segunda-feira, julho 28, 2014

A INTERCESSÃO DOS SANTOS



Como o caso das imagens, a invocação dos santos é violentamente atacada 
por grande número de protestantes. Os católicos continuarão a invocar santos porque é uma prática com fundamento bíblico, que esses protestantes não
conhecem.

O que ensina a Igreja

Lumen Gentium 49: "Alguns dentre os discípulos do Senhor peregrinam na terra, outros, terminada esta vida, são purificados, enquanto outros são glorificados, vendo claramente o próprio Deus uno e trino, assim como é". É a igreja da terra, do purgatório e do céu. E ainda no mesmo número: "A união dos que estão na terra com os irmãos que descansam na paz de Cristo, não se interrompe, ao contrário, vê-se fortalecida pela comunicação dos bens espirituais" à semelhança do sistema circulatório no corpo humano.

Sacrosanctum Concilium 111: "As festas dos santos proclamam as maravilhas de Cristo operadas em seus servos e mostram aos fiéis os exemplos oportunos a serem imitados".

O que ensina a Bíblia

1 Timóteo 2, 5-6: "Há um só Deus e UM SÓ MEDIADOR (ou medianeiro) entre Deus e os homens: o homem Jesus Cristo, que se entregou a si próprio por todos como resgate". Aí está claro: em termos de salvação, o único intermediário entre a humanidade pecadora e Deus é Jesus Cristo. Por ser homem, podia agir em nome da humanidade; e, por ser Deus, seu resgate oferece um valor infinito.
Nenhum outro ser humano poderia tornar-se nosso salvador. Único MEDIADOR DA SALVAÇÃO é o Cristo, que nos reconciliou com Deus. (Ef 2, 14-16). O assunto de
que trata S. Paulo a Timóteo, neste trecho é a redenção. Como se vê no versículo anterior, 1 Tm 2, 4: Deus "quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade". Nenhum católico duvida que "não há salvação em
nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome dado aos homens que nos possa salvar" (At 4, 12). Entre Deus e os homens está Cristo. Mas entre Cristo e os homens, foram colocados por Deus os MEDIADORES DE
INTERCESSÃO, como advogados nossos, diante do grande Advogado, Jesus Cristo. A Graça eleva e aperfeiçoa tudo o que é bom na ordem natural. Ora, se no mundo podemos interceder uns pelos outros, por que razão não o poderiam os que estão na Casa do Pai, onde se aperfeiçoa tudo o que de bom temos aqui? A graça aperfeiçoa a natureza.

Abramos a Bíblia

Ex 32, 13: Pelo pecado do bezerro de ouro adorado, Moisés pediu a Deus perdão dizendo: "Iembrai-vos de Abraão, de Isaac e de Israel, vossos servos..." Moisés pediu a Deus pelos méritos de três mortos em aliança com Deus, e o Senhorperdoou ao povo! É o que fazem os católicos invocando seus santos.

1Rs 11, 11-13: "O Senhor disse a Salomão: ... Tirar-te-ei o reino e o darei a um de teus servos. Todavia, EM ATENÇÃO A DAVI, teu pai, não farei isto durante a tua vida... deixarei uma tribo a teu filho, em atenção a Davi, meu servo". Eis aí a
interposição de Davi que já havia morrido (1Rs 2, 10).
Tb 5, 4: "Saiu Tobias à procura dum companheiro que viajasse com ele... Apenas saído, encontrou-se com o anjo Rafael... sem que todavia percebesse que era um Anjo de Deus". O Anjo acompanhou Tobias durante toda a viagem. Eis aí um anjo com a função de intermediário entre Deus e um homem. Tb 12, 12: finda a viagem, o anjo disse: "Quando oráveis, tu e Sara, EU APRESENTAVA o memorial de VOSSA ORAÇÃO diante da majestade do Senhor: o
mesmo fazia quando enterravas os mortos..." 12, 14-15: "Deus me enviou também para curar a ti e a Sara, tua nora. Eu sou Rafael, um dos sete Anjos, que estão na
presença do Senhor e tem acesso à sua Majestade". Eis os anjos intermediários para Deus conceder graças, favores aos homens.

Jó 33, 19-26: "Quando a carne do homem se consome... sua vida está próxima ao sepulcro... Mas, se para ele houver algum anjo, um só advogado entre mil... que diga: Livrai-o da descida ao sepulcro... reverdecerá a sua carne...  Suplicará a Deus e ele lhe será benigno". 2Mc 4, 34: Onias foi morto. No entanto, em 2Mc 15, 12-14, Onias e Jeremias,
mortos, intercedem pelos judeus e alcançam vitória para Judas Macabeu. E Onias diz que Jeremias "muito ora pelo povo", lá da mansão dos mortos.

