terça-feira, fevereiro 13, 2018

O Cristão pode pular carnaval?




“Não podeis beber ao mesmo tempo o Cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da Mesa do Senhor e da mesa dos demônios." (1Cor 10,19-22) 

O carnaval é um dos períodos mais profanos que a humanidade festeja sem saber, o paganismo, mas as vezes até o sabem. Na medida em que o homem se afasta de Deus, ele busca apoio em felicidades passageiras, a fim de preencher vazios que existem dentro de seu coração, tentando buscar nos prazeres da carne, uma forma de viver uma felicidade sem leis. O carnaval é uma festa bem antiga, podemos encontrar traços de sua origem ainda na época dos egípcios, no entanto, jamais iremos nos deparar na história com algum relato que mencione o povo de Deus celebrando tal acontecimento, apesar de, no período da idade média terem surgido algumas festas um pouco semelhantes que fizeram com que alguns clérigos se pervertessem, nada tem a ver com o carnaval. Aqui quero esclarecer porque não convém de modo algum o cristão participar desta festa, ou melhor, do banquete dos demônios.

Afinal, o que é o carnaval e qual sua origem?

O carnaval começa por volta do século VII aC, através de Pisístrato.

Pisístrato foi o primeiro a chegar ao poder de Atenas.

No século VII aC. ele decidiu oficializar um culto ao deus conhecido como Dionizio. Esse culto era comemorado com danças em volta de fogueiras, algo que era bem comum entre os pagãos daquela época. Os foliões usavam máscaras a fim de que com isso mostrassem a inexistência das classes sociais. Com o passar dos tempos, essa comemoração chegou até a população de Roma (século VI dC). Foi quando introduziram o sexo e a embriaguez com o propósito de saciarem seus prazeres da CARNE. Mais tarde, chegou em Veneza (século XII a XVI), dando origem ao carnaval que hoje muitos comemoram.

Segundo os relatos históricos, em Veneza as pessoas se fantasiavam de diversas coisas, tais como: demônios e animais, usavam máscaras, cometiam a gula, luxúria, proferiam sacanagens e blasfêmias, cantavam e dançavam, faziam paródias e alegorias.

Nessa época, existia uma crença de que se as pessoas não saciassem seus desejos da carne, elas poderiam ficar loucas, então no carnaval achavam que estariam purificando suas almas e aliviando seus corpos de toda a tensão do prazer. Daí que surge o nome dessa festa, que ficou conhecida popularmente como carnaval. Tal palavra, Carnaval, vem do Latim CARNEM LEVARE, que quer dizer; “suspender a carne”, “Carne nada valida”. Comemoração onde o prazer, os desejos da carne devem ser atendidos a todo custo por aqueles que acham que não existe um Deus que rege regras nesse mundo.

Agora que já sabemos qual a origem dessa festa e qual o motivo de suas práticas, vamos refletir sobre se é aconselhável ou não um cristão participar de tais festas.

Um cristão pode participar do carnaval?

Todos nós temos o poder de distinguir o bem o mal. A nossa razão nos capacita a governar o nosso corpo. Por mais que a carne seja fraca, são nossas escolhas que poderão decidir se o que fazemos é impulso da carne ou do espirito. Hugo de São Vitor explica que o homem tem três movimentos distintos: o do espirito, o do corpo e o da sensibilidade. O movimento do espirito consiste na verdade, o do corpo na operação (na atividade corporal), o da sensibilidade no prazer. A nossa vontade livre ou o livre-arbítrio se encontra exclusivamente no movimento do espirito; os outros dois são apenas subsequentes do livre-arbítrio. Refletindo nisso, podemos então, nos perguntar se durante o carnaval movimentamo-nos segundo o espírito ou segundo a carne, se as nossas escolhas nos levam a louvar a Deus ou feri-Lo, devemos buscar uma íntima reflexão dentro do nosso interior tentando entender se as nossas ações segundo a carne nos fazem sentir-se próximo de Deus ou próximo do mundo, próximos de uma alegria passageira. Deus quer que cada homem seja feliz, mas o homem na sua capacidade de se tornar fraco na medida em que se afasta dEle, faz com que os seus sentidos de busca pela santidade se percam, logo passamos a querer mandar em Deus praticando aquilo que sacia o nosso corpo e não o nosso espirito. Passamos a buscar alegria de momentos.

