Durante aproximadamente dois mil anos, a pratica de mulheres cobrirem a
cabeça para participar do culto católico foi costume universal, sobre o qual se
legislou quando houve alguma controvérsia, reafirmando que era obrigatório,
isso ainda no século I., porém isso vem desde os primórdios da nossa geração,
como explicarei no longo dessa formação.
A primeira legislação acerca do véu, foi feita pelo Papa São Clemente.
São Clemente, foi secretário de São Pedro e depois se tornou Papa. São
Clemente, que, portanto, foi o quarto Papa, entre 88 e 97, teve que fazer uma
lei dizendo que o uso de véu pelas mulheres era obrigatório na Igreja, porque
havia em Roma um grupo gnóstico “(princípio do feminismo)” que afirmava
que as mulheres tinham por natureza um acesso direto e privilegiado à divindade (bobagem que será reeditada pela gnose romântica) e que, portanto,
não deviam usar o véu, que segundo São Paulo, é sinal de submissão e não de
superioridade (I Cor 11; 1-16).
“Todo homem
que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu
senhor. E toda mulher que ora ou profetiza, não tendo coberta a cabeça,
falta ao respeito ao seu senhor, porque é como se estivesse rapada. Se uma
mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é
vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça rapada, então que
se cubra com um véu. Quanto ao homem, não deve cobrir sua cabeça, porque é
imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do homem. Com efeito, o
homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o homem criado
para a mulher, mas sim a mulher para o homem. Por isso a mulher deve
trazer o sinal da submissão sobre sua cabeça, por causa dos anjos. Com
tudo isso, aos olhos do Senhor, nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher
sem o homem. Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da
mulher, e ambos vêm de Deus. Julgai vós mesmos: é decente que uma
mulher reze a Deus sem estar coberta com véu?
(I Cor 11,
4-13)
Sempre houve mulheres para quem esse uso pesava, pois, o texto de
São Paulo que mencionei tem um tom de controvérsia. Evidentemente havia gente
que não queria usar, e ele faz questão de dizer que isso é contrário à tradição
da Igreja. Já naquele tempo! Enfim, de bom ou de mau grado, o uso do véu sempre
foi obrigatório e universal até o Concílio Vaticano II. O
Código de Direito Canônico que vigorava então, publicado em 1917, obrigava, no
cânon 1262, as mulheres a cobrirem a cabeça no culto e “especialmente
quando se aproximam da mesa sagrada”.
Está escrito: que a mulher tem que cobrir sua cabeça “especialmente quando se aproximam da mesa sagrada (altar) ”. “Mulieres autem, capite cooperto et modest vestitae, maxime cum ad mesnam Domincam accedunt”. Os homens, na Igreja ou fora dela, enquanto assistem aos ritos sagrados, devem trazer a cabeça descoberta, a não ser que os costumes aprovados do povo ou circunstâncias peculiares determinem de outra maneira; as mulheres, no entanto, devem trazer a cabeça coberta e estarem vestidas de forma modesta, especialmente quando se aproximarem da mesa da comunhão. Cânon 1262
Por que a igreja proibiu o uso do véu?
Primeiramente deve-se corrigir a pergunta, pois o certo seria perguntar, o porque não se usa mais o véu. Quando o Código de Direito Canônico de 1983 foi produzido, a questão do véu simplesmente não foi mencionada (não foi abolida, simplesmente não mencionada). De qualquer forma, Cânones 20-21 do Código de Direito Canônico de 1983 deixa claro que a nova Lei Canônica só abole a Velha Lei Canônica quando eles escreverem explicitamente isto, e que em caso de dúvidas, a Lei Antiga não deve ser revogada, pelo contrário; Cânon 20 (Código Direito Canônico). Consequentemente, de acordo com a Lei Canônica e o costume, a mulher continua tendo o dever de cobrir sua cabeça. [2] porém, com uma condição diferente dos cânones de 1917
Se não sou
obrigada, por que usar?
Sei que hoje isso é algo considerado
“ultrapassado”, “radical” entre outras coisas. Muitos dirão que isso até é
reflexo de um costume machista e que inferioriza a mulher e tal. Mas isso não é
verdade. Eu estou me referindo ao uso do véu na Santa Missa. Aliás, não só na
Santa Missa, mas em qualquer ato de devoção.
Não é por homens que o fazemos, mas pelo Senhor. Veja,
até os anjos cobrem seu rosto em face de estarem diante de Deus (Is 6.2)!! Os
anjos são puros, sem pecado, mas reconhecem o que é estar diante da majestade
de Deus, diante do Criador de todas as coisas e cobrem seu rosto.