2Mc 12, 38-45... "encontraram debaixo da túnica... dos caídos, objetos consagrados aos ídolos... e puseram-se em Oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão..." É a oração em lavor dos mortos.
SI 131 (132), 1 e 10 pede a Deus que leve em conta os méritos de Davi para que a oração seja ouvida. No verso 10: "Por amor de Davi, vosso servo, não rejeiteis o vosso consagrado". Dn 3, 34-35: Azarias, na fornalha, orou: "Não aparteis de nós a vossa misericórdia, em atenção a Abraão, vosso dileto, Isaac, vosso servo, e a Israel, vosso santo".
Zc 1, 12-13: "O anjo do Senhor tomou a palavra e disse: até quando, Senhor do universo, não vos compadecereis de Jerusalém e das cidades de Judá...? E o Senhor respondeu ao Anjo que falava comigo, com palavras boas, com palavras consoladoras". Um anjo intercedendo a Deus pelos homens.

Estes ensinamentos da Bíblia mostram que a invocação dos anjos e santos é útil, embora não necessária à salvação. Não há portanto obrigação de invocarmos os santos e os anjos, mas podem ser invocados. Como a Graça os mantém na Glória em íntima e vital união com a cabeça do
Corpo todo (Jesus Cristo), nós, católicos, amamos e invocamos os santos, baseados na Palavra de Deus. Já o livro do Eclesiástico 44, 14-15 diz: "Seu nome vive nos
séculos, sua sabedoria é celebrada em público e seus louvores repetem-se nas reuniões". É exatamente o que o calólico faz: celebra publicamente os louvores dos
santos, como nossos modelos e heróis no seguimento total de Cristo. Quem louva um filho, alegra os pais. Quem louva um santo, alegra e glorifica ao Pai Celeste pelos dons que lhe concedeu e aos quais o servo soube tão bem corresponder.

Há diferença essencial entre o culto prestado a Deus como ser absoluto 
(adoração) e o culto aos santos (veneração) entre os quais distinguimos Maria, pelo seu papel único e exclusivo no plano divino da Redenção. Ela ministrou ao Verbo de Deus a natureza humana para que ele pudesse oferecer-se como vítima (Cordeiro) no sacrifício do Calvário, em lugar dos pecadores e por eles. Maria foi a criatura que
mais se uniu a Deus pela fé ("bem aventurada és tu, que creste" Lc 1, 45), pelo amor (que gerou Jesus e o cercou de carinho materno por mais de 30 anos) e pela vida
toda (acompanhou-o e serviu-o em sua vida pública até seu último suspiro). É grande modelo a ser imitado. "Plenificada de graça", ela é a única criatura que pode dizer de Jesus: ele é carne de minha carne e sangue do meu sangue. Mas todo culto prestado aos santos, refere-se em definitivo a Deus, porque a razão da santidade dos santos é, em última análise, a graça livre de Deus a qual os santos corresponderam generosamente.

A invocação dos santos encontra sua confirmação valiosa na era dos mártires. Nesse tempo do maior heroísmo da fé cristã, encontramos esta expressão de fé nos túmulos das catacumbas de Roma: "Roga por nós!'' Quem duvida da
legitimidade da fé dos primeiros cristãos? E eles invocam os mártires. Invocavam os santos como fazem hoje os católicos. O próprio Jesus supõe a possibilidade desse intercâmbio entre os habitantes do céu e os da terra em Lc 16, 27-28: um condenado diz: "peço-te, ó pai (Abraão), que mandes Lázaro à minha casa paterna, onde tenho cinco irmãos; que os previna a fim de não virem eles também para este
lugar de tormentos". Rm 11, 28... "os judeus" são inimigos de Deus... mas... amados, por causa de seus antepassados". Ap 5, 8:... "os 4 viventes e os 24 anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, cada um com uma cítara e frascos de ouro cheios de aromas, que são as ORAÇÕES DOS SANTOS", isto é, dos cristãos da terra.

Ap 8, 3-4: "Veio outro anjo... foram-lhe dadas muitas espécies de aromas juntamente com as ORAÇÕES DOS SANTOS... E das mãos do anjo subiu diante de Deus a fumaça dos aromas juntamente com as orações dos santos", isto é, dos cristãos ainda na terra. Vemos aqui no Apocalipse que as súplicas dos cristãos da terra se encontram nas mãos dos "anciãos" no céu, para que estes as apresentem ao "Cordeiro que tira o pecado do mundo", isto é, Jesus Cristo, e ajudem na obtenção das graças
pedidas. O mesmo papel desempenhado pelos anjos.

Em Medjugórie os videntes perguntaram a Nossa Senhora se os pedidos deviam ser dirigidos a ela ou a Jesus. Ela respondeu: "Por lavor, peçam a Jesus. Eu sou sua mãe e intercedo por vocês. Todas as orações são levadas a Jesus, que deseja dar-vos, por meu intermédio, graças particulares. Enganam-se os que se dirigem unicamente aos santos para alcançar alguma coisa". Outra vez voltou ao assunto: "Jesus preferiria que vocês se dirigissem diretamente a ele, em vez de usar um intermediário. Todavia, se quiserem que eu seja sua protetora, confiem-me todas as suas intenções".

Conclusão

A invocação dos santos sem ser necessária, é lícita, é útil e se fundamenta na Bíblia.

Fonte: Livro em defesa da fé


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