações, e, segundo, sugere que as diferenças de sexo masculino e feminino podem ser explicadas por diferenças na percepção moral”.

          Deduções “pouco científicas”

          Filippo Tempia, neurocientista, professor da Universidade de Turim e membro do instituto científico da fundação Cavalieri Ottolenghi, também da Itália, declara à Aleteia que “o artigo de Jack e seus colaboradores não diz em absoluto que a fé religiosas modifique o cérebro ou nos leve a pensar de modo menos crítico e mais social e empático. O estudo simplesmente compara pessoas que tendem a pensar de modo mais crítico e analítico e pessoas que respondem de forma mais intuitiva. Nos problemas colocados neste estudo, as respostas intuitivas estão erradas”.

          A primeira conclusão seria a de que o número de pessoas que acreditam em Deus é menor dentro do grupo de indivíduos que raciocina de modo mais analítico. “Este resultado não é novo. O primeiro estudo é de 2012. Na verdade, o objetivo deste novo estudo é outro: dizer se a crença em Deus está ligada a uma maior aptidão social ou maior preocupação moral. Os resultados mostram que esta última, de fato, está relacionada com um grau maior de crença em Deus, mas a atitude social não tem essa relação”.

          Teorias desmentidas

          Tempia acrescenta que este resultado “desmente muitas teorias sociais que tendem a explicar a crença em Deus como um traço evolucionário que foi selecionado por causa dos benefícios sociais que permitia. Outra falsa teoria refutada é a de que a crença em Deus surge da tendência do cérebro a atribuir uma ‘mente’ a tudo o que age: a pedra que cai, a água que corre etc”.

          Este estudo, além disso, “demonstra que a capacidade de compreender as outras pessoas como agentes dotados de vontade não tem relação com uma tendência maior ou menor a acreditar em Deus. O único fator realmente correlacionado com a crença em Deus, para este estudo, é a preocupação moral”.

          O neurocientista observa ainda que “este estudo mal leva o cérebro em consideração: trata-se de experimentos de psicologia sem qualquer medição instrumental”.

          O estudo de Jack e seus colaboradores demonstra que “a correlação entre a tendência a acreditar em Deus e o menor raciocínio analítico não é verdadeira, mas resulta do fato (mostrado nesse trabalho) de que as pessoas com mais raciocínio analítico têm menos preocupação moral com os outros. A verdadeira relação, de acordo com esses autores, é unicamente entre acreditar em Deus e ter maior preocupação moral”.

          Causa ou efeito?

          Uma limitação do estudo de Jack, destaca ainda Tempia, é que ele “não consegue dizer qual é a causa e qual é o efeito: se a preocupação moral leva à crença em Deus ou se a crença em Deus gera a preocupação moral, ou mesmo se a correlação se deve a um terceiro fator não considerado no estudo”.

          Fonte: http://pt.aleteia.org/

          sexta-feira, abril 08, 2016

          Quem foi São Paulo e como transmitiu os ensinamentos de Jesus?


          Paulo é o nome grego de Saulo, homem de raça hebraica e de religião judia, oriundo de Tarso da Cilícia – cidade situada a sudeste da actual Turquia – que viveu no século I depois de Cristo. Paulo foi, portanto, contemporâneo de Jesus de Nazaré, ainda que presumivelmente não chegassem a encontrar-se em vida.

          Saulo de Tarso foi educado no farisaismo, uma das facções do judaísmo do século I. Como ele mesmo narra num dos seus escritos – a Carta aos Gálatas – o seu zelo pelo judaísmo levou-o a perseguir o grupo nascente de cristãos (Gl 1, 13-14), os quais conside­rava contrários à pureza da religião judaica. Até que numa ocasião, a caminho de Damasco, o próprio Jesus se lhe revelou e o chamou para O seguir, como antes tinha feito com os apóstolos. Saulo respondeu a esta chamada, baptizando-se e dedicando a sua vida à difusão do Evangelho de Jesus Cristo (Act 26, 4-18).

          A conversão de Paulo é um dos momentos chave da sua vida, porque é precisamente nesse momento que começa a entender como a Igreja é corpo de Cristo: perseguir um cristão é perseguir o próprio Jesus. Nessa mesma passagem, Jesus apresenta-se como “Ressuscitado” – situação que espera todos os homens depois da morte se seguirem o exemplo do próprio Jesus – e como “Senhor”, sublinhando o seu carácter divino, já que a palavra que se usa para denominar o “Senhor”, Kyrie, aplica-se ao próprio Deus na Bíblia grega. Podemos por isso dizer, que Paulo recebeu do próprio Jesus o evangelho que ía pregar, ainda que, depois, ajudado também pela graça e pela própria reflexão, tenha sabido extrair dessa primeira luz muitas das principais implicações do evangelho, tanto para uma maior compreensão do mistério divino, como para mostrar as suas conse­quências para a condição e o agir dos homens sem fé e com fé em Cristo.

