terça-feira, agosto 22, 2017

Existe canto da paz na Missa? E o gesto da paz, podemos modifica-lo?




Sobre o canto da Paz na Missa

O Papa Francisco assinou
no dia 7 de junho de 2014, e aprovou a Carta Circular, preparada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, que orienta sobre o significado do Ritual da Paz na Missa. No documento, a Congregação afirma que a Igreja através desta carta, quer alertar os católicos de que momento da paz não é a hora de extrapolarmos nos abraços e cumprimentos. Muito menos hora de todos romperem o silêncio de forma abrupta, distribuir abraços calorosos, beijos, e até mesmo colocar o papo em dia. A carta atesta ainda que não é a hora de cantar músicas animadas, que estimulem palmas ou danças. Também exorta ao sacerdote que não deve abandonar o Altar para cumprimentar os fiéis.

As medidas se devem a simples observação, o momento da paz está inserido no Rito Eucarístico, um momento profundo onde o silêncio e a oração se fazem presentes, mas principalmente o próprio Cristo está sobre 0 altar. Portanto o momento da paz é simples: de maneira discreta e profunda, deseje a PAZ DE CRISTO a pessoa que está do lado esquerdo e direito. Feito isso, segue o rito. Não fiquemos acenando para a aquele amigo que está do outro lado da igreja. 


c) De todos os modos, será necessário que no momento de dar-se a paz se evitem alguns abusos tais como: 


– A introdução de um “canto para a paz”, inexistente no Rito romano [9].
– Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz.
– Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis.
– Que em algumas circunstâncias, como a solenidade de Páscoa ou de Natal, ou Confirmação, o Matrimônio, as sagradas Ordens, as Profissões religiosas ou as Exequias, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes[10].


Observação: Se perceber que um canto da paz foi introduzido e que possivelmente vai haver extrapolações nos rito da paz, ajoelhe-se educadamente já contemplando o momento em que se pronuncia o Agnus Dei. Pois nesses casos, onde os psudos-fieis abusam do rito, é melhor retirar-se em oração para que não caia nas astúcias de Satanás em banalizar a Missa. Como visto, nunca existiu um o canto da paz na Missa, porém o gesto da paz sim, mas conforme a teologia da libertação foi tomando conta das comunidades, o momento da paz foi corrompido danado espaço ao recreio da Missa, onde pessoas passeiam como se estivessem em um parque de diversões e destroem todo o rito da Missa.  


Sobre o gesto do paz 

Este rito eclesial é um dos mais antigos e foi adotado logo nos primórdios da Igreja

Antes da Sagrada Comunhão, o sacerdote sempre diz aos fiéis: “Saudemos uns aos outros na Paz de Cristo”. Após isso, é tradição que todos se cumprimentem com um aperto de mão, dizendo “A Paz”, “A Paz de Cristo” ou “A Paz esteja com você”. O interessante é que este gesto litúrgico tem raízes antigas e faz parte da Missa desde os primórdios da história da Igreja.

O simbolismo espiritual deste ato é encontrado no Evangelho de Mateus, em que Jesus diz: “Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta” (Mateus 5:23,24).

A atual Instrução Geral do Missal Romano confirma esse simbolismo e explica: “Segue-se o rito da paz, no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si própria e para toda a família humana, e os féis exprimem uns aos outros a comunhão eclesial e a caridade mútua, antes de comungarem no Sacramento. Quanto ao próprio sinal com que se dá a paz, as Conferências Episcopais determinarão como se há de fazer, tendo em conta a mentalidade e os costumes dos povos. Mas é conveniente que cada um dê a paz com sobriedade apenas aos que estão mais perto de si.”

As primeiras comunidades cristãs tomaram as instruções de Jesus e incorporaram o rito em suas celebrações da Eucaristia.

A Constituição Apostólica, documento escrito no século IV, instrui que, após a Oração dos Fiéis, “deixe o bispo cumprimentar a igreja e dizer: A paz de Deus seja com todos vocês. E os fiéis respondem, com o seu espírito. Depois, o diácono diz a todos: Saúdem uns aos outros com o beijo sagrado”.

O que nós chamamos de “gesto da paz”, a Igreja primitiva chamou de “beijo da paz”. Era um costume na cultura mediterrânea na época (e ainda é hoje) de cumprimentar familiares e amigos com um beijo.

Este gesto é encontrado em toda a história litúrgica da Igreja e, desde o tempo de São Gregório, o Grande, foi visto como um pré-requisito para a recepção da Comunhão.

Em outros ritos da Igreja, o beijo da paz assumiu diferentes formas. Joseph Jungmann explica em Missa do Rito Romano que “entre os sírios do Oriente, é costume que cada um aperte as mãos dos próximos e os beije. Ainda mais reservados são os coptas, que apenas se inclinam para o próximo e depois tocam sua mão”.

No século XVII, no Rito Romano, o beijo da paz estava restrito apenas aos presentes no altar e não era transmitido aos fiéis em seus bancos. Às vezes, era costume que o clero usasse uma placa com a palavra pax (paz) que era beijada por cada ministro e passada adiante.

Depois do Concílio do Vaticano II, a Igreja voltou a olhar o antigo costume e decidiu restaurar a ação original dos fiéis, confiando a cada conferência dos bispos a tarefa de determinar o sinal cultural mais apropriado.

O gesto da paz é um ato altamente simbólico, que pretende apontar para a disposição do coração em receber a Sagrada Eucaristia. Lembra aos fiéis que, para estarem em plena comunhão com Cristo, é preciso primeiro “Amar, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Marcos 12:30,31).

Atualmente, a Igreja respeita os costumes locais das paróquias. No Brasil, depois do surgimento de doenças contagiosas, como a gripe suína, por exemplo, muitos bispos aboliram o gesto da paz em suas comunidades.
 

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