Não iremos nós também nos cobrir diante de Cristo
presente no Santíssimo Sacramento? Sim, não só na hora da missa, pois se
estivermos na igreja, o Senhor está lá no Sacrário, sempre presente. Se formos
fazer atos piedosos (orar, etc.) em público, ainda que não na igreja, também
convém, pois não estaríamos nós com isso testemunhando nosso amor a Jesus.
Uma outra coisa interessante, é que nos tempos do Antigo Testamento,
descobrir a cabeça da mulher estava relacionado à vergonha, maldição, etc.
Em Números, depois de falar de como
proceder no caso de adultério, o texto sagrado diz que “Então apresentará a mulher
perante o Senhor, e descobrirá
a cabeça da mulher, e lhe porá na mão a oferta de cereais
memorativa, que é a oferta de cereais por ciúmes; e o sacerdote terá na mão a água
de amargura, que traz consigo a maldição” (Números 5.18)
Por fim, existe inúmeras razões pelas
quais uma mulher deve usar o véu sem reclamar e encher-se de si mesma com
palavras de que isso é sem noção, pois não somos obrigados a usar escapulário, a rezar o terço, no
entanto são práticas salutares e que rendem muitos frutos espirituais. Não
somos obrigados a nada, porém o fim último e único de todo homem, é elevar a
Deus louvor, porém louvores que respeitam os ritos. Todo rito é algo que vem de
Deus e não do homem, Jesus deu a Pedro o poder de ligar e desligar as coisas
aqui na terra e nos céus, porém esse poder não pode e nem está sujeito a
modificar as leis de Deus e os princípios de obras que nos levam a santidade. S. Paulo fala que é vergonhoso uma mulher orar com a
cabeça descoberta. Que em sinal de submissão devem ter a cabeça coberta. Ora,
dirá você, mas que argumento machista, por causa de homens eu vou cobrir minha
cabeça? Não. Não é machismo, é um reconhecimento:
Deus fez o homem, que é a sua (de Deus) glória. E dele (de Adão, do homem) nos
fez, sendo nós a sua (do homem) glória (1 Co 11.7). Além disso, diz S. Paulo,
que devemos cobrir a cabeça por causa dos anjos (1 Co 11.10).
Por isso a mulher deve trazer o sinal da submissão sobre sua
cabeça, por causa dos anjos. (I Cor 11, 4-13)
Na saudação do anjo Gabriel a Maria, para
comunicar-lhe que seria a Mãe de Deus na terra, Deus escolhe uma mulher, claro!
E aqui fica definido qual é a relação da humanidade, e especialmente da mulher,
diante de Deus. O anjo lhe diz: "O Espírito Santo virá sobre ti e o poder
do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra". A mulher, portanto, diante de
Deus, é receptiva e não passiva, posto que ela aceita, a vontade dela disse
sim. "Faça-se em mim conforme sua palavra". O véu vai significar
claramente a aceitação da palavra de Deus. A mulher é naturalmente mais
receptiva que o homem. Tem já o dom de gerar filhos; isto a torna co-partícipe
na criação do mundo. Ela recebe o filho, isto não é nada passivo, muito pelo
contrário. A mulher, portanto, é coberta por Deus, é um ser potencialmente mais
"espiritual" que o homem.
A
Virgem Maria e a maternidade de Jesus
Uma mulher e não um homem
é a pessoa que vai conhecer melhor o Cristo. Ela já o recebe no sim ao anjo! A
partir disto Jesus vai crescendo dentro dela, é no seu interior que vai se
desenvolvendo; ela então tem uma relação íntima, estreita como ninguém jamais a
teve. O Espírito Santo a cobriu e ela concebeu; tudo se passou dentro dela, no
maior mistério. Vemos sua barriga, sabemos que está grávida, mas não sabemos
como é. É um mistério, está oculto - o mundo moderno quer descobrir tudo, nada
escapa a isso, mesmo o Sagrado tem que ser exposto. Na Liturgia Ortodoxa, o Santuário é separado
dos fiéis e em dois momentos fecha suas portas aos olhos dos fiéis: na
Proskomídia (Preparação das oferendas) que representa a vida oculta ou anterior
de Cristo no mundo, e na Comunhão do Clero. O véu nas mulheres é a lembrança
permanente dentro da Igreja daquilo que não vemos, que é mistério, está perto,
mas está encoberto por um véu.
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