          Paulo, no momento da sua conversão, é apresentado com características de profeta a quem se atribui uma missão muito concreta. Como diz outro dos livros do Novo Testamento, os Actos dos Apóstolos, o Senhor disse a Ananias, que iria de baptizar Paulo: “Vai, porque este é um instrumento escolhido por Mim para levar o Meu nome aos gentios, aos reis e aos filhos de Israel. Mostrar-lhe-ei quanto deve sofrer pelo Meu nome”(Act 9, 15-16). O Senhor disse também ao próprio Paulo: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e põe-te em pé, porque Eu te apareci para te constituir servidor e testemunha das coisas que viste e daquelas pelas quais Eu te aparecerei ainda, livrando-te deste povo e dos gentios, aos quais agora te envio a abrir-lhes os olhos, a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam o perdão dos pecados e a herança entre os santos, mediante a fé em Mim”(Act 26, 15-18).

          São Paulo levou a cabo a sua missão de anunciar o caminho da salvação realizando viagens apostólicas, fundando e fortalecendo comunidades cristãs nas diversas províncias do Império Romano por que passava: Galácia, Ásia, Macedónia, Acaia, etc. Os escritos do Novo Testamento apresentam-nos um Paulo escritor e pregador. Quando chegava a um lugar, Paulo acorria à sinagoga – lugar de reunião dos judeus – para pregar o evangelho. Depois, procurava também os pagãos, isto é, aos não judeus.

          Depois de sair de alguns lugares, quer por ter deixado a pregação incompleta, quer para responder às perguntas que lhe enviavam dessas comunidades, Paulo começou a escrever cartas, que rapidamente seriam recebidas nas igrejas com uma particular reverência. Escreveu cartas a comunidades inteiras e a pessoas singulares. O Novo Testamento transmitiu­‑nos 14 que têm a sua origem na pregação de Paulo: uma Carta aos Romanos, duas Cartas aos Coríntios, uma Carta aos Gálatas, uma Carta aos Efésios, uma Carta aos Filipenses, uma Carta aos Colossenses, duas Cartas aos Tessalonicenses, duas Cartas a Timóteo, uma Carta a Tito, uma Carta a Filémon e uma Carta aos Hebreus. Ainda que não sejam de fácil datação, podemos dizer que a maioria destas cartas foi escrita durante a década que vai do ano 50 a 60.

          O núcleo da mensagem pregada por Paulo é a figura de Cristo do ponto de vista daquilo que reali­zou para a salvação dos homens. A Redenção realiza­da por Cristo, cuja acção está intimamente relaciona­da com a do Pai e a do Espírito, marca um ponto de inflexão na situação do homem e na sua relação com o próprio Deus. Antes da Redenção, o homem cami­nhava no pecado, cada vez mais afastado de Deus. Mas agora temos o Senhor, o Kyrios, que ressuscitou e venceu a morte e o pecado, e que constitui uma só coisa com os que crêem e recebem o baptismo. Neste sentido, pode dizer-se que a chave para entender a teologia paulina é o conceito de conversão (meta­noia), como passagem da ignorância à fé, da Lei de Moisés à lei de Cristo, do pecado à graça.

          Juan Luis Caballero

          Fonte: opusdei

          terça-feira, abril 05, 2016

          Pai-Nosso na missa: de mãos dadas?







                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      





          Mãos dadas? Mãos levantadas? Qual é a melhor postura para rezar o Pai-Nosso na Missa e por quê? 



          Nós, na missa, temos dois momentos de maior importância: a consagração e a comunhão. É na missa que temos nossa unidade; é nela que nos unimos a Jesus e em Jesus, por meio do sacerdócio comum dos fiéis. E dar as mãos é, obviamente, uma distração disso. Nós, católicos, nos unimos na comunhão, e não quando damos as mãos.

          Não há nada na Instrução Geral do Missal Romano que indique que a prática de dar as mãos tenha de ser feita. Na missa, cada gesto é regulado pela Igreja.

          É por isso que temos partes particulares da missa nas quais nos ajoelhamos, partes nas quais nos levantamos, partes nas quais nos sentamos etc. E não há menção alguma nos documentos que fale que precisamos dar as mãos para rezar o Pai-Nosso.

