terça-feira, agosto 05, 2014

A MÃE DE DEUS


Pela fé, Maria aderiu ao plano de Deus. Aceitou ser a Mãe do Verbo Encarnado. Tornou-se, na verdade, a Mãe de Deus. Por ocasião de sua visita a Isabel, esta, cheia do Espírito Santo, exclamou: "Donde me vem que a Mãe do meu Senhor me visite?" (Lc.1, 43).

Desde os primeiros séculos da Igreja, esta verdade foi sempre aceita. Quando surgiram alguns contestadores, a reação veio imediatamente. Nestório, patriarca de Constantinopla, pretendia que Maria não era a Mãe de Deus. Dera à luz um homem, ao qual, em seguida, a divindade se unira como se une ao homem pela graça. 0 principal opositor de Nestório, foi Cirilo de Alexandria que defendeu a doutrina tradicional e que teve papel importante no Concílio de Éfeso, que condenou o erro de Nestório e proclamou solenemente a Maternidade divina de Maria. Outro contestador foi Eutíquio, arquimandrita de Constantinopla, que dizia que o Cristo não era verdadeiramente homem, que a divindade havia "absorvido" nele a humanidade. 0 papa S. Leão Magno convocou um Concílio Geral em Calcedônia (451 d.C.) que estabeleceu, com clareza, a doutrina sobre duas naturezas no Cristo e a sua única pessoa. Doutrina que foi reafirmada no Concílio de Constantinopla (553 d.C.).

A Bíblia Sagrada afirma não só que a Santíssima Virgem é Mãe de Jesus, como ainda que o Filho concebido em suas entranhas é o mesmo Filho de Deus, o Verbo eternamente gerado pelo Pai, e Deus como Ele. "Eis que conceberás e darás a luz um filho e porás o nome de Jesus. Será grande e se chamará o Filho do Altíssimo. 0 Espírito Santo descerá sobre ti e te cobrirá com sua sombra. Por isso, o que nascerá de ti será chamado o Filho de Deus." (Lc. 1, 31-32). "No princípio, era o Verbo. 0 Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Nós vimos sua glória, glória que recebe de seu Pai como Filho único, cheio de graça e verdade." (Jo. 1, 14).

É interessante recordar como foi grande o regozijo da comunidade cristã, quando recebeu a notícia que o Concílio de Éfeso (431 d.C.) havia condenado Nestório. Testemunha autorizada, Cirilo de Alexandria, em carta ao clero e ao povo de sua cidade, faz referencia ao fato. Depois de dizer que o Concílio se reuniu em Éfeso, na Igreja consagrada a Maria, Mãe de Deus, escreveu ao bispo:

"Depois de passar o dia inteiro neste santuário, condenamos a Nestório, a quem o temor afastou da reunião dos Padres e, por sentença solene, o dispusemos de sua sede e o privamos do episcopado. Reunimo-nos uns duzentos bispos, mais ou menos. Toda a cidade, desde a manhã até à tarde, esperou impaciente o juízo e a sentença do Santo Concílio. Quando, por fim, soube que o autor de tantas blasfêmias havia sido despojado de sua dignidade, com voz unânime começaram a bendizer o Concílio e a glorificar a Deus, pela queda do inimigo da fé. Quando saímos da Igreja, fomos conduzidos a nossas casas, ao resplendor de tochas e archotes, pois já era noite. Por toda parte havia um regozijo delirante. Por toda parte havia fogueiras. Diante de nós iam mulheres com braseiros em que queimavam incenso. Assim, demonstrou o Salvador sua onipotência aos que queriam arrebatar sua glória." (Epístola 24. Apud Terrien - "La Madre de Dios y Madre de los Hombres", vol. I, pág.33).

A participação do povo cristão, com sua alegria e demonstrações públicas de júbilo, é uma manifestação clara de que os ensinamentos de Nestório contrariavam a fé recebida dos antepassados, e também que a veneração a Nossa Senhora era anterior ao Concílio de Éfeso.

A maternidade divina de Maria é o fundamento de todos os seus privilégios. Uma mãe que o foi sem deixar de ser virgem. "Deus preparou Maria para esta livre aceitação do caráter virginal de sua maternidade, desde o começo de sua existência, não só por sua conceição imaculada que a punha fora da esfera de toda concupiscência, mas ainda e sobretudo, pela moção amorosamente insistente do Espírito Santo que, por atrativos eficazes, fazia cada dia prevalecer na sua alma um amor dominante e exclusivo de Deus. Ela era unicamente preocupada com Deus e consagrada a Ele. Essas larguezas divinas são capazes de torná-la, embora tenha sido mãe, o modelo perfeito de todas as virgens que deveriam florescer um dia, em grande número na Igreja." (J.A. de Aldama - em "MARIE", nouvelles études sur la Sainte Vierge, tomo VII, pág. 51).

Tudo por Jesus! Nada sem Maria! Que alegria!

Fonte: http://www.padrechrystianshankar.com.br/





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