quinta-feira, setembro 14, 2017

Introdução à Primeira Carta aos Tessalonicenses



Neste mês de Setembro, mês dedicado ao estudo/meditação da Bíblia, somos chamados a meditar nas Cartas de São Paulo aos Tessalonicenses. Durante estes dias, estarei enviado a vocês um estudo aprofundado acerca dessa carta. Tratarei sobre a comunidade de Tessalônica; as circunstâncias que levaram São Paulo a escreve-la; o estilo vocabulário; as grandes divisões e a explicação de cada capítulo. Lembrando que esse estudo não é um kerigma, mas uma formação teológica.

Introdução à Primeira Carta aos Tessalonicenses

A cidade de Tessalônica, fundada em 815 a.C. pelos macedônicos, tinha obtido do imperador Augusto o privilégio de ser cidade livre. Possuía seu senado, suas assembleias do povo (At 17,5) e seus magistrados, chamados politarcas (At 17,8). Sendo uma cidade de negócios e porto próspero, conhecia um afluxo de populações estrangeiras. Os judeus eram bastante numerosos, pois possuíam até uma sinagoga (Its 2,14-16; At 17,2). As criações encontradas no local mencionam todas as espécies de nações; os judeus são muitas vezes citados.
Foi no decorrer da segunda viagem missionária que Paulo e Silas, vindo de Filipos, de onde lhes tinham pedido que partissem (Its 2,2; cf. At 18,3ss), se detiveram em Tessalônica. Segundo o costume das missões paulinas, dirigiram-se perfeitamente aos judeus (cf. At 17,1-2).
As primeiras saudações são dirigidas aos tessalonicenses que Paulo evangelizou no decurso da segunda viagem (At 17,1-10) do outono de 49 à primavera de 50.

Forçado, por causa dos ataques dos judeus, a partir para Bereia, de onde se dirigiu a Atenas e Corinto, foi em dúvida desta última cidade, durante o verão de 50, que escreveu esta carta. Silas e Timóteo estão a seu lado, e as boas notícias trazidas por este último de uma segunda visita a Tessalônica são para Paulo a ocasião para desafogar seu coração.

O êxito do Apostolo junto de seus irmãos de raça não devia ser muito animador (Its 2,14-16; At 17,5s). Os Atos particularizam que Paulo não pôde pregar na sinagoga senão por ocasião de três sábados (17,2); sem dúvida ele deixou a sinagoga para convocar os fiéis na casa de Jasão, onde deve ter exercido seu apostolado durante certo tempo. Foi lá que os judeus, em consequência de uma insurreição que fomentaram, vieram procura-lo para entrega-lo ante a autoridade da cidade (At 17,5).

A duração dessa permanência de Paulo na cidade é difícil de se determinar; deve ter sido em tempo muito breve, quando muito de dois meses, e a formação religiosa inacabada da comunidade causou, sem dúvida, algumas apreensões ao Apóstolo. De fato, em Atenas, onde Timóteo o alcançara, “não podendo mais esperar” (Its 3,1) e, consentindo em ficar sozinho na cidade, enviou seu companheiro a Tessalônica. As boas notícias que ele recebeu o reanimam (Its 3,6-10). Mas fica sabendo também das calunias dos judeus a seu respeito e das perseguições deles contra os irmãos (Its 2,14s); teme que seu trabalho apostólico seja reduzido a nada (Its 3,5) e lhes escreve imediatamente.
A carta aos Tessalonicenses é o escrito mais antigo do novo testamento. Escrito para a Igreja de Tessalônica, fundada por Paulo e Timóteo na sua segunda viagem missionaria.
Síntese da Carta
1,1-12 – Saudação e agradecimento
2,1-12 – Pregação do Evangelho de Deus
2,13-3,13 – Fé e paciência dos tessalonicenses; Missão de Timóteo
4,1-5,24 – Exortação à Santidade; A espera do dia do Senhor; A vinda inesperada de Cristo; Instrução para a comunidade
5,25-28 – Conclusão e benção

No próximo capitulo em continuação a esse estudo, iremos detalhar sobre a comunidade destinatária a qual São Paulo escreve.


Fonte: Bíblia Ave Maria; Edição de estudos teológico 3 º edição. Tradução dos originais grego, hebraico e aramaico mediante a versão dos monges Beneditinos de Maredous  (Belgica). 

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