          Portanto, esta prática deve ser evitada durante a celebração da missa. Porém, se alguém quiser fazer isso, que faça (como exceção) com alguém de absoluta confiança, sem forçar ninguém, sem incomodar ninguém e sem a intenção de que isso se transforme em norma litúrgica para todos.

          É preciso levar em consideração que nem todo mundo quer segurar a mão do vizinho, e tentar impor isso pode acabar sendo incômodo em detrimento da oração, da piedade e do recolhimento.

          Outra coisa muito diferente é a oração comunitária fora damissa. Quando se reza fora da missa, não há problema algum em segurar a mão de alguém, pois isso é um gesto muito emotivo e simbólico.

          Esta, como outras atitudes, não é senão a exaltação do sentimento. O estar em comunhão com alguém não consiste tanto em dar as mãos ao rezar o Pai-Nosso, e sim no fato de estar confessado, no fato de estarem em estado de graça e, sobretudo, no fato de estarem preparados para a Eucaristia.

          Se o gesto de dar as mãos fosse necessário, importante ou conveniente para toda a Igreja, os bispos ou as conferências episcopais já teriam enviado uma petição a Roma, há muito tempo, para que tal prática fosse implantada. Não o fizeram e penso que nunca o farão.

          Outra coisa que se vê muito quando se reza o Pai-Nosso é que as pessoas levantem as mãos, como o padre faz, e isso tampouco é correto, porque não cabe aos leigos, durante a missa, fazer os gestos reservados ao sacerdote, nem pronunciar as palavras ou orações do padre, confundindo o sacerdócio comum dos fiéis com o sacerdócio ministerial.

          Só os padres estendem as mãos; é melhor que os fiéis permaneçam como estão ou orem com as mãos unidas, pois a fé interior é o que importa, é o que Deus vê.

          Os gestos externos do padre na santa missa existem para que os fiéis vejam que o sacerdote é o homem designado que intercede por eles.

          Estender os braços na oração já era habitual na Igreja primitiva, mas no contexto de um círculo de oração, na oração privada ou em outro encontro não litúrgico.

          Os gestos na missa são precisos, tanto para o padre quanto para os fiéis; cada um faz sua parte e os fiéis não devem copiar os gestos do sacerdote. Os gestos dos fiéis na missa são suas respostas, seu canto, suas posturas.

          Tanto o gesto de dar as mãos como o de levantar as mãos ao rezar o Pai-Nosso são, nos fiéis, práticas não litúrgicas que, ainda que não estejam explicitamente proibidas no missal, tampouco correspondem a uma liturgia correta.

          Os fiéis não devem repetir, nem com palavras nem com ações, o que o padre faz ao presidir a assembleia litúrgica.

          sexta-feira, abril 01, 2016

          O que eu fiz a Deus para merecer tamanho sofrimento e tortura?


          Irmãos é irmãs, sabemos que Jesus viveu e esteve diante do sofrimento e perseguição, que Ele não cometeu pecados e que era totalmente puro de coração, e justamente na sua crucificação, pela sua dolorosa paixão, um ladrão reconheceu que Jesus Cristo nunca tinha cometido nada para receber tamanho sofrimento e condenação, mas ele sim, por ser um ladrão, fez coisas que o faria digino de tal condenação, porém, a Jesus não tinham crimes que o pudessem condenar, mas é preciso refletir nesta situação e condição que nos apresenta um Cristo condenado sem merecer.

          A reflexão que queremos tirar disto, é que os acontecimentos da nossa vida não estão relacionados ao que fizemos a Deus, mas sim, ao que deixamos de fazer a Ele, que é aceitar o seu amor, e deixar que Ele nos conduza, é justamente por não seguirmos o exemplo de Jesus que na cruz disse, Pai, em tuas mãos entrego o meu espirito, que nos encontramos no desespero, porque sem isso, não saberemos suportar este sofrimento que nos reeduca para o caminho da verdade e da verdadeira alegria, nunca conseguiremos olhar que caminhar/andar com Cristo, é estar com uma Cruz rumo a eternidade junto com todos os santos e anjos de Deus Pai.

          Irmãos e irmãs, façamos o mesmo que Jesus fez, deixemos que Deus conduza o nosso espirito, e que possamos dizer juntos: Pai, em suas mãos entrego o meu coração, o meu espirito, para que somente a sua vontade seja feita em minha vida.


          Deixemos de fazer as coisas segundo nossas próprias escolhas, e que esta reflexão nos faça refletir o máximo sobre nossas atitudes.

          Pax et bonum
          Salve Roma

          Senhor, fazei que pela sua dolorosa paixão, eu saiba suportar as tribulações!

          Por: Gilson Azevedo

          quinta-feira, março 31, 2016

          Virei católico! E agora?