Tudo aquilo que nos leva a pecar, deve ser para nós um motivo de afastamento e repreensão, deve ser entendido como um meio de queda. Creio eu que ninguém seria louco de se aproximar do sol sabendo que o torraria em questão de segundos por causa de seu calor. Por que ao invés de recusarmos os desejos da carne, passamos a aceita-los e negar as propostas que Deus nos dá a cada dia para nos tornarmos pessoas melhores? Isso se deve por causa do nosso afastamento da graça de Deus, que vem por meio da falta de oração. Sem oração não podemos fugir daquilo que nos afasta de Deus, e logo passaremos a dizer: “a carne é fraca, por isso eu peco. ” “O Demônio existe, logo eu sou tentado a ir pular carnaval. ” Ora, deixem de ser esse tipo de pessoa que tudo coloca a culpa na ideia de que a carne e fraca e no demônio. Santo Afonso Maria de Ligório, costumava dizer que "expor-se a uma ocasião próxima de pecado mortal, que se poderia evitar, já é pecado mortal de imprudência". Ou seja, o simples fato de pensarmos em está ali em meio a uma festa onde pessoas se juntam para fazer orgias e se prostituir, já se torna para nós um pecado.

Como é que podemos querer ser cristãos, se zombamos de Deus a cada dia achando que ele vai nos salvar só porque é misericordioso e não vai olhar para os nossos pecados? Não tem como ser cristãos assim, se decidimos dia e noite que podemos está em locais onde a profanação rola solta, a própria palavra de Deus, diz: Pode alguém caminhar sobre brasas sem queimar os próprios pés? ” (Pr 6,28). Obvio que não. Do mesmo modo, será que homem pode se misturar com farras das quais muito desagradam a Deus e que outrora foram muito praticadas em Sodoma e Gomorra? Não, não pode, e não podemos jamais tentar a Deus dizendo: estou sobre a graça dEle, logo o pecado não vai me atingir. Talvez Adão e Eva também pensassem assim, que não poderiam ser atingidos por nada, pelo fato de que também estavam cobertos da graça de Deus e residiam em um local santo, mas mesmo assim caíram no erro. Que dirá nós, que não gozamos da graça de Deus em sua totalidade, não cair no erro dentro de um local que é ocasião para o pecado. No que se refere a tudo colocarmos a culpa no diabo e querermos nos excursar como sendo participantes do pecado que comentemos, o padre Manuel Bernardes, em seus Sermões e Práticas, diz: “Somos muitas vezes nós que tentamos ao diabo! Por quê? Porque somos nós os que buscamos a ocasião, somos nós que chamamos por ela; e buscar a ocasião em vez de ela nos buscar é, em vez de o diabo nos tentar, tentamos nós ao diabo...” Isso é a mais pura verdade, pois geralmente somos nós quem buscamos as ocasiões para pecar, e muita das vezes usamos a desculpa de que depois podemos nos confessar e vai ficar tudo ‘’joia’’ com Deus. Nós sabemos que se andarmos na rua vacilando com um celular na mão, o ladrão vem e rouba, do mesmo modo, se nos colocarmos diante de uma ocasião de pecado, seremos também assaltados pela depravação e força dos desejos da nossa carne. Então sejamos mais sinceros conosco e passemos a corrigir os erros, porque participando do carnaval, patrocinando novelas do globo, indo em shows anticristãos e apoiando ideologias contrarias a nossa fé, só iremos para um lugar, que é o inferno, pois nos céus não entrarão os impuros.

Concluo que, se você quiser ir pular carnaval, pode ir, mas por favor, não saia por aí dizendo que você é católico, porque você só vai colaborar mais ainda para difamar a nossa fé.

Desejo que a paz de Nosso Senhor adentre os vossos corações, para que retornando para Ele, sintam-se verdadeiramente livres para encontrar a felicidade que Deus nos prometeu, uma felicidade que nunca acaba.

Por Gilson Azevedo 

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