quarta-feira, dezembro 09, 2015

Não julgueis, e não sereis julgados?

"Não julgueis, e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos." (Mt 7,1-2)


Para entendermos estas palavras de Jesus que muitas vezes é tirada de contexto, virando chavão na boca de alguns cristãos, por mero respeito humano, devemos partir do princípio de que o ser humano, por si e por natureza é dotado de capacidade para julgar as coisas, as pessoas e o mundo à sua volta, o bom senso ditará na consciência de cada um o discernimento do que é certo e do que é errado, do que é bom e do que é mau, do agrada a Deus e do que o desagrada, o senso de pecado (1Cor 6,12; 10,23), que por força da verdade nos conduzirá a fazer as coisas acertadamente e a sair do erro odiando o pecado. Uma pessoa que não julga, é uma pessoa sem juízo. Por isso, muitos se escandalizam quando ouvem a verdade, pelo fato dela ser dura e dispensar meios termos, simplesmente porque vivem no erro do engano e na mentira, seria essa a conclusão.


Então, estaria Cristo errado quando disse para não julgar para não sermos julgados? Não, Jesus não estava errado, aqui trata-se de julgamento de condenação, que só compete a Deus e não a nós. Compreendemos melhor essa questão quando adentramos o contexto escriturístico que trata do mesmo assunto, assim não ficaríamos presos a passagens isoladas, o que seria um erro proposital e desonestidade intelectual.


Portanto, julgar não é pecado, desde que tenha por base a 'recta justiça', (Jo 7,24), que tem por critério a verdade.


São Paulo apóstolo nos deixa bem claro, para não restar sombras de dúvidas quanto a isso.

1 Cor 6,2-3: "Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida."


Os santos julgarão o mundo, nós julgaremos os anjos maus, se assim sucederá, qual não deve ser a diligência e o cuidado que devemos ter em julgar as coisas mínimas pertencentes a esta vida efêmera?

Chega de indiferentismo e respeito humano! Chega de mentira! Saiamos dos erros teóricos e práticos em que vivemos mergulhados, vamos criar vergonha na cara e nos converter verdadeiramente, se não quisermos ser condenados sob culpa de omissão contra a verdade.

In Cor Jesu et Mariae, semper!

Klemer Ferreira

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