          Converter-se ao catolicismo é um ato de vontade em resposta ao chamado da graça. Continuar católico também.



            Aqui vão algumas breves sugestões para você viver na prática a sua nova fé.

          1. Renove a “decoração”!

          Comecemos com um aspecto mais “leve”. Que tal alguma imagem de Nossa Senhora ou do Sagrado Coração no jardim da sua casa? É uma forma, além do mais, de testemunhar aos seus vizinhos que você abraçou seriamente a fé católica e não vai escondê-la!

          Passando para dentro de casa, há elementos visuais essenciais numa casa católica: o crucifixo (um em cada cômodo) e ícones ou imagens de Jesus, de Maria e do seu santo padroeiro. Com a riquíssima história da arte católica, você vai facilmente encontrar algo que se harmonize com o seu gosto pessoal. Eu recomendo também um altar doméstico ou um ícone na parte da casa em que você costuma se recolher para rezar com mais frequência.

          E não se esqueça do carro! Em todo veículo deve haver um rosário e uma medalha de São Cristóvão pendurados no espelho retrovisor.

          Sim, eu sei que isso tudo pode parecer “superficial”, mas são elementos capazes de ajudar você de verdade em sua vida nova de fé – especialmente se forem bentos.

          Passe ainda a usar um crucifixo; conheça e adote uma medalha devocional e, principalmente, o escapulário. Mais que lembretes visuais de que você agora é católico, eles são sacramentais: sinais visíveis da nossa fé e recursos auxiliares para nos estimular na união cada vez mais intensa com Jesus (nada de confundi-los com amuletos!).

          2. Reze!

          Evita a armadilha de querer, da noite para o dia, passar de pagão a santo eremita. Dose os seus esforços. Não se jogue em novenas “porque sim”: querer “fazer” muitas “coisas espirituais” poderá levá-lo ao fracasso – e esse fracasso é o assassino número um do zelo do converso. Seja simples e espontâneo! Apenas se abra de coração para Jesus e vá conversando com Ele durante o dia, do jeito que você começa a conversar com um novo amigo, até formar o hábito suave da oração e da união permanente com Ele.

          E como ir falando com Jesus? O mais importante é a adoração eucarística. Familiarize-se com as paróquias próximas e veja se elas oferecem a adoração perpétua. Quem está ali é Jesus em Pessoa! Além de conversar com Ele, reze todos os dias o rosário: com Maria, chegamos mais rápido a Jesus!

          3. Estude


          Não deixe de estudar a Bíblia e o Catecismo. Continue participando da catequese de adultos, de círculos de estudos bíblicos ou de qualquer outro recurso disponível na sua paróquia. Se não puder, inscreva-se para receber diariamente, por e-mail e grátis, um bom boletim católico que lhe traga conteúdos espirituais como as leituras da missa, as palavras do papa, o santo do dia… Baixe aplicativos católicos no seu telefone. Para manter viva a sua fé, tente aprender algo novo sobre Deus a cada dia. Lembre-se: você não sabe tudo. Nunca. Sempre há algo mais para aprender – ou para recordar.

          4. Entenda que a sua fé não é nas pessoas
          Lembre-se de que você se tornou católico porque estava em busca da Verdade. Você encontrou a Verdade em uma Igreja fundada por Cristo, mas dirigida por homens – e homens falíveis. O papa é infalível quando se pronuncia “ex cathedra”, mas isso não quer dizer que os católicos estejam isentos de cometer erros e de decepcionar você – ou até de escandalizá-lo. Você provavelmente conhecerá paróquias mal administradas, passará por experiências litúrgicas desviadas, entrará em contato com pessoas que vivem um suposto “catolicismo” apenas de palavra… Saiba distinguir.

          5. Pratique a sua nova fé!

          Este é um dos aspectos mais difíceis, mas, se você exercitar todos os dias a sua fé através da oração e dos sacramentos, ela será tão natural quanto respirar. Um desafio é a confissão, mas seus frutos são excelentes: além de nos limpar dos pecados, ela ainda nos torna mais responsáveis. Recorra a ela muitas e muitas vezes.

          6. Lembre-se do porquê da sua conversão


          Daqui a dez anos, a sua fé não vai mais parecer uma novidade entusiasmante. Recorde então os momentos da sua vida que o fizeram aderir ao catolicismo. Comemore sempre o seu “aniversário” de conversão na Vigília Pascal, revivendo o esplendor da sua Primeira Comunhão com aqueles que seguiram o mesmo caminho que você trilhou.

          Converter-se ao catolicismo é um ato de vontade em resposta ao chamado da graça. Continuar católico também. Lembre-se disso na sua oração todos os dias!