Neste
mês de Setembro, mês dedicado ao estudo/meditação da Bíblia, somos chamados a
meditar nas Cartas de São Paulo aos Tessalonicenses. Durante estes dias,
estarei enviado a vocês um estudo aprofundado acerca dessa carta. Tratarei
sobre a comunidade de Tessalônica; as circunstâncias que levaram São Paulo a
escreve-la; o estilo vocabulário; as grandes divisões e a explicação de cada
capítulo. Lembrando que esse estudo não é um kerigma, mas uma formação teológica.
Introdução à
Primeira Carta aos Tessalonicenses
A
cidade de Tessalônica, fundada em 815 a.C. pelos macedônicos, tinha obtido do
imperador Augusto o privilégio de ser cidade livre. Possuía seu senado, suas
assembleias do povo (At 17,5) e seus magistrados, chamados politarcas (At
17,8). Sendo uma cidade de negócios e porto próspero, conhecia um afluxo de
populações estrangeiras. Os judeus eram bastante numerosos, pois possuíam até
uma sinagoga (Its 2,14-16; At 17,2). As criações encontradas no local mencionam
todas as espécies de nações; os judeus são muitas vezes citados.
Foi
no decorrer da segunda viagem missionária que Paulo e Silas, vindo de Filipos,
de onde lhes tinham pedido que partissem (Its 2,2; cf. At 18,3ss), se detiveram
em Tessalônica. Segundo o costume das missões paulinas, dirigiram-se
perfeitamente aos judeus (cf. At 17,1-2).
As
primeiras saudações são dirigidas aos tessalonicenses que Paulo evangelizou no
decurso da segunda viagem (At 17,1-10) do outono de 49 à primavera de 50.
Forçado,
por causa dos ataques dos judeus, a partir para Bereia, de onde se dirigiu a
Atenas e Corinto, foi em dúvida desta última cidade, durante o verão de 50, que
escreveu esta carta. Silas e Timóteo estão a seu lado, e as boas notícias
trazidas por este último de uma segunda visita a Tessalônica são para Paulo a
ocasião para desafogar seu coração.
O
êxito do Apostolo junto de seus irmãos de raça não devia ser muito animador
(Its 2,14-16; At 17,5s). Os Atos particularizam que Paulo não pôde pregar na
sinagoga senão por ocasião de três sábados (17,2); sem dúvida ele deixou a
sinagoga para convocar os fiéis na casa de Jasão, onde deve ter exercido seu
apostolado durante certo tempo. Foi lá que os judeus, em consequência de uma
insurreição que fomentaram, vieram procura-lo para entrega-lo ante a autoridade
da cidade (At 17,5).
A
duração dessa permanência de Paulo na cidade é difícil de se determinar; deve
ter sido em tempo muito breve, quando muito de dois meses, e a formação
religiosa inacabada da comunidade causou, sem dúvida, algumas apreensões ao
Apóstolo. De fato, em Atenas, onde Timóteo o alcançara, “não podendo mais
esperar” (Its 3,1) e, consentindo em ficar sozinho na cidade, enviou seu
companheiro a Tessalônica. As boas notícias que ele recebeu o reanimam (Its
3,6-10). Mas fica sabendo também das calunias dos judeus a seu respeito e das
perseguições deles contra os irmãos (Its 2,14s); teme que seu trabalho
apostólico seja reduzido a nada (Its 3,5) e lhes escreve imediatamente.
A
carta aos Tessalonicenses é o escrito mais antigo do novo testamento. Escrito
para a Igreja de Tessalônica, fundada por Paulo e Timóteo na sua segunda viagem
missionaria.
Síntese da
Carta
1,1-12 –
Saudação e agradecimento
2,1-12 – Pregação do Evangelho de Deus
2,13-3,13 – Fé e paciência dos tessalonicenses; Missão
de Timóteo
4,1-5,24 – Exortação à Santidade; A espera do dia do
Senhor; A vinda inesperada de Cristo; Instrução para a comunidade
5,25-28 – Conclusão e benção
No próximo capitulo em continuação a esse estudo,
iremos detalhar sobre a comunidade destinatária a qual São Paulo escreve.
Fonte:
Bíblia Ave Maria; Edição de estudos teológico 3 º edição. Tradução dos originais grego, hebraico e
aramaico mediante a versão dos monges Beneditinos de Maredous (Belgica).
Comentários
Postar um comentário